Como os candidatos se
limitam a explorar a exposição pública nas festas&arraiais, aposto cruzado
contra vintém que as festas&arraiais vão decidir as próximas eleições (quem
mais participar nas festas&arraiais mais votos terá, e vice-versa).
"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
12 de agosto de 2017
11 de agosto de 2017
Onde se dá conta da conversa (azeda) do Príncipe com o Pança
O Príncipe, depois de
mais uma noite mal dormida, apresentou-se abespinhado no trono. Ao passar pela
donzela do serviço ordenou-lhe que chamasse o Pança; ao que a ela respondeu:
- O Pança está de
férias, Alteza.
- O Pança não tem
direito a férias. Mande-o vir, e rápido… - ordenou o Príncipe.
- Vou tentar, Alteza
– respondeu, com reservas, a donzela.
Mal se tinha sentado,
estava ainda a digerir as reservas da donzela, e já esta se apresentava à porta
para informar Sua Alteza que o Pança estava a banhos no Sul…
- Ligai-lhe, e passai-mo…-
ordenou o Príncipe.
- Assim farei, Alteza
– retorquiu a donzela.
Daí a pouco estava a
donzela a informar que tinha o Pança em linha. O Príncipe atendeu, e começou
inquirindo:
- Por onde andas
Pança? Porque vos ausentastes neste momento crítico?
Ao que o Pança
respondeu, seguro: - estou de férias, Alteza! Também mereço…
- Um escudeiro, fiel
e próximo, não tem direito a férias – deve estar sempre disponível para o seu
Amo. Fizeste de propósito, malandro? Perguntou o Príncipe em tom provocatório.
- Credo, Alteza! Não
sejais assim comigo... Eu dedico o dever, assim como a alma, primeiro a Deus,
depois a Vossa Alteza – afirmou, condoído, o Pança. E acrescentou: mas também
preciso de uns dias de bom-passadio com a família...
- Ausentastes-vos e deixastes-me
sozinho no período mais crítico – afirmou o Príncipe.
- É por pouco tempo,
Alteza – contrapôs o Pança. E o Senhor não está sozinho: tem a sua equipa, os
mandatários …
- Não me lembreis
coisas tristes… – afirmou o Príncipe - Perdi a confiança nos ministros, e eles
em mim; se alguma vez a houve…
- Não acredito... Tenho
lido - como é minha obrigação (mesmo em ócio) - os boatos que eles inventam ou reproduzem
no sítio subversivo, mas não os levei a sério. Aquilo é só para nos destabilizar.
Não valorize, Alteza; o povo está sereno e controlado – é muito fiel ao partido
do regime - …- contrapôs o Pança.
- Gostava de acreditar
no que me dizeis, Pança; mas não posso: estamos rodeados de inimigos...-
afirmou o Príncipe.
- Acreditai-me,
Majestade; as coisas estão controladas: a oposição está abafada, e o Inimigo
será posto na ordem no momento certo. Deixai-o aos cuidados do meu desprazer – contrapôs,
novamente, o Pança.
- Não digas sandices,
Pança. Como coisas estão, corro sérios riscos de ser derribado do poder por um velho tonto. Dize-me, Pança: haverá maior humilhação...? – perguntou, afirmando,
o Príncipe.
- Não gosto nada de o
ver tão inseguro…. É mau presságio…- referiu o Pança
- É a realidade,
Pança: os inimigos estão no nosso seio. O que designas por Inimigo é só adversário,
e previsível…- afirmou o Príncipe. E continuou: - preciso de ti, aqui, no
terreno…Há muito trabalho sujo para fazer, e para esse tipo de trabalho não se
encontra facilmente quem o saiba ou o aceite fazer.
- Esta fase é de formalidades…E
o Senhor está muito bem apoiado por dois correligionários doutos em leis –
afirmou o Pança.
- Enganas-te, Pança:
o da propaganda já saltou fora; e no Trincaferros não posso confiar…
- O Senhor não confia
em ninguém…Como é que quer que as pessoas confiem em si? – perguntou,
afirmando, o Pança.
- Já falaste demais,
Pança; e estais no mesmo registo dos outros… Entupíeis-me os ouvidos com
palavras que de todo me são insuportáveis. Mas devíeis saber – se não o sabes,
já - que te despacho mais facilmente do que aos outros. Faço-te voltar para
Contador-de-notas - se eles lá te aceitarem -, e acabo-te com a vida boa …-
ameaçou o Príncipe.
- Fazei o que entenderdes,
Senhor; já estou, também, por tudo…Esta vida de escudeiro é muito desgraçada e
pouco agradecida. E com um amo como o Senhor já vi que nunca chegarei a
cavaleiro. O que eu quero mesmo é tornar-me governador do meu condado e
fazer-me cavaleiro – concluiu o Pança.Miguel Saavedra
10 de agosto de 2017
Abusos dos autarcas-candidatos e uma sugestão para lhes por cobro
Sempre que nos
aproximamos de eleições autárquicas a Comissão Nacional de Eleições, órgão que
assegura o regular funcionamento das eleições e das (pre-)campanhas, vê o seu
volume de trabalho aumentar exponencialmente.
Como assevera Manuel Carvalho no
Público, “O número de queixas que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) recebe por
esta altura é um bom indicador da mobilização cidadã e, ao mesmo tempo, a prova
de como o abuso de poder, o uso de recursos e de funções públicas para funções
partidárias, o sectarismo faccioso e o personalismo caudilhista continuam a
contaminar o ambiente em que eleitores têm de fazer as suas escolhas”.
Manuel Carvalho acerta
na muche. Os órgãos de administração autárquica têm de cumprir com os seus
deveres de imparcialidade e de neutralidade e, por isso, não podem incorrer em
atividades que beneficiem qualquer partido político nem qualquer candidatura
autárquica. Sobre isto a legislação é cristalina e não deixa sombra de dúvida.
Por exemplo, no nº 4 do artigo 10.º da Lei n.º 72-A/2015 consta que a
partir da publicação do decreto que marca a data das eleições (no caso das
autárquicas 2017 a publicação foi a 12 de maio) “é proibida a publicidade
institucional por parte dos órgãos do Estado e da Administração Pública de
atos, programas, obras ou serviços, salvo em caso de grave e urgente
necessidade pública”.
