Em Leiria, uns quantos opinion-makers
têm procurado lançar um movimento para transformar o IPL em Universidade. Já
conseguiram, pelo menos, uma coisa: envolver as estruturas partidárias na
polémica – os partidos, despidos como estão de pensamento estruturado, salivam imediatamente
quando pressentem movimentações. O caminho para o desastre está traçado.
O IPL conseguiu, na última década, credibilizar uma oferta educativa
dirigida à região e com alguma qualidade. O que menos necessitava nesse
trajecto era de uma polémica gratuita e de uma alteração do seu código genético
e do trajecto que o tem conduzido a algum sucesso.
Bem sei que é legítimo que uma instituição queira saltar de patamar, mas
é isso necessário, exequível e virtuoso? Tenho dúvidas, muitas.
Por um lado, Portugal não necessita de mais Universidades, tem, até,
demais; e as que tem são de pequena dimensão quando comparadas com as
congéneres europeias, com quem competem, nomeadamente no ensino pós-graduado. A
tendência a que se assiste é para a diminuição do número de Universidades,
movimento já concretizado em Lisboa, com a fusão entre a UL e a UTL, e, pelo
que ouvi, passo já admitido entre as Universidades de Coimbra e Aveiro, e inevitável
para as Universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro e da Beira Interior.
Por outro lado, actualmente, é mais importante diversificar ofertas
educativas do que padronizá-las.
Em resumo, em vez de transformar o IPL em Universidade talvez fosse mais
adequado aproximá-lo da Universidade de Coimbra. Mas desconfio que os orgulhos
e interesses de paróquia não o permitirão.
O Português, apesar de ter sido vendido pelos defensores e utilizadores do (des)Acordo Ortográfico, ainda nos permite utilizar expressões que eliminam a necessidade de estrangeirismos. Como tal, a expressão opinion –makers) poderia e deveria ser substituída por formadores de opinião.
ResponderEliminar