3 de maio de 2018

Obras tortas e atrasadas


A CMP tem fama antiga – não o proveito – de ser bom (rápido) pagador aos empreiteiros. Nos últimos anos, conquistou, também, junto dos próprios empreiteiros, a fama de ser um bom receptor das obras – recebe-as quando os empreiteiros as entregam, tarde e más horas, e não quando deviam ser entregues.
Os prazos estabelecidos nos cadernos de encargos das obras são, salvo raras excepções, muito longos – o dobro do que seria necessário para fazer a obra. Mas, mesmo assim, a CMP estende-os, uma, duas, três vezes…! Tem sido sempre assim nas principais obras: Centro Saúde, Centro de Negócios, CIMU-Sicó, Obra dos Governos, Casa Varela, etc…
O prazo excessivo e os atrasos na execução das obras não são problemas menores, evidenciam falhas graves de organização e gestão que acarretam prejuízos significativos. Ao contrário do que dizem o presidente e o seu ministro das obras, a responsabilidade pelos atrasos não é dos empreiteiros, é da câmara. Estranha-se, ou nem tanto, que ninguém da oposição seja capaz de o dizer, e de exigir responsabilidades e medidas concretas. Uma obra, antes de incumprir o prazo, antes de ficar atrasada, vai-se atrasando. E vai-se atrasando por falta de acompanhamento, desleixo ou incompetência.
Que câmaras que pagam mal – tarde, a más horas e aos bochechos – sejam mal servidas, compreende-se; mas que isso aconteça, sistematicamente, numa câmara que se gaba de pagar muito bem, demonstra incompetência grave.

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