7 de outubro de 2013

Balancete e desafio(s)

1. Que o PSD/Pombal se não iluda: no global, ficou em segundo lugar nas Autárquicas de 29/IX. Em primeiro, por larga margem, ficou esse triste espectro chamado Abstenção.
2. Ao nível da freguesia urbana, a vitória de Nascimento Lopes é uma (mais uma) derrota de Pombal – sem tirar nem pôr.
3. Outro derrotado: Narciso. Os (muitos) menos votos que recebeu (menos por comparação aos obtidos pelo seu maior – e se calhar único – rival, Diogo Mateus.) demonstram à saciedade e à sociedade que a Mãe-Natureza extinguiu os dinossauros por alguma razão válida. E que o Jurassic Park à Spielberg já se não adequa a urinóis no Cardal como legado.
4. (E agora de repente, no meio de assuntos mais sérios, o nosso velho Orlando Cardoso, que figurativamente está para a profissão jornalística como a lesma para a classe dos vertebrados, fez publicar na edição de 1/X/2013 do Diário de Leiria uma penicada vagamente noticiosa e estrondosamente anti-aritmética intitulada “Narciso Mota preside a Assembleia tricolor”. Façamos as contas à moda do inefável Guterres, que anda lá fora a fazer de Madre Teresa dos refugiados e dos pobrezinhos: tri quer dizer três, não quer? Então contemos as forças representadas na tal Assembleia Municipal a que Narciso vai presidir; PSD, PS, CDU e CDS. Ó caraças, que eu conto quatro. Ó caraças, que o tri do Orlandito dá tetra. A diferença está, decerto que está, em ele ter descontado (mais) uma para a caixa. Das esmolas, digo eu. Em recado directo e de olhos nos olhos, ao contrário da story of life dele, digo(-lhe) eu: Orlando, Orlandito, Cardosito, Cardosão, que não sabes escrever, já toda a gente está careca de saber há q’anos! Agora, que nem contar saibas, já mete dó. A não ser que seja metafísica tua, isso de praticar com fé a incompetência básica e a desálgebra elementar: não sabes contar porque sabes que não contas. Siga, que com este já acertei por ora as contas.)
5. João vai ou não chefiar o gabinete presidencial do Diogo-Até-que-Enfim-Presidente-Mateus? Ouvi que sim, que ia, que vai. Caso para dizer, se sim, que é uma rica maneira de ganhar o (Pim)pão nosso de cada dia. Nosso, não. Dele. Se for, tenho uma recomendação. Ou melhor: uma expectativa. A de que ele (ou, afinal, quem for) atente nestes dois nomes: Paula (e) Cardoso. Essa senhora levou a cabo com digna seriedade e séria dignidade, anos a fio, o lugar – mesmo, ou sobretudo, tendo em conta quem era o Chefe, atenção. Trata-se de uma tarefa que exige cara lavada e mãos limpas. A ver vamos, enfim, como diz o Stevie Wonder.
6. Sandra Barros, em Abiul, deu-nos a todos uma alegria para este Outono/Inverno: a de ter ajudado decisivamente a escaqueirar a manhosa barraca-de-feira que era o Carrasqueira como (falso) número-dois do PSD. Ora incha, que os furúnculos também rebentam!
7. Ana Tenente, em Vila Cã, também nos alegrou, proibindo a freguesia de andar por aí a cheirar a fraldas. E das usadas. Mais uma consolaçãozita mínima, atento o vendaval oragino-asinino das restantes (agora) onze freguesias cá do Pombalhal.
8. Uma só palavra sobre o ambiente de (certa) campanha para estas autárquicas: merda. Andou por aí certa “jumentude” (não é gralha, é mesmo mescla de jumento com juventude) autora de deselegâncias e chinfrins eivados de intoleráveis hinos megafónicos ao vazio, de baixezas do foro antipessoal e de quejandas nojices mais próprias de asnos mijões sem arreata nem civismo do que de dignos participantes verticais e vertebrados da querela democrática. (NB: sei muito bem que o que digo a e desses jovens quadrúpedes lhes não entra por um ouvido e sai pelo outro – pela elementar razão física de o som não se propagar no vácuo. Mas ainda assim digo, que ele há por aí muita e muito boa gente, e séria, e até da secção adulta do PSD/Pombal, que quer ouvir.) Espero que os próximos actos eleitorais voltem a ser maioritária e decisivamente orientados por adultos. Nenhum crescido há-de gostar, como eu não gosto, desta espécie de versão porno-laranja dos Livros da Anita.
9. Termino com duas referências que reputo de suficiente importância epilogar:
a) Narciso Mota – não o julgo capaz da equidade (nem da dignidade institucional) de, por exemplo, um doutor Luís Garcia no exercício do cargo de fiel-da-balança da Assembleia Municipal. E o meu amigo Henrique Falcão também não, aposto. Seremos só os dois a pensar assim?
b) Nota positiva – do PS à CDU e ao CDS, o envolvimento de muitas pessoas decentes, cidadãos e cidadãs comuns, capazes, sérios, interessados e desinteresseiros. Foi um ganho: porque a Democracia é feita de e para pessoas, não de bandeiras e outros lixos coloridos. E se foi por uma derrota que esta crónica começou, é com esta afinal vitória que termina. Que se lembre essa gente de que uma alternativa séria e viável leva pelo menos quatro anos a vestir-se. Por isso, Adelino Mendes, vê lá se, nos entretantos que daqui vão até 2017, és capaz de ajudar a construir uma alternativa viável e séria: uma de seriedade igual à tua, de genuína pombalidade como a tua e com um nome diferente do teu.

