27 de agosto de 2009

As Obras do Regime (I)

Em Abiúl, mais concretamente no Ramalhais, foi construído um ringue, no cimo de um monte, junto à casa de um activo membro da Junta, contra a vontade da população e da Associação Desportiva Local; longe dos núcleos populacionais, da Escola e do Campo de Futebol, sem balneários e sem uma simples Casa de Banho.
Resultado: não é utilizado, está abandonado.
É o regime no seu melhor.

11 comentários:

  1. Reparou que este tipo de postagens quase nunca têm comentários? Poucos se atrevem porque são muitos a comer à mesma gamela. Obra é obra, mesmo que não sirva para nada: os envolvidos na sua construção ganharam alguma coisa. Nada de comentar que a tetina é recolhida.
    Tomei nota do seu convite para a bica no Nicola. Será um outro Sábado qualquer. Nos dois próximos certamente terei de ir até Lisboa pelo que não pararei no Nicola.
    Muito obrigado, até breve.
    Maia de Carvalho

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  2. Boa Tarde!
    Sem dúvida que este tema vem ao encontro do que eu afirmei há já umas semanas atrás, ou seja:
    vamos ter recintos desportivos e pavilhões à porta de cada cidadão num claro esbanjamento de dinheiros públicos, não vão ser utilizados, são meros elefantes brancos, à semelhança do que aconteceu nos anos 80 com as escolas primarias. Os custos de manutenção dos pavilhões são elevados, se os quisermos preservar.

    Seria muito bom que as autarquias fizessem um levantamento da rede de escolas, agrupamentos de escolas e equacionassem um recinto desportivo coberto para cada agrupamento, proporcionando assim melhores condições para a prática desportiva aos nossos filhos. O levantamento das necessidades desportivos, veja-se carta desportiva, permitia fazer uma pequena economia de escala e verbas poupadas seriam canalizadas para apetrechar os ditos recintos.

    Ainda, os jovens que alguém apelidou de geração rasca, em vez de ocuparem o tempo em conversas de café que, por vezes, os leva por caminhos menos bons, nalguns casos direi mesmo péssimos, podia ganhar o seu tempo a tratar da cultura física da qual estamos carenciados.

    É fácil dizer que a juventude não têm valores! Mas o que é feito para lhes ensinar esses padrões culturais? como ocupam o seu tempo?
    Tudo isto nos pode ser inquirido num futuro próximo pela tal geração rasca.

    Fala-se muito na prevenção ao consumo de droga e, para o efeito, nomeia-se uma pessoa para dar rosto às iniciativas, pergunto eu: que iniciativas? eu direi: mais um tacho criado para o amigo.
    Não sou especialista na matéria mas direi que a melhor prevenção é a ocupação da juventude.

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  3. Caro DBoss

    Apesar de fugir um pouco ao tema do post, não poderia deixar de comentar algumas afirmações que aqui proferiu, dado que vão de encontro com a minha actividade profissional, porque desempenho funções no Instituto da Droga e Toxicodependência há 11 anos.

    Permita-me que discorde consigo, quando afirma "que a melhor Prevenção é a ocupação da juventude".
    A Prevenção inicia-se na 1ª infância, no seio da família. A assertividade, o diálogo, o acompanhamento dos filhos nas diferentes etapas da sua vida (ás vezes conturbada na fase da adolescência), a capacidade de dizer Não quando tem que ser dito (por muito que nos custe...), a coerência das nossas atitudes como educadores, a responsabilidade partilhada (pai e mãe)na educação dos filhos, o não fazer alianças perversas com os filhos (que tantas vezes assisto)são só alguns bases importantíssimas na "construção" do indíviduo. É o que denominamos de factores de protecção, neste caso intrínsecos ao indivíduo.

