1 de janeiro de 2016

Cidade viva e cidade adormecida

Quando se dava a transição para o Ano Novo, Pombal era uma cidade deserta, adormecida num sono profundo de esquecimento do tempo. Aqui ao lado, em Leiria (e também na Figueira da Foz), uma cidade em peso – novos, velhos, crianças, famílias inteiras (pombalenses, também) - saía à rua, confraternizava, divertia-se, partilhava afectos.
Mandeville, um dos percursores do pensamento liberal nos inícios de séc. XVIII, foi o primeiro filósofo-político a perceber que os vícios são fontes de riquezas, de melhorias, de tudo o que torna a vida mais confortável e agradável porque impulsionam a vida humana e, por meio da interacção humana, a sociedade. As suas teses geraram muito escândalo e foram o alvo proferido dos moralistas da época. Mandeville pode ser considerado  um visionário da actual sociedade de consumo e do prazer porque defendeu que a frugalidade deveria ser incentivada.
A indústria da diversão é actualmente uma das mais importantes: a de maior crescimento e a que mais contribui para a realização humana (excepto para os cristãos). Os políticos que ignoram isto estão desfasados no tempo ou tem uma agenda de retrocesso civilizacional.
Actualmente, as principais cidades europeias têm uma agenda de animação contínua. Lisboa é um bom exemplo - recuperou em pouco tempo o tempo de atraso.

Por cá compromete-se o presente em busca da salvação prometida.

4 comentários:

  1. Depois do Municipio nos ter proporcionado tantos eventos nesta quadra natalícia acho que será um EXAGERO esta crítica do Farpas. Sejamos justos nas nossas críticas.

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  2. Pombal está a progredir rumo ao estado novo: Deus, Pátria e família e a nova forma da mocidade Portuguêsa, a JSD Pombal, cujo maior exemplo é o actual Presidente, o moço tem mesmo cara que aos 25 anos ainda é virgem e só fornicará para constituir família. Mas se é assim que o povo gosta, para mim está tudo bem, quando não suportar mais o ambiente bafiento e o cheiro a mofo do meu Concelho, pego na trouxa e vou zarpar.

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  3. De facto acho que faz falta em Pombal, aquilo que já existiu há uns anos: uma grande festa de Passagem de Ano acessível a todos os munícipes.
    Usufrui delas e senti que, para além de animarem a cidade, proporcionavam um importante convívio entre os pombalenses!...

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  4. Sejamos justos, então: a animação deste ano foi mais e melhor. Mas está longe de poder competir com cidades como Leiria. Nem é disso que estamos à espera. Para termos passagens de ano como a das cidades que o Malho cita, precisávamos de ser ousados (por um lado) ou ter gente. No máximo, inclino-me para o modelo aqui lembrado pelo João Bicho, que terminou (se bem se lembram) às mãos da megalómana Pombal Viva. De resto, quando levamos os espectáculos para dentro das igrejas, em regra em vez de excepção, não podemos estar à espera de muito mais...

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