Se há por todo o país um
lado negro de abuso de poder e autoritarismo caciquista nas eleições
autárquicas, esse lado negro não podia faltar aos executivos autárquicos do
concelho de Pombal. Num período de 10 dias, de 28 de julho a 6 de agosto,
podemos encontrar o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Pombal e cabeça de
lista pelo PPD-PSD ao mesmo órgão, Diogo Mateus, em 36 fotografias publicadas
na página de Facebook do município.
Como seria de esperar, nenhum outro munícipe está tão insistentemente
representado na página como Diogo Mateus.
Mas, como se o abuso
fosse pouco, o PPD-PSD, por via dos executivos autárquicos que controla, decide
dar mais um passo no terreno da ilegalidade e do desaforo e convida os munícipes a
participarem na “apresentação das Obras de Construção do
Centro Cultural e do Mercado do Peixe do Louriçal, a decorrer no próximo dia 14
de Agosto, pelas 18h 30 na Junta de Freguesia do Louriçal”. O que está
em causa é uma verdadeira ação de campanha eleitoral do PPD-PSD promovida com a
chancela de duas autarquias locais, a Câmara Municipal de Pombal e a Junta de
Freguesia do Louriçal.
Esta forma de atuar
destes dois órgãos municipais do concelho, ilustrada tanto pela cascata de
fotografias de promoção de Diogo Mateus como pelo convite para a apresentação
de projetos de obras, tem objetivos eleitorais que são por demais óbvios e
viola a lei e os deveres de imparcialidade e neutralidade dos órgãos da
administração autárquica. O pior que podemos fazer é olhar para casos como
estes e encolher os ombros, pois estaremos a permitir que do opróbrio aos
nossos direitos democráticos se faça regra. A participação à CNE é, portanto,
algo que devemos encarar como um dever de cidadania. Sobre estes dois casos já
fiz seguir a devida participação. Caso o/a leitor(a) se aperceba de outros
atropelos semelhantes, incito-o/a a participá-los para cne@cne.pt,
preenchendo este formulário ou
ligando para o 21 3923800.
NB: Deixo o meu agradecimento
ao Farpas por, nas suas próprias palavras,
“abrir a porta do blog à opinião de todos os candidatos autárquicos que
entendam partilhar artigos”. Num concelho onde escasseiam meios de comunicação,
esta é uma forma do Farpas Pombalinas prestar um serviço público à população do
concelho.
Farpas Convidadas: Gonçalo Pessa (Cabeça de Lista do BE à CMP)
9 de agosto de 2017
Vila Cã: o triunfo das mulheres, a derrota do PS
foto da Ana Tenente in Pombal Jornal
A freguesia de Vila Cã continua pequena no tamanho e grande em disputa autárquica. Em quatro anos, muita coisa mudou. Maria José Marques (PSD) passou de primeira apoiante de Ana Tenente para principal adversária no acto eleitoral que se aproxima. Ana Tenente, actual presidente da junta, perdeu exército mas volta a batalhar como independente, com o apoio de Narciso Mota. O CDS vai a jogo com Liliana Silva - a jovem e dinâmica presidente da associação local, no dizer da JSD. E o PS, que ainda há oito anos alcançou 40% dos votos, fica de fora. A um partido que quer ser levado em conta como alternativa ao poder exige-se mais do que isso, numa terra em que até os independentes formam listas.
Pergunta indiscreta
Nos últimos quatro
anos, quem é que construiu mais muros: Benjamin Netanyahu na faixa de
Gaza ou D. Diogo em Pombal?
8 de agosto de 2017
Autárquicas 2017: a virtude está nos extremos
Se as eleições autárquicas servissem apenas para trazer jovens dinâmicos e com potencialidades para a vida política pombalense, já valeriam a pena. Este ano temos a sorte de poder contar com Gonçalo Pessa, candidato pelo BE à Câmara Municipal e (apesar de não o conhecer tão bem e, por isso, me abster de comentar mais) Sidónio Santos, candidato à Câmara Municipal pelo CDS-PP.
O que gostaria de destacar é o empenho com que ambas as candidaturas se apresentam. Mesmo sabendo que os seus objectivos não passam pela conquista do poder, tanto o BE como o CDS-PP mostram ambição de eleger um vereador e lutam por isso. No caso do BE, a eleição de um elemento para a Assembleia Municipal já seria uma vitória eleitoral. Daí que o partido faça muito bem em assumir a estratégia de promover a candidatura de Célia Cavalheiro ao mesmo nível da candidatura de Gonçalo Pessa.
Uma palavra final para Gonçalo Pessa. Para além de ser um jovem inteligente e muito bem formado, tem conseguido marcar a agenda política local com iniciativas de grande mérito. Para começar, a apresentação da sua candidatura decorreu num evento de âmbito nacional (o Inconformação 2017, realizado na Escola Secundária de Pombal). Depois, conseguiu trazer a Pombal, no Domingo do Bodo, a líder do seu partido para participar numa iniciativa de pré-campanha. Muitos parabéns; nem todas as candidaturas se podem orgulhar desse feito!
7 de agosto de 2017
Fumo laranja (IV), queimado
Depois de muita
revolta e ameaças, D. Diogo (lá) consegui formar lista e fazê-la engolir pelo
partido e vereação.
Guilherme Domingues cai
do lugar do morto e sai da lista. Há quem diga – no partido e fora dele – que é
melhor assim: cair já – mais vale cedo do que tarde. Para o seu lugar foi repescado Pedro Murtinho.
Ana Cabral fica em número
dois; contra a vontade de uma boa parte do partido. Ana Gonçalves é desgraduada
para a quarta posição, atrás da sua funcionária – mais vale isso, do que nada.
A doce Catarina foi mesmo despachada para o decorativo sexto lugar, e engoliu em seco.Adenda: a lista do Pedro – essa sim – é uma coisa à-séria, e à-primeira. Da do PS não damos notícia – eles não querem que se saiba!
Obras tortas em Abiúl
Abiúl é, por estes
dias (que deveriam ser de festa e oração), uma terra fora da Graça de Deus:
obras tortas, igreja fechada e traições.
