Foto: Ricardo Graça, in Jornal de Leiria
Diogo Mateus, num rasgo de
sinceridade e de sentido autocrítico nunca antes visto, explicou-nos, na
apresentação da sua candidatura autárquica, que os últimos 23 anos de mandato
do PSD na presidência da câmara foram anos em que “Pombal foi perdendo crédito
fora do território”, anos de perda “da credibilidade e reconhecimento do
concelho” e “da sua capacidade de afirmação e de impulsionar políticas
regionais e nacionais”. É surpreendente ver o dirigente do PSD a reconhecer o
lastro negativo que o seu partido tem deixado no concelho desde o início do seu
regime camarário.
É surpreendente mas percebe-se a
artimanha. Diogo Mateus identifica um problema, a perda de credibilidade, para
deixar implícito um responsável, o seu ex-parceiro e ex-presidente da câmara Narciso
Mota. Mas mais ainda, e para ficar claro que o ajuste é mesmo de contas, Diogo
Mateus explica-nos, depois de denegrir a herança deixada por Narciso, que esse
crédito perdido tem vindo a ser recuperado nos últimos 4 anos e que o
responsável é ele próprio.
Percebe-se o esforço. “Eu finjo que
não tive nada a ver com a Câmara até 2013, e dou uma ferroada no Dinossauro e
na sua gestão” terá pensado Diogo Mateus. Mas esse esforço tem um problema. É
que conhecendo o único currículo que Diogo Mateus tem, o político, percebemos a
desfaçatez desta conversa. É que dos 20 anos de reinado do PSD de Narciso na
câmara de Pombal, Diogo Mateus foi vereador 16 anos. Nesses 20 anos só interrompeu
a maratona de vereação por 4 anos, e foi para presidir à Junta de Freguesia de
Pombal. Pelo meio ainda foi vice-presidente da Câmara. Pois é, a este autarca
comprometido até ao pescoço com o legado de Narciso Mota nunca conhecemos qualquer
oposição ao funcionamento da câmara neste período. Nem um único discurso mais
amargo pela “perda de credibilidade” que o seu partido e o seu presidente estariam
a impor ao nosso concelho durante a sua vereação. O discurso de Diogo Mateus é de
tal forma incoerente que, enquanto hoje alveja Narciso Mota e o seu trabalho
enquanto presidente, há 4 anos explicava-nos antes que “o Município de
Pombal e os seus órgãos representativos saberão reconhecer o seu exemplo
enquanto Homem, Cidadão e Presidente da Câmara Municipal de Pombal entre 4 de
Janeiro de 1994 e o dia 21 de Outubro de 2013. Obrigado Eng. Narciso Mota.”
Mas ficou por explicar que
recuperação de credibilidade resultou do mandato de Diogo Mateus. Terá sido a
credibilidade que trouxe o enterro de 2.1 milhões de euros no CIMU-Sicó, um
centro-interpretativo/museu/hotel/auditório/laboratório/loja cuja obra está parada
há um ano e cujo planeamento desastroso representa o tipo de desnorte político
que atrasa o país? Ou será antes a política cimento-para-a-frente nas obras
públicas, que abateu árvores e apagou jardins para cimentar chão a eito, como
aconteceu com o Largo do Cardal e com os polos escolares? Se calhar a
credibilidade veio da renovação da EB1 de Pombal que foi tão bem planeada que
afinal nem
lotação tem para acolher todos os seus alunos.
Ou então veio ainda da eliminação da praça de táxis de Pombal, que pretendeu
fazer dos taxistas pombalenses de segunda sem sítio para trabalhar.
Realmente, os últimos 23 anos não
trouxeram o desenvolvimento a Pombal que devíamos esperar. Hoje Pombal é um
concelho com pouca capacidade para fixar jovens, com pouco emprego de qualidade
e com uma população envelhecida. Por cada 10 crianças Pombal tem 19 idosos, um
envelhecimento demográfico 30% superior à média nacional. O concelho precisa de
atacar estes problemas de frente, com participação democrática, preocupação
social e ideias frescas. O que o concelho também precisa é de dispensar esta casta
que tem ocupado o poder local e o gere ao sabor dos seus interesses e (des)entendimentos
pessoais.
Farpas Convidadas: Gonçalo Pessa (Cabeça de Lista do BE à CMP)
É CLARO que só há um caminho para esta situação em Pombal. É mudar...Uma cura de oposição fazia tão bem ao EGO inflamado de D. Diogo e de toda a sua corte de Vassalos.
ResponderEliminarEstava eu aqui no "ó micas cala-te, ó micas cala-te" para `concluir que ninguém sabe ao certo quem é Diogo Mateus!
ResponderEliminarTem sido um "mandato-campanha" onde páginas e páginas de jornais explanam transparência, rigor, capacidade e empenho no dia a dia...
E... e "esmiuçando" nada! São todos tão bons, trabalham tanto e os outros tão inúteis!
O Gonçalo é uma nódoa branca num pano sujo, é jovem é crente e ainda se dá ao trabalho de explicar valesse a pena...
Isto vale tudo para se atingir um fim. Realmente os sr. Diogo diz uma grande verdade que sempre esteve a trabalhar para o estado nunca teve outra profissão, deveria ir para o privado ter um patrão é disso que necessita para saber dar maior valor a quem teve uma carreira no privado e posteriormente esteve na política d corpo e alma.
ResponderEliminarE se esteve esses anos no estado deve ao ex presidente Narciso mota.
Talvez seria bom dar o exemplo de uma vez na vida saber o que é ir trabalhar no privado...
Vitaminizar-se ainda faz de si a ovelha negra.
O sr. Gonçalo demonstrou boas capacidades de comentador político.
ResponderEliminarAguardo para saber das capacidades de político, quando conhecer o programa autárquico do BE e a lista de soluções para os problemas que encontrou.
Desculpe Dª Elisabete...mas D. Diogo foi carteiro...Depois passou logo a Vereador...de seguida Presidente de Junta e licenciou-se na UNIVERSIDADE INTERNACIONAL DA FIGUEIRA DA FOZ ( já fechou) seguidamente voltou a Vice-Presidente e agora é o todo poderoso D. Diogo Mateus o Presidente da CMP. O futuro só a Deus pertence...mas não vai ser nada fácil manter-se no lugar
ResponderEliminarSenhor Roque agradeço a informação disponibilizada. Carteiro? essa actividade, já agora durou quantos dias? pergunto dias porque nem chegou a meses... sem esquecer que nessa altura do exercício de tal função a entidade empregadora era o estado, só recentemente os CTT foram privatizados, portanto trabalho que é bom no privado nunca se candidatou e tão menos teve alguma actividade profissional por conta de outrem no privado. Quanto à licenciatura todos os alunos da UIFF no ano do seu encerramento concluíram o curso, o que dá que pensar .... mas canudo é canudo, mas a pratica é que demonstra o conhecimento adquirido, ou não. O futuro pertence a quem luta verdadeiramente e está de corpo e alma.
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