O populismo de tantos e muitos políticos e “fazedores de opinião”, que defendiam o feriado do Carnaval, não foi seguido por Narciso Mota.
Muitos e tantos entendiam, de forma arrogante, que a rentabilidade do trabalho seria superior se o feriado fosse cumprido, que um dia de trabalho não é essencial e o que é essencial é a qualidade do trabalho. Outros entendiam, de forma envergonhada e quase silenciosa, que a qualidade é essencial mas que sem quantidade não há produção de bens e serviços e qualidade, que na quantidade também pode e deve haver qualidade.
Parece-me que os primeiros defendem que, nos tempos difíceis que correm, é possível trabalhar-se com qualidade, cada vez menos tempo, talvez até um só dia em cada mês do ano, para se produzir mais riqueza, aquela de que necessitamos neste país em crise. Parece-me a oposição egoísta a tudo o que não lhes permite uma vida hedonista e oportunista.
Narciso Mota, desta vez, por disciplina e solidariedade partidárias e ou por responsabilidade política, decidiu optar em silêncio pela posição menos popular.
Registo, desta vez, a sua posição (silenciosa) como muito positiva e digna.
"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
23 de fevereiro de 2012
19 comentários:
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Caro José Gomes Fernandes,
ResponderEliminarParabéns! Já há muito que não via tanto populismo num post só.
É muito fácil argumentar como tu o fazes. O que é certo é nós não trabalhamos menos que os demais. Nós trabalhamos é pior. E enquanto houver quem - como tu - se recuse a aceitar esse facto, não temos hipótese de poder vir a ser um país que se afirme pela qualidade dos seus produtos. Continuaremos, isso sim, a ser o país do baratucho e da mão-de-obra desqualificada.
Não tentes ser o paladino da seriedade e da responsabilidade, encarando os teus concidadãos como um bando de preguiçosos. Não te fica bem. Todos os que - como eu - defendem o enfoque da discussão na qualidade, não desprezam (obviamente) as virtudes do trabalho. Antes pelo contrário! Mas tu sabes isso perfeitamente; não podes é admiti-lo agora, sob pena de manchar o exercício de estilo que escolheste para a tua intervenção.
Grande abraço,
Adérito
Isto anda mesmo tudo ao contrário JGF. E quando o homem embarca na falácia que foi a tentativa de extinção do carnaval...o povo (que o mantém firme e hirto, no poder, vai para uma vintena) saiu à rua para passear e brincar. Porque o comércio e serviços do concelho fecham portas nesse dia ;)
EliminarBom dia!
ResponderEliminarParece-me que divagamos naquilo que eu considero um desafio à vontade de um povo, as leis nunca prevaleceram contar o hábito do povo, será desta? Pregaram uma partida a Cavaco Silva, pelo Carnaval, quando ele era criança e ele Jurou vingança: "Vou acabar com o Carnaval".
O povo deste planeta, incluindo o deste rectângulo, não abdica deste precioso dia, para alguns, tais como Alberto João, teso mas alegre.
Não é por mais um dia ou menos um dia de trabalho que se resolve o problema da produtividade, julgo ser mais importante, isso sim, discutir a realidade portuguesa no que aos feriados respeita.
De facto à Concelhos onde, por via dos feriados e das pontes, por exemplo Lisboa e Porto, tudo para por uma semana. Se optarem por obrigar os concelhos a escolher o Dia do município num feriado dia Santo será menos uma ponte e um feriado, ainda, seria bom fazer alguns feriados móveis para evitar as pontes. Estas medidas eram um bom implemento à produtividade
O grande problema da produtividade têm muito a ver com o absentismo, isto porque todo o bom português gosta de fazer ponte na Sexta ou na Segunda Feira quando o feriado é a uma quinta ou a uma terça feira, respectivamente e, ainda, aliar as férias a uma ponte, porque nalguns casos há trabalhadores que consegue estar quarenta dias de férias, obviamente sem trabalhar.