    A questão de ocupar os jovens com actividades, ás vezes preocupa-me porque com essa mote, cada vez mais assistimos a jovens (desde criancinhas) atolados em actividades: para além da escola temos a música, o ballet, a natação, o Karaté, a informática, o....o...e o...O espaço de partilha, de conversa, de lazer não encontra espaço (passo o pleonasmo) porque depois de se fazer os trabalhos de casa e do jantar,já são horas de ir para a cama, isto porque no dia seguinte temos mais do mesmo! Cada vez mais nós pais (porque também tenho 2 filhos) nos queixamos da falta de tempo (que também não deixa de ser muitas vezes de disponibilidade mental), por força das nossas responsabilidades profissionais e necessidades financeiras. Com isto quero dizer que não devemos resumir a prevenção das drogas (mas também do álcool, da delinquência juvenil...)ás actividades desportivas e recreativas!

    Também não percebi o que quis dizer com "...nomeia-se uma pessoa para dar rosto ás iniciativas(...) que iniciativas?.(...)mais um tacho criado para o amigo".
    Denoto aqui algum desconhecimento das actividades do IDT (se porventura seja o alvo das suas críticas). O IDT tem como base 5 áreas de missão:Tratamento, Reinserção, Prevenção, Redução de Riscos e Minimização de Danos e Disuassão. O "problema" da Prevenção é que o trabalho preconizado, normalmente feito com as diferentes estruturas da comunidade, não é visível de imediato (leia-se números), ela só terá resultados a médio e a longo prazo. A nossa prioridade é trabalhar com as famílias, que muitas vezes é a que menos colabora. Temos tido várias actividades com as escolas do Concelho, que de facto, são as mais interessadas (muitas vezes porque lhes são atribuídas funções que deveriam ser assumidas pelos pais) e porque são na maior parte das vezes, os primeiros a detectar alterações no comportamento dos jovens.
    Com isto quero dizer, que a responsabilidade de prevenir o que quer que seja, é de todos nós (pais, educadores, ou seja, de toda a sociedade civil).

    Peço desculpa pelo extenso comentário, mas não poderia não o fazer, estando eu tão por dentro desta área.
    Como profissional do IDT,(e o próprio IDT)estou disponível para qualquer esclarecimento, relativamente ás atribuições do serviço.

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  4. Boa Tarde !
    Caríssima Marlene:
    O seu comentário não é longo nem é curto, é o que é, se eu estivesse no seu lugar, como profissional, regia de igual modo.

    Agradeço o seu esclarecimento mas, como diz, foge um pouco ao tema.

    No entanto e com o devido respeito pela opinião de uma especialista digo-lhe que não há conceitos estanque para a prevenção da droga. Droga tem a ver com cultura, civilização e moldagem, que o digam a escola alemã, Alfred Weber que foi o inspirador dos Srs. Robert Mc IVer e Robert Mirton. A cultura preenche simultâneamente, no plano psicológico,uma função de moldagem das personalidades individuais. Não alongo mais o tema porque entramos em linguagem técnica.

    Quando falo em ocupação entendo-a como complemento da educação e não como sobrecarga de actividades, como diz e bem. O difícil está em encontrar o meio termo.

    Longe de mim a ideia de querer ofendê-la, quer na sua pessoa ou dignidade profissioanal, mas não retiro uma palavra ao que disse no anterior texto.
    Cito-lhe um exemplo:
    Nos meus tempos de menino, em conjunto com 2 amigos, fundámos o NDAP., que hoje têm campeões nacionais. Mobilizamos o maior número de miúdos de 13, 14 e 15 anos e fomos para a frente. A equipa de juvenis tinha cerca de 14 jogadores, desses desistiram 3 que vieram a refugiar-se na droga e acabaram por morrer de over dose.

    Em suma: morreram os que não tinham ocupação além da escola.

    Se seguirmos as teorias de Talco Parsons, em última análise, fomos os culpados ?

