No passado fim-de-semana (prolongado), resolvi tirar umas horas para repetir o roteiro pelos Espaços Museológicos e pelo Posto de Turismo, como fizera em 2017. Moveu-me a curiosidade pelos efeitos das medidas, dos investimentos e dos múltiplos eventos realizados no muito badalado eixo estratégico do Turismo. Não posso expressar desilusão pelo que encontrei porque, ao contrário dos politiqueiros locais, nunca tive qualquer ilusão sobre esta matéria, mas, mesmo assim, não esperava encontrar a mesma apatia geral. Foi confrangedor ver e sentir aquelas jovens funcionárias, que ali cumprem um verdadeiro “castigo”, despertarem do longo tédio que é aquela (des)ocupação ao verem chegar o que supunham ser um turista.
A realidade é o que é e não é sensível a estados de espírito ou a boas-vontades. Sejamos realistas: no horizonte das nossas vidas, Pombal não terá turistas em número significativo. Porquê? Porque não possui, nem possuirá, nenhuma atracção natural ou cultural capaz de os atrair. Desta evidente constatação não advém mal nenhum à comunidade, antes pelo contrário. Mal para a comunidade advém – tem advindo – das erradas opções de investimento. Faz doer qualquer alma minimamente consciente que recursos financeiros escassos sejam desbaratados sem qualquer análise de custo-benefício em elefantes brancos como o CIMÚ-SICÓ, a Quinta de Sant`Ana, a Casa da Guarda Norte, etc., e em espaços mortos e decrépitos como os “museus” do Centro Histórico.
Ao contrário do que os politiqueiros da terra repetidamente afirmam, o Turismo não deve ser um eixo estratégico de desenvolvimento do concelho, pela simples e forte razão de o Turismo não ser a solução para nenhum País ou comunidade, salvo raríssimas excepções - forte atractividade natural ou cultural -, por ser uma actividade naturalmente ineficiente, logo incapaz de gerar riqueza e rendimento significativo e consistente - o que não significa que não deva ser aproveitado.
Por conseguinte, o foco deve ser colocado no embelezamento do espaço público, direccionado para a melhoria da qualidade de vida dos residentes, e não tanto para a utópica atracção de turistas. O desastre que o voluntarismo bacoco espalhou pelo concelho está à vista de todos. A Praça Marquês de Pombal e a Zona Histórica comprovam-no na plenitude – nem atractividade nem turistas. Mete dó ver aquele decrépito espaço abandonado e poiso de enfeites de mau-gosto.
Esta praça só tem uma solução. Deslocalizar para essa zona, a vida nocturna. Bares, Restaurantes com horário de funcionamento mais alargado que na restante cidade. Criar um mini Bairro Alto.
ResponderEliminarÓ Roque, não sei bem de que forma, mas a tua sugestão faz sentido...à semelhança da praça Rodrigues Lobo e do terreiro em Leiria.
EliminarMas quem puxa mais por esta animação é a estudantada universitária.
Pode ser que agora já com a presença do IPL em pombal se arranje massa crítica para uma iniciativa dessas poder funcionar.
Falta a organização inicial e os tasqueiros interessados nesse negócio...
Só que fossemos uma praça com vida já não era mau...
EliminarManuel Serra, se a CMP deliberar que só autoriza estabelecimentos abertos depois das 22:00 h, na zona da praça, o tecido económico ajusta automaticamente á nova realidade e dado o facto de já quase não existir população naquela zona, ser uma zona actrativa para o investimento do sector da animação. Restaurantes temáticos, bares e discotecas, seria uma mais valia para o concelho e região.
EliminarRoque queres ser linchado na praça pública?
ResponderEliminarEntão a CMP podia lá só autorizar ali atividade comercial ali? Isso era privilégio de alguns sobre o direito de todos...
Podia ser era alguém m incentivo a que ali houvesse alguma concentração da movida noturna...quem sabe se não seria uma boa aposta?
Está visto e revisto: tão depressa não sairemos da cepa-torta.
ResponderEliminarAmigo Malho, a esperança é a última coisa a morrer... E o que não se fez ontem pode ser que aconteça amanhã...
EliminarA frustração só é que nada resolve ou faz acontecer...
Aqui o Roque já deu uma ideia. Pode ser que venha a ter seguimento.
Vamos a ver ?
Conversa da cepa-torta - abaixo da conversa de café.
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