13 de junho de 2014

A estranha atração pelos calhaus

O poder local e a calçada portuguesa têm (pelo menos) duas semelhanças: são quadrados e duros (como a pedra). Isto explicará a atração mútua. Em Pombal é doentia. E não satisfeitos com a calcária - branca, viraram-se, agora, para a granítica - escura. Venha o diabo e escolha.
A calçada portuguesa, como elemento decorativo, em determinados espaços, dá um toque tradicional e uma estética agradável quando recorre a efeitos isométricos. No resto é um desastre: económico, estético e humano.
É um desastre económico porque é uma pavimentação cara, de fraca durabilidade e com grandes custos de manutenção e reparação.
É um desastre estético porque se deteriora facilmente, nomeadamente a de qualidade inferior.
É um desastre humano porque é um trabalho puramente manual (daí a baixíssima produtividade e o alto custo) realizado em condições de trabalho perigosas, que destrói fisicamente quem o executa, com custos elevados para as famílias, o serviço de saúde e a segurança social.
O recurso a calçada para pavimentar grandes áreas - longos passeios e grandes praças - é aberração. A CMP exagera no erro.
É tempo de o poder local abandonar modelos e paradigmas errados. No caso da calçada portuguesa, ontem já era tarde.

3 comentários:

  1. Amigos e companheiros boa tarde.
    Não concordo meu caro Eng Adelino Malho, todas as profissões tem as suas adversidades e o seu preço, no que assistimos nas calçadas pombalenses o meu reparo vai para a falta de criatividade ou os desenhos que se podiam fazer para mostrar ainda mais Pombal.

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  2. Boa tarde
    Caro Samuel Chainça têm toda a razão!
    Se a calçada portuguesa, segundo o postulado, é um desastre humano então o que dizer dos mineiros, dos empregados do bar, dos pintores de construção civil, dos ladrilhadores de entre tantas outras profissões? Pela óptica de alguns o melhor é comprar tudo feiro! Então quem faz?

    Há uma pedra mármore por natureza defeituoso, o Tarvertino, que é betumado e leva uma protecção aderente que faz trabalhos extraordinários. Porque não recriam figuras históricas de Pombal ou Pombal antigo na calçada portuguesa e depois lhes dão o acabamento aplicado no travertino.

    Quanto à manutenção alguém nos informe qual o pavimento ou construção que não necessita de manutenção?

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  3. O Adelino malho tem toda a razão, a meu ver. Peçam orçamento para uma praça em calçada portuguesa e pavê, e espantem-se. Quanto à manutenção, também é evidente... Com um pouco de chuva, é ver o passeio "ondular" e as pedras a saírem.
    Não quero com isto defender o fim deste pavimento. Acho é que deve ser usado em locais especiais, a que se queira dar especial nobreza.
    Estive há uns anos em Espanha num local de muito barro. Tudo na vila era pavimentado com diferentes tipos de tijolos estriados (para não escorregar) ou pequenas lajes de barro. Original, autêntico, barato.
    Por falar nisso, partilhar o que aprendi com quem sabe muito mais disto do que eu:
    O nosso calcário só presta para brita. Não tem as características necessárias para os pavimentos, por exemplo. E sabem qual era o mais tradicional material de construção de pombal, em tempos muito idos? O seixo do rio!!!
    Curioso, não é?

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