A câmara e a junta
tiveram quatro anos para requalificar o centro da vila; mas, por conveniência
ou incompetência, empurraram a intervenção para o final do mandato. Depois,
fruto da contestação dos abiulenses, andaram com o projecto para trás-e-para-a-frente,
simulando uma abertura que nunca existiu. Resultado: ficou tudo (ou quase) na
mesma, menos o atraso e os transtornos, porque não conseguiram concluir as
obras antes da realização das festas anuais.
As obras na igreja padecem
dos mesmos pecados das realizadas no centro da vila (são duas faces da mesma
moeda): intervenções sem planeamento, sem critério e sem estudo; que geram a contestação
de muitos abiulenses, porque destroem equipamentos valiosos e irrecuperáveis. Resultado:
obras embargadas e igreja fechada no mês - Agosto - mais crítico do ano – festa anual da
N.ª Sr.ª das Neves e grande ocorrência de casamentos e baptizados.
Pelo meio muita
traição e muito pecado mortal. E sem os confessionários disponíveis.4 de agosto de 2017
Última hora: fumo laranja, III*
*post em (constante) actualização
Não há fumo sem fogo, já se sabe. A estrutura política do PSD vai reunir ainda hoje para baralhar e dar de novo na lista à Câmara. O que quer dizer que a ordem (divulgada aqui no Farpas esta manhã) deverá ainda sofrer alterações. O ambiente nos corredores do Convento do Cardal durante o dia de hoje era quase de Dia do Juízo Final. Se por um lado o nome de Ana Cabral é bem recebido, Ana Gonçalves não terá visto com bons olhos ser ultrapassada por uma funcionária até agora sob a sua alçada. E as entradas de Guilherme Domingues e Pedro Brilhante para os lugares de dois vereadores que tanto trabalharam ao longo do mandato (Pedro Murtinho e Catarina Silva) não caíram bem. Aguardemos então pelos desenvolvimentos, até que as listas sejam apresentadas no Tribunal, segunda-feira que vem, último dia.
Autárquicas 2017: onde está o Wally?
Jorge Claro é uma pessoa íntegra e com o PS até poderia conseguir um resultado muito interessante nestas eleições, sobretudo num cenário de grande dispersão de votos no PSD. Se número de vereadores ficasse distribuído na forma 4 (PSD) + 3 (PS) + 2 (PH), Claro teria que ter a habilidade para construir uma geringonça que o fizesse assumir o poder.
Mas Jorge Claro tem dois problemas que poderão ser fatais: um é o PS e outro é ele próprio. O PS deveria trabalhar muito mais e não permitir a rebaldaria de opiniões que grassam nas suas hostes. O que vemos actualmente é um partido descrente e pouco focado, incapaz de ganhar eleições e gerir a Câmara. A Jorge Claro - que praticamente desapareceu do mapa em Abril, logo após a apresentação da sua candidatura - falta-lhe o chamado "killer instinct" e, sem ele, não conseguirá sobreviver no mar de tubarões que é a nossa política concelhia.
Fumo laranja (II)
A ordenação da lista
que foi soprada ao Farpas foi alterada na reunião da comissão política.
A Ana Cabral salta
para numero dois – o lugar do morto – e o Guilherme Domingues entra para número
três.
O Fernando Parreira
foi-se, finalmente. O Pedro Murtinho, a Catarina Silva e o Renato Guardado
acompanham-no.
A JSD coloca o Pedro
Brilhante no quinto lugar.
Fumo laranja
Estava difícil, mas finalmente
habemos fumus laranja: lista do PSD à CMP.
Guilherme Domingues
entra no lugar do morto, e a Ana Cabral reveza Catarina Silva.
O Fernando Parreira
foi-se, finalmente. E o Renato Guardado acompanha-o.
Pelo meio, o lugar da forte JSD
é dado a Pedro Brilhante – um brilhante sétimo lugar.
3 de agosto de 2017
Autárquicas 2017: luta de galos
O PSD é a única força política capaz de ganhar eleições em Pombal. Nas últimas décadas, o partido tem gerido o concelho a seu bel-prazer, sem qualquer oposição externa, contanto apenas com o Farpas como a única voz incomodativa.
Com o objectivo de quebrar o tédio, ou apenas por inabilidade política, a concelhia social-democrata criou as condições para gerar o seu inimigo internamente. A decisão de conduzir Narciso Mota a Presidente da Assembleia Municipal e a triste novela do penico do Cardal contribuíram decisivamente para se instalar uma inédita luta de galos no seu seio. A pergunta que hoje se faz é: será que o galo velho ainda tem forças para pôr na linha o galaró e tirá-lo do poleiro? Eu aposto que não.
Narciso Mota não só não vai ganhar as eleições como corre o risco de ser humilhado. E, quanto a mim, é um resultado justo: Narciso não merece voltar a presidir os destinos da nossa Autarquia. Apesar do trabalho que tem conseguido fazer na elaboração das listas concorrentes às Juntas de Freguesia, o seu projecto político está esgotado e o povo não lhe irá perdoar aquilo que entende como uma traição.
O velho galo, sem a mesma força anímica de outros tempos e uma equipa credível, será facilmente depenado pelo vaidoso galaró e as suas hostes aguerridas.
2 de agosto de 2017
Crónica de polícia - o circo de feras no Bodo
Quem assistiu à cena de segunda-feira à noite pôde testemunhar para que serve, todo o contingente policial distribuído pelo recinto dos espectáculos nas noites do Bodo. Diz o auto de notícia que "o suspeito encontrava-se a incomodar, nomeadamente, (a pontuação é deles...) a empurrar diversos populares no decorrer do concerto, e por não ter cessado a sua conduta, após ter sido alertado diversas vezes por parte da equipa de segurança destas festas".
Quem assistiu à cena de segunda-feira à noite, em frente ao palco onde tocavam os Xutos & Pontapés, julgou tratar-se de um perigoso terrorista que ali perpetrava um atentado contra o sossego de quem vai assistir a um concerto, sobretudo a um concerto de rock. Meia dúzia de polícias imobilizaram o espectador "com a força física estritamente necessária, nomeadamente, técnica de mãos livres, por forma a retirar o suspeito do meio da multidão".
