Só há dois factos interessantes a saber num prémio literário: quem são os vencedores (os verdadeiros protagonistas) e qual o júri (quem prestigia o prémio). No caso do “Prémio Literário António Gaspar Serrano” é tudo o que não ficamos a saber pelos comunicados da Junta e as notícias da comunicação social.
Em Pombal, os vícios repetem-se. Os meninos da Junta estão apenas interessados em promover-se, organizando galas bacocas onde podem tirar selfies para o facebook fazer discursos pedantes. A comunicação social não revela qualquer curiosidade, não tem espírito crítico, não quer saber. Faz alarde da iniciativa da Junta e despreza quem devia promover.
Que eu saiba, os nomes dos vencedores apenas foram publicitados na primeira edição. António Serrano, vulto maior da vida pombalense, merecia que o evento fosse tratado com outra dignidade.
Adérito, é triste, mas é a pura verdade. Como assisti, posso dizer-te que o júri continua a ser constituído pelas senhoras Graciete Alvarez, Margarida Cardoso e Rosinda Pimentel. Analisaram 50 trabalhos (o que deveria aumentar mais a responsabilidade da junta), boa parte deles vindos de autores que tão pouco conhecem Pombal ou António Serrano. A mim custou-me particularmente a pobreza com que foi descrito. A organização concentrou-se na parte que dá jeito: o envolvimento nas colectividades, e mesmo assim fazendo tábua-rasa do Sporting de Pombal. Estava a ver que chegámos ao fim sem uma referência à sua intensa participação no jornal O Eco. Passaram por ela como cão por vinha vindimada. Pedro Pimpão fez a apologia das Gazetilhas (que ele deixou de escrever nos anos 80...época em que a Câmara editou a primeira edição livro 'Gazetilhas de Zé da Serra', por proposta de Nascimento Lopes, à época vereador), esquecendo-se (ou desconhecendo, não sei) a Vária, que durante mais de 30 anos publicou n'O Eco, enquanto o jornal era quinzenário. Trata-se, afinal, da síntese das notícias que iam acontecendo, à falta de jornalistas. Era por isso - e não por causa das gazetilhas - que lhe chamávamos avô. Quando nos anos 90 Menezes Falcão vendeu o jornal ao grupo Lena (e o vim dirigir) a preocupação dele era saber se podia continuar a fazer aquelas "notícias à sua maneira". E continuou, até morrer.
ResponderEliminarNa noite de sexta-feira custaram-me várias coisas, mas sobretudo isso que descreves bem no teu post, Adérito, a preocupação com a forma em vez do conteúdo. Pimpão levou com ele ao palco Nascimento Lopes, mas esqueceu-se que na sala estava Diogo Mateus - autor desta ideia do prémio literário, ao tempo em que era presidente da junta. Salvou-se no meio disto a actuação do Típico (não, Pedro, não é RTP...), das meninas da FAP, do Paulo Silva e do Carlinhos Dinis, e desses dois fabulosos actores do TAP que são o Humberto e o Gabriel. Faltou o resto.
E continuo sem saber os nomes dos vencedores. Alguém me poderá informar?
ResponderEliminarCara Isabel,
ResponderEliminarSoube que, horas depois da publicação deste post, a Junta de Freguesia lá se dignou a divulgar os premiados. Pelos vistos, o Farpas ainda serve para alguma coisa! O problema é que essa divulgação foi apenas feita junto dos "amigos" da Junta do facebook e não para toda a população. Como não estou registado nessa rede social, continuo, tal como a Isabel, à espera de notícias.
Se tudo se passar como nos anos anteriores, os nossos jornais não irão escrever uma linha sobre o assunto. Para a Junta e para os órgãos de comunicação social, o prémio António Serrano não é um momento de exaltação da literatura. É tão só um evento social feito para afagar o ego de uma geração de jovens políticos muito vaidosos.
Um abraço,
Adérito
Adérito, como ainda não consegui vencer essa batalha de te levar para o fb, aqui fica o comentário lá deixado, pelo senhor Luís Filipe Marcão: "Fui um dos premiados em 2017 na modalidade de poesia e devo confirmar que até hoje não vi qualquer notícia ou publicidade a tal facto. Não estive presente na "gala" por motivos de saúde. Prometeram-me que me enviariam a declaração do júri bem como autorização para publicar o trabalho premiado. Até hoje nada apesar dos mails e telefonemas para a junta de freguesia. Enviaram-me o cheque passado quase um mês e não fosse este pormenor eu próprio duvidaria de tal prémio. Contactei posteriormente outros autores premiados e parece que é como diz o texto, selfies palavreado balofo e o Zé da Serra e os autores a serem esquecidos".
EliminarNão vou aqui escrever nada sobre o conteúdo desta iniciativa porque não estive lá, também não sei a quem foi atribuído o prémio nem os fundamentos da sua atribuição. Editaram um livro Gazetilhas do Zé da Serra, tudo muito bem, porque não editam um livro com os editoriais do Sr. Meneses Falcão, onde tinha dissertações maravilhosas ? Tinha um género de escrita muito peculiar com muita qualidade e de fácil leitura, com muito conteúdo, embora discutível. Tínhamos um grupo que almoçava todas as quartas feiras, por norma, o Sr. Falcão chegava depois de eu chegar e lá estava eu a ler o seu editorial. O Sr. Falcão cumprimenta-me e inquiria " Sr. José do Trasso de que parte do conteúdo da minha escrita não gosta desta vez ? Lá debatíamos a questão! O Sr. Daniel Abrunheiro também têm um género de escrita maravilhoso e com conteúdos discutíveis, porque não editar também as suas dissertações ?
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