Com o bom-senso passa-se um paradoxo engraçado: é uma das
qualidades humanas mais mal distribuídas, mas todos acham que têm o suficiente.
Repare-se neste (triste) exemplo: a CMP de Pombal resolver
espalhar pinos rasteiros e pontiagudos pelo Cardal e pela ponte D. Maria. Os
munícipes mais atentos – e o Farpas em particular – fartaram-se de criticar a
opção e exigiram a sua remoção. Depois de muitas críticas e alguns acidentes, a
câmara assumiu o erro e mandou arrancar os pinos. Mas pelo meio, umas quantas
pessoas caíram e magoaram-se, e uma delas pediu uma pequena indemnização à câmara para cobrir os danos patrimoniais decorrentes da quebra dos óculos aquando
da queda.
A câmara assumiu a responsabilidade? Não! Decidiu que “após
uma análise cuidada do pedido formulado pela lesada, das informações facultadas
pelos Serviços Técnicos do Município, bem como do parecer jurídico anexo,
conclui-se que a responsabilidade pelos danos causados não é imputável ao
Município de Pombal”.
Não o faz por falta de dinheiro - tem-no demais e aplica-o
onde não tem responsabilidades, substituindo o Estado e prejudicando os munícipes. Fá-lo com a insensatez própria dos arrogantes.
Há mais falta de bom-senso (político)?
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