D. Paula Luz
ResponderEliminarTeremos que ter sempre “pai para dar à criança”…
Pombal não tem qualquer tradição carnavalesca, pelo menos na respectiva quadra…
Quem realmente se diverte com o carnaval são as crianças. Essas sim merecem tudo. E tiveram o seu carnaval, pois por todo o concelho o mesmo foi festejado, nomeadamente na sexta feira. Quanto aos adultos, funcionários das empresas que fecharam portas para festejar o carnaval (?) e assim os obrigaram a folgar e se calhar sem lhes pagar o ordenado de Janeiro, esse foram cultivar as terras onde mais tarde irão colher algum sustento. FORAM TRABALHAR. Veja o que se passou na Moita do Boi… Esses não ligam ao Carnaval nem a muitos feriados que por aí existem.
Deixamo-nos de demagogias. Todas as empresas que funcionaram neste dia fizeram muito bem. Deixe-me dizer-lhe que conheço muitas que facultaram o dia a quem assim entendeu, dando oportunidade a todos os funcionários que preferiram trabalhar.
Quanto ao José Fernandes, acordou muito bem disposto e … foi trabalhar ou então “está um Santo para cair do Altar a baixo…”
Ora, caro Francisco, temos opiniões diversas sim. E pelos vistos não moramos no mesmo concelho, ou então os nossos caminhos não se cruzam.
ResponderEliminarComo sabe, sou mãe de duas crianças. Felizmente para elas as escolas onde andam/andaram nunca entraram nessa marcha deprimente que é o desfile de Carnaval na cidade. Posso garantir-lhe que as crianças não se divertem. Assisti anos a fio ao choro, ao frio, ao stress de professoras e educadoras. Sei do trabalho que dá, ainda por cima. Por isso, a mim não me parece que se possa falar de "festejar". Isso acontece, por exemplos, nos bares da cidade (embora com menos intensidade este ano, voltou a verificar-se na segunda-feira à noite), nos bailes como aquele que animou os Barros da Paz. Nos desfiles como o da Ilha. E depois, claro, há a Moita do Boi. Terra do bom vinho, das laranjas, e dos bailes na Quaresma como dizia o padre Artur. Obrigada pela referência e pela deferência ;)
Ora, cara Paula, temos opiniões diferentes e pelos vistos moramos no mesmo concelho, a não ser que tenha mudado de residência. Possivelmente são os nossos caminhos que não se cruzam. Ao contrário do que refere, eu assisti a 2 ou 3 desfiles de crianças (sexta Feira), em lugares diferentes, onde as mesmas irradiavam uma enorme alegria e bem estar. Não só elas, pois pais e educadores também assim se manifestaram. Talvez fosse do sol que estava… ou então eu já não enxergo bem pois não vi nenhuma a chorar.
ResponderEliminarAgora festejar o Carnaval nos bares ?? só se for para apanhar umas grandes bebedeiras.
Quanto aos baile(s) (poucos) não assisti a nenhum, embora goste bastante de bailar. Quanto à sua Moita do boi não vi por lá nenhum baile. Vi sim algumas mesas de sueca bem animadas… e os carros alegóricos que presenciei foram alguns tratores carregados de estrume e lenha, pois ali trabalhou-se na 3ª Feira de Carnaval.
Caros,
ResponderEliminarA questão do Carnaval, sinceramente, não me interessa particularmente. Não sou folião, nunca o fui e (quase) sempre trabalhei nesse dia. Eu nem sequer acho mal (nem bem) a decisão do primeiro-ministro ao suspender o feriado. O que me suscitou este post foi mais uma questão paradigmática. Para muitos (incluindo Pedro Passos Coelho), o nosso problema reside na falta de horas de trabalho. Para mim o enfoque da discussão deveria estar naquilo que podemos fazer para melhorar a qualidade das horas de trabalho que já temos.
Só mais uma questão: não devemos analisar a sociedade com os nossos preconceitos. Se não gostamos do Carnaval, temos que admitir que muitos dos nossos compatriotas gostam. E, caros amigos, é tão legítimo gostar (e comemorar) o Carnaval, como é o comemorar o Natal ou a Páscoa. O nosso Carnaval, que não confundo com a chachada que se faz em muitos lados, é uma manifestação ancestral e muito anterior a outras de cariz religioso. Acredito que muitos dos que agora aplaudem a decisão do Governo, ficariam bastante revoltados se essa decisão recaísse sobre a Páscoa, por exemplo.