O suspeito é perigoso quanto isto: chama-se Pedro Brazão, vive e trabalha em Londres, está quase cego. Veio de propósito a Pombal para assistir ao concerto da banda. Esqueceu-se, porém, que nem tudo é normal em Pombal ocidental (nem oriental, nem em quadrante nenhum). E lembrou-se de dançar e saltar num concerto dos Xutos. Quem é que se lembra de uma coisa dessas?
A atitude violenta da polícia impressionou quem estava por perto. Calculamos que foi a coroa de glória na actuação de várias noites, em que o contingente foi exímio na prevenção. Atente-se, por exemplo, na quantidade de adolescentes que poderiam ter ficado alcoolizados até ao limite se acaso os bares lhes vendessem bebidas alcoólicas. Ainda bem que temos no Bodo tanta polícia para prevenir e assegurar a ordem... com os homens de 40 anos. Que importunam quem quer estar sossegado e tranquilo em frente ao palco, num concerto daqueles.
1 de agosto de 2017
Autárquicas 2017: o bom samaritano
O ambiente político em Pombal está ao rubro. A principal causa desta agitação prende-se com o caos provocado no laranjal pela candidatura de Narciso Mota à Câmara Municipal.
Os que, como eu, gostam da discussão política acesa, devem um agradecimento muito especial ao presidente da concelhia social-democrata. Ao querer agradar, simultaneamente, a gregos e a troianos, o jovem político revelou-se impotente para gerir situações de conflito. As indiscutíveis qualidades humanas do bom samaritano são, ironicamente, as suas maiores fraquezas enquanto político.
Pedro Pimpão será, com probabilidade um, o próximo Presidente da Junta de Pombal, o que não significa que tal acontecimento tenha necessariamente que ocorrer. Com um vasto curriculum político, muito superior ao dos seus adversários, Pedro Pimpão pode orgulhar-se de apresentar como o seu maior legado a actual crise do seu partido. Após o fracasso como líder da concelhia a que presider, que garantias poderá dar aos eleitores de que não irá repetir a façanha na Junta?
31 de julho de 2017
Alerta de tsunami em Pombal
As autoridades informam
que as condições climatéricas se agravaram nas últimas horas ao ponto de poder ocorreu
um tsunami em Pombal. A Oeste já se
fizeram sentir os efeitos que se alastrarão a todo o concelho.
As autoridades
aconselham a população a não sair de casa e a trancar portas e janelas.
A câmara mandou interromper
as Festas do Bodo até que estejam asseguradas as condições de segurança.
O PSD cancelou a
apresentação dos candidatos às juntas de freguesia devido ao agravamento das
condições climatéricas. Os outros partidos não cancelaram nada porque não
tinham nada agendado.
Grilo já não canta no PSD
Foto: PSD Pombal, publicada no facebook a 24 de Junho último. Antes, esteve para ser mandatário.
A estrutura local do PSD está imparável na prossecução dos seus objectivos. Há oito dias, na reunião em que aprovou o nome de Fernanda Guardado para encabeçar a lista à Assembleia Municipal, o círculo serviu para fazer uma espécie de elogio fúnebre de José Grilo Gonçalves, antigo presidente daquele órgão, remetendo-o para um hipotético segundo lugar. O médico pensou sobre o assunto mas não aceitou a desfeita. E esta manhã colocou um ponto final na brincadeira, tornando efectiva a sua indisponibilidade para assumir qualquer lugar. Aqui no Farpas sabe-se que José Grilo manifestou, no entanto, outra disponibilidade: a de integrar a lista para a assembleia de freguesia do Oeste, pois que ainda é a Guia (sua terra natal) que o faz correr. Porém, essa sumidade autárquica que é Manuel Serra terá travado a intenção. (Fazer reuniões abertas no salão dos bombeiros para constituir a lista, convidar apaniguados e adversários, por sms, com o desafio "apanhe o barco também" e depois mandar outros borda-fora...é muito feio).
A realidade - que aqui consegue superar a ficção - mostra como, afinal, a cisão Narciso/Diogo não esgota as divisões no partido. E juntos seriam mais fortes, sim...
29 de julho de 2017
Pedro, o amoroso
O Pedro propagandeia
por aí que ama Pombal. O Pedro é um amor de pessoa, e um verdadeiro apóstolo do
“Amor” - à imagem e semelhança de Santo Agostinho. O Pedro vive de e para o povo, de e para Deus.
Agostinho definia o povo como “o conjunto da multidão de
seres racionais associado pela concordância comum das coisas que ama”. E se o
povo amava Deus, também podia amar a Pátria e a polis. Para Agostinho o amor a Deus e/ou o amor à Pátria seria o
antídoto ao egoísmo humano (chamado de amor-próprio), sempre subjacente na
espécie humana, e sempre combatido pelo cristianismo.
Foi Agostinho que introduziu
a teologia do “Amor” na Política e transformou o “Amor” no mais refinado
artifício do cristianismo para obter vantagem sobre as demais religiões/forças,
porque sabia que na palavra “amor” há algo tão ambíguo, tão sugestivo e tão
esperançoso; que até a mais fraca inteligência ou o mais frio coração percebe e
sente o cintilar desse termo. O feitiço do amor tem a capacidade de agir à distância,
de aproximar vontades e anseios, de diluir fronteiras entre “alter” e “ego”, de
fundir subjectividades envolvidas; e tudo sem lesar a própria integridade.
A Teologia do Amor predominou
durante toda a longa Idade Média, e só foi verdadeiramente desmontada pelo Liberalismo
quando Mandeville demonstrou que o que se chama de virtudes também advém do
amor-próprio, do espirito-livre e do livre-arbítrio; o que obliterou a
antiquíssima distinção entre o vício e a virtude.
O ascético Pedro cresceu
no caldo da Teologia do Amor; e fez-se uma mescla de político e apóstolo do evangelho
amoroso-altruísta - do “amor ao próximo”. O Pedro é um político rico; mas, se Pombal
o amar, convinha que fosse um rico político: fiel, próximo, presente. Senão,
mostra que é só amor ao poder, que o homem político é um piedoso falso. E disso
já estamos bem servidos; e em dose-de-cavalo.
28 de julho de 2017
O Estado da Nação Política Local
Em ano de eleições, que vai
determinar a mudança de muitos titulares de lugares políticos no nosso
distrito, importa analisar o “Estado da Nação”, a nível local, antes de
ocorrerem essas mudanças.
