Tive o prazer de jantar na XV Mostra
Gastronómica da Região Alitém – Albergaria dos Doze, no espaço privilegiado
contíguo ao pavilhão desportivo de Albergaria dos Doze. Enquanto jantava em
família, ouvimos os discursos dos Presidente da Assembleia e do Presidente da
União das Freguesias de Santiago, São Simão de Litém e Albergaria dos Doze,
seguida da intervenção do Presidente da Câmara Municipal de Pombal, Dr. Diogo
Mateus. Muito espaço físico entre os oradores e a assistência que jantava.
Contudo, a aparelhagem de som permitia que os interessados ouvissem as
mensagens e os projetos verbalizados.
Afinal, a Alitém está de parabéns pois foi a
primeira associação de freguesias a constituir-se, em termos do território
português, para pensar, essencialmente, em sinergias ligadas a acessibilidades
[a eterna via rápida a ligar Alvaiázere a Leiria] e a outras infraestruturas
comuns. No final do espetáculo da noite, tive o prazer de ter uma longa
conversa com o Manuel Henriques, digníssimo presidente da União das Freguesias
de Santiago, São Simão de Litém e Albergaria dos Doze, sobre os projetos que
estavam expostos no recinto de festas e sobre os quais irei falar um pouco quer
hoje quer nos próximos dias.
Dei os parabéns à autarquia, na pessoa do seu
presidente, Manuel Henriques Nogueira de Matos. Finalmente surge o projeto do
parque de merendas de Albergaria, entre outros. Há tantos anos falado, e
idealizado por muitos, tem agora projeto já definido para espaço sobreposto à
estação de tratamento de esgotos.
O projeto de que menos gostei designa-se por
“Remodelação dos largos da Igreja Velha e Guilherme Santos – Albergaria dos
Doze”, essencialmente porque apaga do mapa a Igreja Velha, cujo restauro para
Centro Cultural Padre Petronilho foi concluído em 1993 e que tem na origem uma
capela cuja construção foi iniciada em 1566, tendo a primeira missa sido
celebrada em 1572. Sim, estão a ler bem. Nesse espaço estão apenas 11 lugares
de estacionamento. O Edifício do Centro Cultural é demolido neste projeto. O
Projeto não está assinado e desconheço o seu autor.
Do meu ponto de vista, cometeu-se o primeiro
grande erro e desrespeito para com a população que há tão pouco tempo se
envolveu no restauro do seu mais antigo Monumento Histórico que antes de haver
camiões e viaturas a motor já ali morava.
É certo que Manuel Henriques me disse que a
Autarquia tinha dois projetos para a praça: um com o Centro Cultural Pe.
Petronilho [que designa de Igreja Velha]; outro sem o mesmo. Mas o facto é que
no recinto da festa só está o projeto que elimina o dito Centro Cultural. E
Isto não é neutro
Trata-se de um abuso de autoria e de um
desrespeito e atentado contra a população que não foi sequer consultada [nem
sabe, provavelmente, da existência deste projeto que destrói o monumento
histórico-cultural com mais raízes no tempo da comunidade, berço de Albergaria].
Nem mesmo uma Junta ou um Município rico pode
dar-se ao luxo de comprar um castelo para o poder demolir de seguida…
Escreverei aqui, durante alguns dias, sobre
esta matéria. Para já fica a foto do projeto que analisei agora sumariamente e
dois ou três factos sobre o Restauro da Igreja Velha que desenvolverei amanhã:
O valor total do Restauro e Reforma andou
pelos 16 000 000 $00 (que seriam hoje cerca de 80 mil euros), que foram pagos
com subsídios do Estado (5 566 000$00), da Câmara Municipal de Pombal (1 195
000$00, incluindo postais para a sensibilização, telha total e tinta para o
exterior) da Junta de Freguesia de Albergaria dos Doze (100 000$00), Governo
Civil (100 000$00), e Caixa de Crédito Agrícola Mútuo (25 000$00). O
remanescente foi pago com a ajuda do povo, como na altura o Jornal “Os Doze”
divulgou, ora proveniente diretamente de peditórios, ora indiretamente a partir
do Conselho Económico da Fábrica da Igreja Paroquial de Albergaria dos Doze.
Muitas outras pessoas, empresas e empresários em nome individual contribuíram
com dias e noites de trabalho, com material e mão-de-obra grátis.
Já agora, valeria a pena pensar nisto!
Farpa do convidado Ricardo Vieira
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