Abraço,
Adérito
Bom dia!
EliminarO Carnaval, festa pagã e ancestral, marca o fim de um ciclo e o princípio de outro, a quaresma, veja-se Páscoa.
Mas que discussão (confusão) sobre o Carnaval (até lá metem a produtividade!).
ResponderEliminarSobre o Carnaval gostaria de seguir a máxima brasileira: “A vida são dois dias e o Carnaval são três.”. Infelizmente não consigo, miséria minha!
A fraca produtividade é, na verdade, o maior problema da nossa Economia. Mas sabem porquê? Porque a esmagadora maioria da classe empresarial e dirigente não sabe o que é produtividade! Assim, como é que podem aumentá-la!
Mas o mais triste, triste mesmo, é ver políticos - e ministros - a defenderem o aumento da produtividade com medidas que reduzem a produtividade (exemplo: mais meia hora de trabalho, …).
PS: Aderito, não esperava ver-te a considerar o trabalho uma virtude. O Fernandes está a conseguir levar a água ao seu moinho…
Caro amigo Adérito
ResponderEliminarA posição que manifestei sobre o carnaval vem sendo pensada por mim desde criança; não é de agora. Nunca participei em carnavais, tal como nunca me integrei em praxes, etc... Aceito que cada um seja feliz como quiser, até mesmo que alguns apenas consigam ser felizes e divertidos por motivos artificias, em datas “marcadas” e em eventos plagiados doutras culturas e influenciados pela televisão. Porém recuso-me a reconhecer mérito a uma sociedade dominada pelo hedonismo e recuso-me a participar em eventos sociais (de alcateia), onde o individuo tem de se adaptar a determinados rituais inúteis e tem de perder a sua identidade e a sua autodeterminação para se submeter a um processo psicológico de sugestão ou de auto-sugestão e adoptar comportamentos de “ídolos” ou de “líderes”.
Por outro lado, entendo que a produtividade e a qualidade só se conseguem com muito trabalho e grande organização. A organização e a dedicação ao trabalho não são compatíveis com a nossa cultura um pouco "facilitista" e "laxista".
Parece-me que populismo e demagogia é prometer o fácil e mentir sobre o difícil. Defendo o “realismo” dos factos.
Resta-me dizer-te que apreciei a tua crítica e que e aceito a tua forma (diversa) de pensamento como, creio, aceitas a minha.
Caro José Gomes Fernandes,
ResponderEliminarO facto de ideologicamente me posicionar de forma diversa, não me impede, antes pelo contrário, de apreciar as tuas intervenções. Aliás, correndo o risco de ser acusado de pieguice, a forma aguerrida e convicta com que as defendes é muito estimulante.
Abraço,
Adérito
PS Adelino, como provam os nossos comentários, a ordem dos vocábulos “trabalho” e “virtude”, quando usados na mesma frase, não é comutativa. Querer fazê-lo é aumentar a confusão, e tu não gostas disso, pois não?
Este comentário foi removido pelo autor.
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ResponderEliminarJulgo que a generalidade - ou mesmo todos - os que aqui comentam ganham a vida a trabalhar e que o procuram fazer com o máximo rigor, competência e honestidade. Portanto, não faz muito sentido qualquer dicotomia de posições.
ResponderEliminarNão é só o José Gomes Fernandes que se pode reclamar de ter a posição certa face ao trabalho, face à vida e face ao mundo. Ninguém aqui defendeu o laxismo, o oportunismo ou o tachismo.
Portanto, o trabalho não é virtude nem defeito. É uma actividade que integra uma parte importante da vida de cada um. A virtude não está no trabalho, mas no que de bom conseguimos fazer com ele, seja do ponto de vista da economia e da realização pessoal, seja pelo contributo que o mesmo dá para o bem-estar colectivo.
