Na sessão de abertura da Feira Nacional da Floresta - local, de tudo e de pouca floresta-, o
presidente da CMP - Diogo Mateus - anunciou a intenção de desenvolver um novo
estudo para a criação de uma Escola Superior de Ciências Agro-industriais e
Florestais. Estuda-se o que se desconhece, não o que se conhece. E o que é que
se conhece desta matéria? Que os cursos existentes na Agro-indústria têm pouca
procura, e na área Florestal praticamente nenhuma.
Nas últimas décadas, os presidentes de câmara (e os seus
executivos) têm evidenciado uma gritante incapacidade de prospectivar o futuro
do concelho. Continuam a afirmar que o concelho tem muitas potencialidades, mas
tem-lhes faltado visão e estratégia de desenvolvimento. Resultado: apostas avulsas e erráticas conduziram o
concelho, primeiro à estagnação, depois ao declínio. A realidade socioeconómica
está à vista de todos; e os exemplos espalhadas pelo concelho também.
É tempo de abandonar medidas avulsas, arriscadas e sem
nenhum enquadramento estratégico. Chega de atracção pelo infortúnio.
O sistema político vigente em Portugal assenta nos princípios da iniciativa privada deixando o mercado funcionar, por si, de forma a que as leis naturais prevaleçam. Todos os economistas clássicos defendiam que uma boa economia devia aproveitar o que a economia planificada tinha de bom e integra as boas medidas na economia de mercado, estou de acordo. Todo o cidadão que queira fazer uma plantação de eucalipto, de pinheiro ou de outra espécie têm de informar a CMP. Infelizmente, na maioria dos Concelhos deste País, o cidadão faz a sua plantação apenas porque o seu vizinho plantou e nunca procura saber se o terreno é adequado para a espécie em causa ou se esta é economicamente rentável, plantou porque viu o vizinho plantar. O nosso País importa anualmente metros e metros cúbicos de Freixo americano, metros e metros cúbicos de Faia, de Carvalho, de Castanho, de entre muitas mais variedades de madeira cujos preços de mercado variam entre os 300 e os 600 euros o metro cúbico. As espécies que acabo de enumerar têm índice de inflamação mais baixo do que as plantações de pinho e eucalipto, podendo assim servir de corta fogos, por não arderem facilmente. Perante este factos faço a seguinte pergunta: As Câmaras Municipais têm algum gabinete de aconselhamento florestal? dispõe de algum estudo que permita aconselhar o cidadão sobre determinadas espécies? Se a sua cultura é viável? Se a espécie em causa é economicamente viável? Que impacto ambiental têm determinada espécie no panorama florestal? Em suma; os requerimentos para plantações florestais são efectuados às Câmaras e estas não podem impor certas culturas mas podem aconselhar outras espécies se tiverem suporte técnico à altura para justificar determinada espécie. Julgo que um bom ordenamento florestal deverá passar por uma iniciativa deste género !
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