Previamente, é importante deixar
aqui expressa a minha preocupação quanto ao que se diz estar a passar-se em
Ansião. Não acredito ser verdade que, encontrando-se ainda em funções, o atual
presidente de Câmara seja “sócio” de um empreendimento situado no seu concelho
que, alegadamente, lhe servirá de garantia de futuro quando devolver a cadeira
do poder a Fernando Marques. Seria mau demais que alguém, que tutela o licenciamento
de obras e a fiscalização das mesmas, dado que tem o poder político máximo no
seu concelho, aceitasse uma qualquer parceria como se fosse um mero cidadão
comum. Por isso, não acredito que seja verdade! De resto, Rui Rocha, ao
devolver a cadeira do poder ao seu dono, tal como Medvedev fez a Putin na
Rússia, demonstra um calculismo político e uma frieza próprios de um autêntico
eslavo. Não há dúvida que, do ponto de vista político, foi o mais eficaz
possível. O PSD vai manter a Câmara de Ansião não correndo Rui Rocha os riscos
suicidários do líder da concelhia de Pombal. Dessa forma, enquanto presidente
da Distrital, assegura desde logo o lugar de deputado nas próximas
legislativas. De se lhe tirar o chapéu! Ao invés, Pedro Pimpão, sabendo que
está politicamente morto se perder a Câmara em Pombal, nem sequer arriscou ir
como número dois de Diogo Mateus refugiando-se numa candidatura patusca à junta
de freguesia de Pombal, com vitória garantida, assegurando, assim, emprego por
mais quatro anos. Tenho de ser justo e deixar aqui patente a minha vénia pela
sinceridade de Pedro Pimpão que, na apresentação da sua candidatura, disse concorrer
por causa da sua família. Toda a gente sabe isso, mas ficou bem tê-lo assumido
publicamente. Apesar de não ter tido coragem de arriscar ir na lista de Diogo
Mateus à câmara, renegando assim Sá Carneiro, teve a dignidade de fazer essa
confissão.
Como já escrevi no humorístico
"Farpas Pombalinas", Narciso Mota, por sua vez, está prestes a fazer
Haraquiri ao escolher para número dois o ex-vereador Micael António, conhecido
como «o vereador do turno da tarde», quando dispõe de nomes fortíssimos como é
o caso do Médico Emanuel Figueiredo, figura local estimada por todos, e do
Coronel José Alberto Cordeiro Simões que dispõe de um curriculum
impressionante, e tem, inclusive, o tirocínio de General. Meter «o miúdo»
nestas condições é pura loucura que o fará perder as eleições. Escrevi também no
humorístico «Farpas» que não acredito em imaturidades comportamentais perpétuas
nem irreversíveis e que Micael António não irá, seguramente, cometer os erros
do passado e poderá até ter um lugar, recuado, na lista e ser útil a Narciso
Mota no caso de este ser eleito.
26 de julho de 2017
Guardado está o lugar para a candidata do PSD
Depois de muitos avanços e recuos, de convites e recusas, sobrou para Fernanda Guardado o lugar de cabeça de lista à Assembleia Municipal. Estamos em crer que o PSD não poderia ter feito melhor escolha, pela notoriedade que tem em todo o concelho de Pombal esta líder das mulheres social democratas. As características que lhe são conhecidas - sobretudo a sua capacidade de encaixe e respeito pelos adversários - coadunam-se sobremaneira com o lugar a que se candidata. Imaginamos daqui a reacção de Ofélia Moleiro (que é candidata do movimento Pombal Humano, ao lado de Narciso Mota) quando soube(r) da novidade. E resta agora saber se José Grilo (a quem o PSD tentou contentar com o falacioso lugar de presidente da comissão de honra) se sentirá em condições de secundar tão ilustre personalidade. O resto da lista também há-de ser um arrojo. Mas deixemos o partido fazer esse anúncio com pompa e circunstância, ou algum espaço à imprensa da terra para dar notícias.
25 de julho de 2017
O mistério da constituição das listas
Da esquerda para a direita (literalmente): Anabela Cordeiro, Victor Cardoso, Elisabete Gonçalves, Jorge Humberto Carvalho, Domingos Doutel(coordenador autárquico nacional), Fernanda Silva, Sidónio Santos, Manuel Isaac (presidente da distrital), Telma Silva, Pedro Gomes e Henrique Falcão. créditos: Fábio Gonçalves
Falta pouco mais de duas semanas para a entrega, em tribunal, das listas candidatas aos diversos órgãos autárquicos - e até agora apenas o CDS apresentou a sua. Fê-lo ontem à noite, numa sessão bastante participada - de gente e de entusiasmo. Se o resultados das eleições se medisse assim, podíamos já avançar que o CDS ultrapassaria o PS na contagem dos votos. O cabeça de lista, Sidónio Santos, deu uma lição à tradicional oposição socialista, no que respeita à forma e ao conteúdo com que se dirigiu ao auditório. O que falha naquele partido é a falta de sintonia: enquanto o candidato à Câmara aponta as armas ao poder instalado, o candidato à Assembleia fala de "diálogo e consenso", de "estabilidade política e governativa". Se assim não fosse, outro galo cantaria na oposição em Pombal, como de resto já se percebeu pela intervenção do mesmo Sidónio Santos na Assembleia de Freguesia...
Entretanto, no PS, nada se sabe desde a apresentação, em Abril. E no PSD - que tinha outra obrigação para com um eleitorado que lhe é tão devoto e fiel - a equipa de Diogo Mateus continua a ser uma carta fechada. Entre os vereadores (quase) ninguém sabe que vida vai ter depois de 01 de Outubro. Temos cá um palpite para o nº 2 - ou para reforço, se quiserem - por imposição do partido. Mas deixamos esse post para que tenha o devido destaque e mostre como, na política e na vida, há seres manifestamente invertebrados.
Sandra Barros muda-se para o PSD
O namoro era antigo, e aqui no Farpas já há muito que vaticinámos como é que o PSD estava pronto a fazer uma pega de caras, em Abiul, uma das duas freguesias que em 2013 perdeu - dessa feita para o CDS. Agora é certo: Sandra Barros, a actual presidente da junta, vai mudar de camisola e vestir de laranja nestas eleições autárquicas. O CDS promete uma conferência de imprensa para os próximos dias, episódio que se adivinha interessante nesta novela.