O discurso do José Gomes Fernandes - colega, amigo, duplamente parente, e com o mesmo ambiente sócio familiar - confesso que me incomoda, pois aponta-nos como um povo de hedonistas, de trabalhadores relapsos, de consumistas irresponsáveis e de oportunistas, o que não é verdade, como o passado e o presente o demonstram.
Os portugueses trabalham mais horas e têm menos períodos de descanso (férias, feriados e pontes) do que a generalidade dos países europeus e do mundo desenvolvido. Isto é uma verdade iniludível.
Se essa lógica fosse coerente, há muito que seriamos mais ricos e desenvolvidos do os outros europeus.
A realidade prova o contrário, apesar de trabalharmos muito mais tempo, desde há muito tempo, estamos mais pobres e a ficar ainda mais pobres.
Por isso, estou em concordância absoluta com o Adérito. A questão não está no tempo de trabalho - que é igual ou superior à média europeia - mas sim na qualidade do trabalho e no valor produzido no tempo de trabalho.
Outra parte do discurso do meu amigo JGF, que me preocupa, é a sua visão negativa sobre as festividades e outras manifestações sócias, bem como a sua insubmissa recusa em participar nessas festividades e outras actividades sociais em que também se processa a socialização do Homem como ser irremediavelmente gregário.
Participar em festas e outras manifestações sociais e culturais - tradicionais e calendarizadas ou não – não é necessariamente uma forma de alienação. Pelo contrário, são formas de participação e de partilha da vida e dos valores com que enfrentamos o mundo. Portanto, espaço onde também nos construímos e construímos a sociedade a que pertencemos. Todo o Homem tem em si todo o Mundo e a sua Aldeia.
Esta apologética do trabalho deixa-me também preocupado.É um discurso que suscita fácil adesão. E a história já mostrou o quanto ele pode ser perigoso. Apesar de não ver nos textos do JGF esse pensamento e essas consequências. No passado recente houve aplogéticas muito semelhantes com resultados desastrosos.
O Salazar para promover esses mesmos valores, em 1935, criou a Fundação Nacional para Alegria no Trabalho ou FNAT), que entre outras coisas usava o tempo de lazer como forma aplogética do regime.
Na mesma época um, certo líder acreditava e conseguiu conduzir um país que acreditou ter uma raça de homens e um povo superiores – disciplinados, trabalhadores e obedientes ao Chefe que personificava “O Triunfo da Vontade” -que não se submetiam a outras vontades. Era (m) ele(s) a Vontade a que os outros se submeteriam.
E o lado mais irónico e trágico desta História, é que, na porta de cada campo de concentração estava gravado em letras bem desenhadas e bem visíveis: “ O TRABALHO LIBERTA” (Arbeit macht frei). Existem muitos modos de falar e de valorizar o trabalho, esta foi apenas mais uma delas.
José Fernandes, desculpa lá o incómodo, ou a demagogia, se preferires. Atenção, o Carnaval acabou e a Quaresma é tempo de humildade e de perdão. Portanto, saberás perdoar.
Estou trabalhado convosco... :)
ResponderEliminarMeu Caro amigo e parente Jorge Ferreira.
ResponderEliminarInterpretaste o conteúdo dos meus escritos de acordo com o que me parecem ser as tuas convicções políticas. “Dominado” por essa aparente “parcialidade” intelectual, estabeleceste uma ligação (impossível) entre as minhas palavras e propostas e os ideais e práticas de grupos nazis e de extrema-direita. Enquanto tu aparentas fantasiar sobre uma face da realidade e esquecer a outra, pretendo fazer notar que não aceito ideologias extremistas ou práticas fanáticas, sejam elas quais forem, nomeadamente políticas ou religiosas.
Para completar as “cores” do arco-íris do teu comentário e para melhorar a compreensão do tema em debate, vou optar por lembrar alguns factos históricos e estabelecer algumas conclusões.
O nacional-socialismo (nazismo) alemão começou por ser aliado do socialismo ou comunismo bolchevista da União Soviética (extrema-esquerda). Ambos pretendiam partilhar e devorar os restantes (fracos) países da Europa.