15 comentários:

  1. lesma e não lesta (para a classe dos vertebrados)

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  2. Daniel, a situação para mudar em Pombal, tem de acontecer algo parecido com Leiria... pois enquanto o polvo tiver cabeça e os tentáculos chegaram a todo o Concelho, não há hipótese de virar a cor ao Concelho. Não culpes o PS, nem os outros Partidos pela situação. O PS, não tem empregos para distribuir, não tem cheques para dar ás Associações, não tem meios para dar ás comissões das capelas e igrejas. O polvo foi bem montado á 20 anos e enquanto não existir fraccionamentos no PSD, como aconteceu em Leiria, vais ter aqui a nova Ilha da Madeira, ja que o jardim esta a acabar.

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    1. Bem se vê que o amigo Roque também gostava se chupar, vai-se coçando mas ninguém lhe dá confiança, aparece em todo o lado mas ninguém lhe dá valor tem as unhas roídas até aos cotovelos

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  3. Amigo e companheiro Francisco Domingues, boa noite.
    Não sejas mau para com o companheiro Antônio Roque.
    Ele pode parecer mau, mas e uma excelente pessoa.
    Herdou do Pai.
    Abraço

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  4. Amigo e companheiro Francisco Domingues, boa noite.
    Não sejas mau para com o companheiro Antônio Roque.
    Ele pode parecer mau, mas e uma excelente pessoa.
    Herdou do Pai.
    Abraço

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  5. Mais um grande trabalho literário, como é hábito, Daniel. Por ingenuidade, distância ou ignorância minha, não entendi - e gostava de entender - o nº 2: "a vitória de Nascimento Lopes é uma (mais uma) derrota de Pombal"!...

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    1. Caro Daniel,

      Em muito, entendo o que escreves e porque o escreves. Permite-me não sufrague a tua opinião.
      Concordo que atento às funçoes que irá desempenhar o Eng Narciso Mota, não será concerteza o individuo neutro na debate da assembleia, por um lado porque matérias haverão que dirão respeito às suas anteriores funções, por outro lado porque o seu consabido temperamento lho não permitirá. Em relação ao Eng Narciso Mota, são de absoluta verdade que os seus sucessivos mandatos transformaram Pombal, em muito para melhor, diga-se. Diga-se também que algumas(demais) atitudes de teimosia levada ao extremo com episodios de absoluta parcialidade em relação a muitos e a muitas coisas, poderiam por ele ser evitados. Lamento(muito).
      Quanto à junta de freguesia de Pombal, relembro o jargão do PS(Gente como Nós).
      Que aproximação às pessoas se viu naquela candidatura? confesso que não vi e por isso deprendi que pelo menos não são gente como eu.
      Já candidatura do Sr. Nascimento Lopes, natural , porque com trabalho inegavelmente exercido, aliás iniciado, com o grito do Ipiranga do agora Presidente da Camara eleito, merece melhor tua consideração. Sabes, é que ainda sou do tempo em que a junta de Freguesia de Pombal presidida pelo Sr. Cardoso(do PS) se limitava a passar certidões e atestados que era assinadas pelo presidente no pronto a vestir que tinha as escassos metros da junta, nada mais, Agora é diferente.

      Um abraço

      João Paulo

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    2. Certo Sr. João, só faltou dizer que o Sr. Cardoso era excelente pessoa!

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    3. Caro doutor João Paulo:
      Tenho por si a admiração natural que guardo àqueles que defendem os meus amigos. Foi o seu caso, certa vez, de forma que me pareceu desinteressada.
      De toda esta sua prosa defensora do sistema (percebo agora porque não integrou, afinal, qualquer candidatura, ao contrário da intenção manifestada em certo post, na rede, em período de pré-campanha), parece-me existir algum(s) equívoco(s).
      Ora acontece que, do grito do Ipiranga dado pelo Diogo Mateus em finais de 2001, resta talvez um murmúrio rouco - que ainda assim, admito, tem servido de precioso auxílio ao actual executivo da Junta. Se o doutor falar com as colectividades da cidade (aquelas que não têm sedes sumptuosas nem polidesportivos), da mesma freguesia de Pombal, facilmente perceberá o que lhe estou a dizer. Por exemplo.
      Mas o povo (o pouco povo que vota) decidiu e está decidido! Como me disse um dia o Pedro Moreira durante a campanha, em pleno Cardal, quando admirávamos dois apoiantes da candidatura do senhor Nascimento Lopes (pessoa que estimo, de facto, mas que preferia ver noutro papel na cena pombalense), no meio do trânsito, a distribuir panfletos aos automobilistas entre o camião e o lençol no ar, "as pessoas é que decidem se é isto que querem".
      Quanto ao "jargão": mais não era que o espelho de um conjunto de pessoas que vivem e trabalham nesta terra, na sua larga maioria estreantes na intervenção política. Mas percebo que não sejamos, cada um de nós, gente como o doutor. Nem temos essa pretensão.

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  6. Eu não sei se ainda existe Regimento da Assembleia Municipal mas, se existe, dada a variedade de partidos representados, o cabeça da Lista mais votada não devia ser automaticamente o Presidente. Na 1.ª reunião da Assembleia, presidida por uma mesa AD.HOC é que devia ser eleita a Mesa da Assembleia: Presidente, Secretários e Vogais para a vigência do Mandato. Mas isto deve ser areia de mais para a camioneta dos ilustres democratas eleitos.

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  7. Respostas
    1. Funciona assim e funcionará enquanto a lei determinar que a eleição é feira por colégio eleitoral-

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