Quanto à candidata, ninguém lhe pode levar a mal: depois de ter integrado uma lista candidata pelo PS, depois de ter ganho a junta para o CDS, tem todo o direito de querer experimentar novas sensações. Está tudo pronto para dançar o despacito?
21 de julho de 2017
Onde se dá conta das preocupações e dos planos da Princesa e do Príncipe
No período entre a
missa matinal e o almoço domingueiro, a Princesa e o Príncipe tiveram,
finalmente, a conversa que vinha sendo adiada sobre a sua pouco firme situação.
A Princesa começou
por descrever o ambiente que se vive no reino, comparando-o ao que se viveu na época
mais gloriosa da alta Roma, pouco antes de cair o grande Júlio:
- Conta-se que saíram
dos sepulcros os cadáveres em seus lençóis, gemendo pelas ruas. Depois,
chuviscou sangue e apareceram manchas no Sol”. E concluiu: - Idênticos sinais
de cruéis eventos, percursores de agouros eminentes, andam no ar. Estamos no
meio de uma borrasca que pode dar em guerra fratricida. Tremeram-lhe os lábios
ao expressar tão ruim presságio, e rematou: - se Deus com sua infinita
misericórdia nos não socorre, estamos perdidos.
- Bem sabeis que a vida
dos príncipes está sujeita a mil perigos e desventuras, mas, com coragem,
habilidade e a bênção do Senhor, havemos de vencer – sentenciou o Príncipe.
- Já estive mais
segura, Alteza – retorquiu a Princesa. O Inimigo bajula muito o povinho, de uma
forma que parece mergulhar-lhes no peito. E o povinho desta terra serve apenas
para luz emprestar a criatura tão pífia, que tem mais de bruto que de pessoa ajuizada.
- Não me alegra vê-la
tão desesperançada! Ficai serena e confiai em mim – asseverou o Príncipe. E
continuou: - O partido sabe arregimentar os apoios necessários – vede como o
beato Ilídio o a sua amanuense o fizeram recentemente, com o passeio dos idosos
e o respectivo comprometimento. E eu, do trono, estou determinado, com o apoio
do meu fiel escudeiro, a tudo fazer para seduzir os seduzíveis.
- Desculpai-me a
sinceridade nefasta: se, contra tanta adversidade, Vos apoiais só no partido e
no Pança, estais perdido. Há muito que andais rodeado de zombadores e amigos de
cochichos - gente licenciosa e sem princípios - que faz jogo duplo – afirmou a
Princesa.
- Mas preciso deles
para este combate mata-mata – disse o Príncipe.
- Devíeis apoiar-vos
mais no povo… ficar mais próximo dele. O que vos aproveita ir para Marrocos com
a Marquesa, em passeio? – Perguntou a Princesa. E deu a resposta: - Em Marrocos
não há votantes, e a cruz da Marquesa há muito que está conquistada.
- Estais mal-humorada…-
disse o Príncipe.
- Estou é a ver a
nossa vida a andar para trás - afirmou a Princesa. E acrescentou: - É altura de
pensarmos em nós mesmos e nas nossas crianças.
- E o que propõe,
Você? – Perguntou o Príncipe.
- Para começar, tiramos
as crianças desta terra (das escolas desta terra). Bem sei que Você tem tentado,
com o tal EPIS, melhorar as coisas. Mas nada mudou – o povo não muda. Logo, não
podemos deixar as meninas, educadas com tanta "finesse", misturadas, muito mais tempo, com os garotos dos bairros
sociais e do campo, expostas à ordinarice, aos piolhos e às carraças.
- Concordo…- anuiu o Príncipe.
E acrescentou: - o que não nos falta é problemas com as escolas…
- As escolas desta
terra não têm regras, dirigentes à altura e educadores capazes. O rapaz vai
para a capital e as meninas têm que ir para o Colégio Conciliar da Maria Imaculada,
que lhes proporciona educação distinta e o acompanhamento cuidado das irmãs. Eu
farei com gosto o esforço diário das viagens de ida e vota. Depois, se as
coisas correrem mal dia 1 de Outubro abandonamos esta piolheira – rematou a Princesa.
Miguel Saavedra
18 de julho de 2017
Pedro, guardador de votos e de sonhos
Passou uma semana desde aquela apresentação de Pedro Pimpão como candidato à junta de Pombal, e demorámos a recuperar de tamanho banho de esperança no futuro, em que tantos vieram de longe para ver e ouvir. É a candidatura do bem, do bom e do belo, por isso não há muito a dizer sobre a terra onde ele não vive. Pombal é - já se sabe - a freguesia perfeita, notável e extraordinária, onde as crianças crescem felizes, os papás têm todas as condições de vida para as criarem, e os avós podem limitar-se a sorrir, apenas e só, sem preocupações. O parque verde estava prometido para este mandato que agora finda mas...tarde é o que nunca vem.
Percebemos a "forte aposta na educação", a aplicação para gerir as ementas nas escolas (isso da qualidade da comida já se sabe que não é verdade, Pedro, até foi constituída uma comissão de provas mas só para os mais velhos, os pequenitos exageram sempre, não há razão para lhes dar ouvidos, como bem pode atestar o -ainda- presidente da Junta). Também falaste da acção social. Mas Pedro, haverá mesmo necessidade? Teremos na freguesia algum número significativo de crianças carenciadas? Confere lá os dados com a Componente de Apoio à Família...talvez não haja necessidade de manchar minimamente este quadro perfeito...
Também gostámos de te ouvir dizer que a tua não é "uma candidatura do PSD... é de toda a gente". O partido é que não, mas como o presidente és tu, quem é sabe, hã?
Nessa tua senda de "promover o bem-estar e a felicidade" apreciámos a solução airosa que arranjaste para integrar o senhor Escalhorda, através do anunciado "Conselho da Comunidade". Quem mais haveria de tratar de estradas e valetas? Sabemos que não conseguirás chegar a todo o lado, mas acreditamos que continuarás a esforçar-te para isso, para "fixar pessoas e criar emprego". Não é que seja preciso, mas nesse plano traçado para os próximos 10 anos (8, vá...) ficará bem uma certa "cultura de inovação e empreendedorismo", coisas modernas como "start-ups e novos negócios". Tu bem sabes que "temos empresários extraordinários que podem ajudar os mais jovens" e isso vê-se, todos os dias.