Por outro lado, também na União Soviética se fazia a propaganda do (muito) trabalho, utilizando os trabalhadores mais produtivos de cada unidade de produção como heróis e exemplos a seguir. Aliás, não trabalhar constituía crime punido com prisão e trabalhos forçados. Também na União Soviética se chacinaram populações e cidadãos, mais ainda, em nome de uma ideologia e de um interesse superior. Também se deportaram milhões de pessoas para trabalhos forçados em campos de concentração.
Defendo o trabalho, exercido de forma livre, enquanto meio de realizar a pessoa e promover a sua dignidade, mas não pretendo ser modelo a seguir nem afirmar-me mais trabalhador do que outros. Porém, não abdico de manifestar livremente as minhas ideias. Assim, aceito que cada um se divirta quando quiser e trabalhe pouco ou nada, desde que respeite a liberdade dos outros, desde que não exija que seja o produto do trabalho dos outros (ou dos impostos dos outros) a pagar os seus divertimentos (ócio) e desde que não atribua a responsabilidade da sua falta de bens ou má-sorte aos membros da sociedade que mais se esforçam e poupam.
Parece-me que estamos a assistir ao declínio da nossa civilização (ocidental), refém da imobilidade e submetida ao hedonismo, e a assistir à ascensão e triunfo de outra civilização (oriental), mais trabalhadora e mais estóica. Entendo que, para conseguirmos uma análise mais correcta destes acontecimentos, necessitamos de fazer uma retrospectiva histórica sobre o declínio e triunfo das civilizações. Penso que estamos a ser ultrapassados e não queremos ver, porque já não sabemos ou queremos efectuar esforços e suportar dificuldades.
Não irei “pedir perdão” na época da quaresma e da páscoa porque, da mesma maneira que recuso submeter-me às práticas dos carnavais, também recuso submeter-me aos dogmas e aos ritos das religiões…
Aquele grande abraço.
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ResponderEliminarQue país europeu não pretendeu, em determinado período da sua história, partilhar ou devorar os restantes países da Europa? Outros, inclusivamente, dividiram o mundo em 2 (ah, nações valentes!), e nós continuamos agarados às quinas e aos castelos... que é como quem diz: a introdução de Staline na conversa não enriquece particularmente a argumentação. Até porque FDP's (financeiros de portugal, não é mesmo?), existem e existiram em todos os quadrantes. Nos ideologicamente mais extremados, mas também nos que de ideologia (ou outra actividade intelectual) não tinham nada de "extreme" nem de "extremado".
ResponderEliminarPor fim, acabei por não perceber se havia assim uma divergência tão grande, meu caro José Gomes Fernandes, entre a tua visão e a do Staline (não te irrites com a confusão). Não na tua intenção, claro está, mas na essência dos argumentos. Parece-me que, ao seu estilo (ficou conhecido como "o estilo soviético", não foi?), o Staline também defendia "o trabalho [...]enquanto meio de realizar a pessoa e promover a sua dignidade [...]que não atribua a responsabilidade da sua falta de bens ou má-sorte aos membros da sociedade que mais se esforçam e poupam [...]", e não há dúvida que o bigodes também pretendia uma sociedade "mais trabalhadora e mais estoica" (estoica e de que maneira... no sentido mais material do termo). E muito menos me parece que Staline não fosse o paradigma de um líder que "ensina" o seu povo a "efectuar esforços e suportar dificuldades", como defendes.
Ora eu, que não sou stalinista, continuo a achar que se pudesse trabalhar menos (se pudessemos todos) sem que isso prejudicasse o nosso nível de vida, tanto melhor. Em vez de um dia de Carnaval (ou 3, como no Brasil), podiamos fazer uma semana ou duas. E espero que as tantas pessoas inteligentes deste mundo inventem máquinas que trabalhem com mais eficácia e eficiência, e que os politicos e outros decisores "em massa" que por aí grassam, tenham a coragem e a sabedoria de subordinar sempre esses avanços à humanidade (e não o contrário, como ainda vamos vendo). E que não faltem pontes e feriados para o forró! :)