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  5. Amigo e companheiro Maia de Carvalho, boa noite.
    Não fiz nenhum comentário ao post “maluco” daquele que diz que é meu inimigo de estimação porque não conhecia o caso.
    Coloquei os pés ao caminho.
    Nesta vez não foram os PES, foram mesmo os pés.
    A minha ausência nada tem a ver com gamelas e muito menos com tetinas ou biberões.
    A primeira, não sei o que é, as segundas há… c’anos
    O Senhor postelador diz sempre o pior possível da terra que o viu nascer e, particularmente, do Presidente da Junta de Freguesia, António Carrasqueira.
    Acusa-o de só fazer “betão”.
    Acusa-o quando faz coisa diferente de “betão”.
    Mas que raio de vida!
    O polidesportivo foi construído numa zona habitacional, não está ainda terminado (o dinheiro, meu Deus), o terreno já existia e era baldio e o equipamento não é utilizado pelo postelador, nem pelos seus, porque eles vivem na grande cidade.
    Agora tenho que regressar à IX Mostra Gastronómica da Região Alitém.
    Venham a Albergaria e/ou à Ilha provar a nossa gastronomia.
    Abraço.

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  6. A obra foi um tremendo erro de planeamento e, ao que sei, havia propostas semelhantes em custos para a construção junto ao campo de jogos de Ramalhais, o que faria muito mais sentido a todos os níveis.
    Também não é verdade que não seja utilizado, mas muito raramente o é...

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  7. Nuno,
    Atendendo ao teu alinhamento compreendo e aceito o "raramente".
    Boas,
    AM

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  8. Caríssimo conterrâneo DBOSS!

    De longe considerar que me tenha ofendido na minha dignidade profissional!! Até porque o tema em si tem várias "correntes" e vários "modelos". O que eu quis dizer, é que não se previne somente com o ocupar os nossos jovens com actividades desportivas!! Como diz, e bem, ela deverá ser um complemento, e até acabou por concordar comigo, quando afirmou que não existem conceitos estanques para a prevenção! O meu comentário era precisamente esclarecê-lo nesse sentido, porque entendi que estava a resumir a prevenção ás actividades desportivas! Não me quero alongar mais, porque este tema é muito vasto, se entrasse nas questões culturais, contextuais,políticos e psicológicos não saíriamos mais daqui (apesar de achar um tema muito interessante para debater e ,porque não, reflectir).

    Um abraço

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  9. Bom dia!
    Marlene quanto ao tema digo-lhe simplestemente bonito, é tão bonito como difícil compreender o comportamento humano (estímulos iguais reacções diferentes.

    Quando andava a estudar, mesmo que quisesse, nunca conseguia faltar à aula de sociologia.

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  10. Caro Adelino Malho,

    Eu vivo no Ramalhais, sei quando o campo é usado.
    Até lhe posso dizer o que significa "raramente": ao Domingo de manhã.
    Talvez não só, mas isso sei que sim.
    Isso não invalida de todo a crítica. O local não é o ideal (para a população, pelo menos), as condições são inexistentes, tal como disse no post.
    Teria sido claramente melhor construí-lo junto ao Campo de Jogos. As instalações sanitárias e balneários poderiam ser usadas para ambos os equipamentos, a Associação beneficiaria de mais esta valência (quiçá para novas modalidades até). Além disso haveria até uma certa responsabilização da Associação pela manutenção do estádio o que poderia ser bom.
    Como vê não é uma questão de alinhamento, apenas de realismo e que em nada invalida a pertinência da sua crítica.

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  11. Uma vez que já trabalhei directamente com o IDT de Pombal, não podia deixar de comentar e enaltecer o trabalho que tem sido feito por esta entidade, em que os profissionais que a representam estão sempre prontos a esclarecer dúvidas, participar em projectos que tenham como grande máxima a prevenção, fornecer materiais de prevenção e de informação, ajudar quem realmente precisa no que respeita a dependências.
    Infelizmente, muitas pessoas não têm conhecimento da existência desta entidade em Pombal, não sabendo mesmo onde procurar ajuda.

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