E enfim, Pedro, ficamos à espera do tal encontro com todos (aí nos incluímos) para vermos do programa. A lista, já sabes, pouco importa, até porque se é feita de gente extraordinária (e notável), não vemos necessidade de a apresentar. Também não vemos grande necessidade do formalismo das eleições, até porque tu já ganhaste - como tão bem notou o senhor Nascimento Lopes, no seu melhor discurso de todo o mandato. A oposição tem-te temor (lembrou bem o Diogo Mateus) e se amasse a sua terra como tu e só tu, abdicava desse devaneio a teu favor. Contamos contigo à segunda, como prometeste. No resto dos dias cá nos havemos de arranjar.
#notável&extraordinário
17 de julho de 2017
Quo vadis PS?
Com o governo em alta
nos estudos de opinião, a economia a crescer em força e a confiança das
famílias no valor mais alto deste século; o PS teria tudo para fazer um grande
resultado nas eleições autárquicas. Em Leiria não o terá, provavelmente. Não
são necessários estudos de opinião ou recolher o sentimento das populações para
o afirmar; basta falar com os dirigentes do partido no distrito - é raro
encontrar um que acredite num bom resultado, mesmo entre os que são candidatos.
Se exceptuarmos Leiria,
Marinha Grande e Nazaré - onde o partido está a trabalhar bem e ganhará as
eleições (Marinha Grande será difícil) -, a noite de 1 de Outubro não trará
boas noticias para os militantes e apoiantes, no distrito. Seria conveniente que
os dirigentes e militantes tivessem consciência que o partido, se não crescer
nestas eleições (onde beneficia de uma conjuntura geral muito favorável), terá,
nos próximos anos, um futuro sombrio na esmagadora maioria dos concelhos do
distrito. Mas tão importante como perspectivar este cinzento cenário, é perceber
as causas internas do provável falhanço e corrigir o que ainda for corrigível.
O partido - na
federação e na esmagadora maioria das concelhias - não tem estratégia, não tem
discurso nem coordenação mínima. Actua de forma desgarrada, atabalhoada e simplista;
queima etapas, pessoas e imagem; faz más escolhas sem
necessidade, vezes demais. Só assim, com tanto erro, é possível levar uma "chapelada" do adversário (PSD) mais enfraquecido que o partido alguma vez enfrentou.
PS: No norte do
distrito o desenlace estava traçado, mas a tragédia recente introduziu grande
incerteza que pode beneficiar o PS.
16 de julho de 2017
O desfalecimento de Pombal vê-se bem pela taxa de natalidade
O desfalecimento de Pombal
é evidente em todos os indicadores económicos ou sociais.
Os indicadores demográficos
são os mais eficazes a captar a realidade e a tendência de longo prazo.
O
Eurostat divulgou as estatísticas sobre a taxa de natalidade referentes a 2016. De entre os concelhos
do litoral, com costa, Pombal apresenta a pior taxa de natalidade - com clara tendência de descida. Só Alcobaça, Cantanhede, Mira e Caminha estão no mesmo grupo - 5,6 a 6,6 nascimentos por mil habitantes.
Mais palavras para
quê? Os nascimentos não enganam.
13 de julho de 2017
Oh da guarda…
Em Vila Cã os casos graves sucedem-se: a "presidenta"/funcionária compra e vende, contrata e descontrata,
faz e desfaz, sem dar cavaco a ninguém.
Agora, alterou o
contrato vitalício com a empresa que explora a pedreira para benefício desta e
prejuízo da Junta, sem autorização da assembleia de freguesia e, ao que se diz,
com a colaboração de dirigentes do PSD local.
A promiscuidade da
situação presidente/funcionária, conjugada com o resto que se conhece, só
poderia dar nisto. Um caso de polícia.
12 de julho de 2017
Leviandade política
Nem o escândalo
provocado pela indemnização de 508.000 €, por danos num terreno avaliado em
menos de 10.000 €, muda o comportamento desleixado da classe política local. Os
casos sucedem-se. A forma como foram aprovadas as quatro moções apresentadas na
última AM, e como esta foi conduzida, comprovam-no.
O presidente da AM
começou por informar a assembleia que tinha recebido três moções: uma do PSD –
João Coucelo – de pesar e de solidariedade para com as vítimas do incêndio de
Pedrogão Grande, com uma proposta populista de entrega das senhas de presença
às vítimas do incendio; outra do presidente da Junta de Vermoil – Ilídio da
Mota – de louvor e de pesar pela morte prematura do maestro da Filarmónica de
Vermoil (Jaime Pascoal); outra do PCP – Jorge Neves – de pesar e solidariedade
para com as vítimas de Pedrogão Grande, com umas considerações generalistas
sobre a reforma da floresta e umas críticas à proposta do PS de reforma da
floresta; e outra ainda, oral, da autoria do presidente da AM, de louvor e pesar
pela morte ex-presidente da Junta das Meirinhas (Américo Ferreira).
A mesa da AM propôs a
votação conjunta de três moções distintas; e deixou para o período de
antes-da-ordem-do-dia a moção do PCP. Foram aprovadas de forma simplista, por atacado e por unanimidade.
Posteriormente,
durante o período e antes-da-ordem-do-dia, Jorge Neves apresentou a moção PCP.
Só o PS levantou algumas reservas sobre alguns considerandos. A moção foi
aprovada por maioria com quatro abstenções das bancadas do PSD e CDS.
Mais palavras para
quê? É o que temos…Mas convinha respeitar minimamente o regimento. E que a
oposição tivesse alguma coluna vertebral; e o PS alguma memória.11 de julho de 2017
Mostrem lá o que valem, senhores deputados!
