Com a economia a funcionar bem, o PPD/PSD do economista Rui
Rio percebeu que não era a falar de economia que subiria nas sondagens. Vai
daí, centrou a sua acção política nas áreas sociais mais relevantes: Educação e Saúde – mais nesta, porque dói mais.
A acção política do PPD/PSD na oposição segue sempre o mesmo
esquema, testado com sucesso no verão quente de 74. O estratagema começa sempre
pela fase de guerrilha, normalmente aos sistemas públicos, de forma a
comprometer a sua operacionalidade e imagem; depois faz descer a guerrilha às
bases, usando a sua forte rede autárquica (cada vez menos forte); estimula o
descontentamento nas pessoas pelo mau serviço ou pela percepção de maus
serviços públicos; vira as pessoas contra o poder instalado; e, se resultar, uma
vez no poder, aproveita o descontentamento contra os serviços públicos para
desmontar e repartir o “bolo” pela clientela.
Por cá, o estratega delineou o estratagema para cumprir não um, mas dois propósitos: por um lado, desenvolver o plano nacional; por outro, fazer fogo de barragem ao escândalo local.
Por cá, o estratega delineou o estratagema para cumprir não um, mas dois propósitos: por um lado, desenvolver o plano nacional; por outro, fazer fogo de barragem ao escândalo local.
Que o PPD/PSD actue desta forma compreende-se: está no seu ADN e faz o seu papel. O que não se compreende – irrita até o mais paciente - é que os dirigentes
e representantes do PS nos órgãos autárquicos embarquem no estratagema; e se juntem
ao PPD/PSD, contra o património político mais relevante do partido que
representam, com um discurso anti-ideológico - patético, ingénuo e imprudente - numa das matérias mais ideológicas.
Deus lhes perdoe…
Caro Malho, as minhas felicitações pela contribuição da divulgação de assuntos importantes para toda a nossa comunidade concelhia, e este da saúde é fundamental.
ResponderEliminarDesde a primeira hora que conheci o farpas que lhe reconheço um papel de critica mais ou menos mordaz, nem sempre justa, mas que apenas responsabiliza os autores pelas parcialidades apresentadas.
Ao me recusar a demonizar e ostracizar uma iniciativa publica de opinião, por ser essencialmente ideológica e parcial, tenho, como sabe, sempre opinado no sentido de aproveitar este blog que muitos lêem para levar aos leitores um pouco mais do que as delícias da má língua.
Pela evolução que me vou apercebendo aqui, essa escolha de momentos notáveis que corresponde a trabalho de análise, apresentando sem cortes as intervenções dos visados vai no sentido que propus e por isso vou comentando para ir estimulando uma vantagem informativa para a sociedade.
Sem dúvida que continua e bem a opinião do autor cuja parcialidade tem de ser tolerada, respeitada e até contraditada porque são estas manifestações de tolerância e diálogo que caracterizam uma sociedade democrática, plural e essencialmente livre, onde até o Farpas tem direito a existir.
Caro Serra,
ResponderEliminarO ADN do Farpas é contraditar, e para contraditar são precisas partes que ditem. Quem tiver esse espírito é sempre bem-vindo a este espaço; quem não o tiver também pode vir; fica aziado, paciência - o óleo de fígado de bacalhau também sabe mal e faz bem. Felizmente, vêm cada vez mais, e vêm cada vez mais precisamente pelo contraditório. Como sabe, gosto – gostamos – de uma boa polémica. Desconfio que as pessoas que mais me/nos leem são as que discordam de nós em muitas coisas. Por isso me esforço por melhorar, por ser mais fino no aprofundar de diferenças. Agrada-me que constate isso.
Os indivíduos e as sociedades crescem com o contraditório, não com o unanimismo. Mais importante do que ter razão (se ela existe) é ter opinião (que pressupõe sustentação, argumentos fortes).