Passaram três semanas desde que o inferno de chamas consumiu terras e vidas nos concelhos do norte do distrito de Leiria. Reina uma desinformação nas redes sociais - onde cada um publica o que quer e se arma em repórter da desgraça e da caridade, como o mostram algumas páginas e vídeos por aí. Mas reina também uma descoordenação preocupante entre entidades e instituições diversas daquele território, há tanto abandonado. Até ao fatídico 17 de Junho, só quem lá ia tinha a percepção das ruínas da indústria, do isolamento e da pobreza que o marcavam. O fogo serviu (infelizmente) para mostrar ao país e ao mundo as fragilidades daquelas terras, que interessam pouco ao poder político porque representam uma agulha no palheiro das eleições. Cada um daqueles três concelhos tem menos eleitores que algumas freguesias do concelho de Pombal. Mas cada um deles é parte do país, contribui para ele e para o sustento da coisa pública. Portanto, aqui fica um lembrete aos senhores deputados eleitos por Leiria, que é como quem diz eleitos (também) por aquelas pessoas que - efectivamente - estão a precisar muito de apoio, e não é só de beijos e visitas presidenciais: vão lá. Percebam o que está a falhar. Usem os vossos poderes e deveres para questionar, para agilizar, para pressionar o tempo e o modo de ajuda àquele povo. Ir de férias, senhor Primeiro-Ministro, ainda em rescaldo da catástrofe? Não. Instituições que lançam apelos desenfreados para recolhas massivas e agora lavam as mãos? Não. O voluntariado é muito lindo, é preciso, mas é ao Estado que compete assegurar a restituição das condições de vida daquela gente. E isso, garanto-vos, está muito longe de acontecer.
#Teresa Morais (PSD)
#Pedro Pimpao (PSD)
#Margarida Balseiro Lopes (PSD)
#José António Silva (PSD)
#Feliciano Barreiras Duarte (PSD)
#Assunção Cristas (CDS)
#António Sales (PS)
#Odete João (PS)
#José Miguel Medeiros (PS)
#Heitor de Sousa (BE)
8 de julho de 2017
Pode a mesma água passar duas vezes debaixo da mesma ponte?
Diz o povo que a mesma
água não passa duas vezes debaixo da mesma ponte, mas Narciso Mota pode (ou
poderia) conquistar o mesmo poder duas vezes na mesma câmara. Na primeira, teve
a sorte de defrontar um adversário mais desgastado do que a maioria
imaginava; na segunda, tem a sorte de defrontar um adversário sem povo. Mas
convinha que não abusasse da sorte: não fizesse tanta asneira e não atraísse
tanta mediocridade.
Eleitoralmente,
Narciso Mota vale per-si; não necessita de grande lista (trunfos eleitorais), mas convinha que não se fizesse acompanhar, em lugares elegíveis, com quem (só)
lhe retira votos. Logo, é abstruso tenha escolhido Michael António para número dois da lista à câmara (potencial vice-presidente) - o tipo que granjeou o epíteto de “vereador do turno da tarde” e que está fortemente associado à indemnização de 508.000 €.
6 de julho de 2017
Praia de nudismo na mira de Diogo Mateus
A mensagem de hoje é uma revelação bombástica: no próximo ano, Diogo Mateus espera (se for reeleito, claro) hastear "não uma mas duas bandeiras azuis no concelho", já que o recém aprovado Plano da Orla Costeira Ovar-Marinha Grande "prevê a criação de uma nova frente de praia". Na verdade, ela já lá está. A não ser que o mar tenha deixado alguma ilha a descoberto, trata-se afinal da Praia do Fausto, no Grou, há muito utilizada pelos naturistas adeptos do nudismo. É uma boa forma de acabar com essa pouca-vergonha - pensará D. Diogo, com os seus botões de punho. A notícia manda a dica da novidade mas não esclarece como é que o autarca pensa avançar sobre esse antro de perdição, sendo certo que não há acessos.
Quando seria de esperar que aproveitasse a ocasião da bandeira içada para anunciar, por exemplo, melhorias nos equipamentos do Osso da Baleia (ser praia dourada não quer dizer que não se toque na estrutura das casas de banho e da espécie de bar) eis que o Presidente tira da cartola um coelho bravo. E sobre o Osso, ficamos a saber que tudo depende também do plano. Quer dizer que o douto candidato do PSD (e seu escuteiro ajudante) da Guia têm mais uma medida para elencar no programa autárquico. E que Pedro Silva, presidente (e recandidato) da Junta do Carriço, continua a falar para o boneco. E a ver navios.
5 de julho de 2017
qu'est-ce qu'il se passe, alors?
A Câmara de Biscarrosse fez saber a Pombal que não lhe interessa para nada a missão económica que implicava uma cooperação entre empresas pombalenses e francesas, no âmbito da geminação que dura há 30 anos. Bem, sendo assim, resta-nos aguardar pelos resultados com a América Latina.
4 de julho de 2017
3 de julho de 2017
Proposta de resgate da dignidade da classe política pombalense

Os deputados
municipais passaram a última AM entretidos com conversa-da-treta e nada
decidiram sobre o apuramento de responsabilidades pela escandalosa indemnização.
Percebeu-se que não o querem fazer – são juízes em causa-própria porque são co-responsáveis.
Não havendo auditoria, só há uma forma de a classe política local resgatar a
sua dignidade: ressarcir a autarquia – os pombalenses. Para esse fim, proponho,
na tabela abaixo, uma chave possível e equitativa de repartição da
responsabilidade pelos titulares dos cargos políticos no tempo de vida do
processo (últimos quatro mandatos).
PS1: A chave da
tabela, aplicada aos membros do executivo actual imputar-lhes-ia os montantes
seguintes: Diogo Mateus: 52.500
€ (1PC+2Vc/P); Pires: 937,5 € (1/8 Vc/P); Ana Gonçalves: 30.000 € (4Vc/P);
Fernando Parreira 30.000 € (4Vc/P); Pedro Murtinho: 7.500 € (1Vc/P); Catarina
Silva: 7.500 € (1Vc/P); Renato Guardado: 6565,5 € (7/8 Vc/P); Adelino Mendes:
17.513,5 € (2 Vs/P+1/2 Vs/P+1DM); Jorge Claro: 5.500 € (1Vs/P); Marlene Matias: 6.000 € (2Vs/P); Anibal Cardona: 2.500 € (1/2 Vs/P).
Ao ex-presidente da
câmara – Narciso Mota: 113.514 € (3PC+1DM).
Legenda: PC –
Presidente da Câmara; Vc/P – Vereador com pelouro; Vs/P – Vereador sem pelouro;
DM – Deputado municipal
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