2 de maio de 2016

O reality show da Assembleia Municipal



Este era o segredo mais bem guardado da Câmara Municipal em matéria de entretenimento. A transmissão em directo (agora disponibilizada em gravação no youtube) das sessões da Câmara tem sido qualquer coisa de aborrecido, mas a da Assembleia Municipal superou toda e qualquer eventual decepção que eu pudesse ter. Ainda não percebi se aquilo é uma parceria com a pombaltv, se é uma cedência de meios, se é uma adjudicação directa. Seja o que for, é muito bom. Os concelhos à volta que ponham os olhos nisto...
É o nível das intervenções das diversas bancadas.
É a quantidade de deputados que ali vai receber a senha de presença e picar o ponto, sem abrir a boca.
É o deputado que se incomoda com as questões "bagatelares" da árvore e do buraco da estrada (que mania que o povo tem de se preocupar com coisas menores).
É o presidente da Câmara que demora mais tempo a responder aos deputados do que o total gasto pelos ditos.
É o presidente da mesa da Assembleia que não consegue auto-regular a sua intervenção.
E é a cereja no topo bolo: o secretário da mesa que dá ordens ao presidente.
É do melhor. Ide ver.

4 comentários:

  1. http://www.publico.pt/destaque/jornal/alunos-custam-menos-ao-estado-na-escola-publica-26937201

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  2. Enquanto a oposição em Pombal se distrair com os "fait divers", não chegará a ser alternativa nos próximos tempos. Esta história dos Colégios e do P.S. local, mostra um P.S., que se mantém ligado ao lado pior do P.S. Os privados construíram os colégios com dinheiro do Estado e com receita garantida pelo Estado. Como disse o Dr. Coucelo a história nunca foi bem e totalmente contada. Porque não deixar o mercado funcionar, livre? Há tempos para ganhar ~ alguns ganharam muito - e para perder, é isso "o risco"

    Como concretizou o Dr. Coucelo na matéria dos "Colégios" o P.S. nunca foi um modelo de virtudes. Se há coerência nas posições do PSD e CDS, já vem de antes, e, um certo populismo, ajuda nos votos. Já o P.S. não ganha nada nesse campo, que não seja proceder a uma verdadeira fífia, onde o que está em causa é a opção por um modelo de serviço de educação. Reconhece-se que esses colégios – eu frequentei da Guia como interno - prestaram, sobretudo os antigos, realmente de iniciativa privada, um óptimo serviço às populações locais, mas eram uma opção que era suportada exclusivamente pelas famílias com muito sacrifício. Se o P.S. viu ser esse o verdadeiro sentimento das populações, então tinha de se antecipar e tomar ele a iniciativa de conduzir esse debate, ao colar-se às moções dos outros, mostra que o cordão umbilical com o "Homem dos Colégios" não foi cortado. Pelo menos, é isso que parece estar nas entrelinhas e que quem anda nesse meio assim o concluirá. Para as populações, se esse for o seu verdadeiro sentido, o Dr Pedro Pimpão é que acolherá os votos de mãos lavadas.
    Um partido de oposição distingue-se e ganha com a diferença de posições, a sua boa comunicação e com a empatia junto dos eleitos. Aí, o PSD ganha 6 a 1. O Dr Pedro conseguiu dar-lhe um "abraço de urso" e, a Drª Odete, apesar das suas qualidades, tremeu e baqueou, devendo, a meu ver, resistir. Para ganhar votos há mais marés que marinheiros, por isso, mais oportunidades para a maré certa.


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  3. Numa mesa da Assembleia todos concorrem para a boa direcção da sua reunião. Por consequência, não vejo o que de menos positivo há em um Secretário fazer sugestões ou dar-lhe orientações sobre a condução dos trabalhos. Na verdade, um Presidente de Mesa da Assembleia é um "primus inter pares". Tem o mesmo poder que qualquer um dos Secretários, o seu voto vale o mesmo, não podendo agir como "chefe" ou "pequeno ditador" .
    Por outro lado, aceitar essas actuações não é desmerecimento ou desconsideração, mas respeito mútuo, mostrando que, na verdade, a humildade é uma característica de carácter do Presidente, e isso, a meu ver, só o valoriza. Ao contrário daqui, que temos um Presidente (PS) que, mesmo sem ter maioria na mesa e na Assembleia, não passa cartão aos Secretários nem aceita sugestões ou críticas e usa de linguagem sobranceira quando se lhe fazem reparos do tipo dos do Dr Coucelo ou da Drª Odete, trata com dualidade de critérios os membros do seu partido e os da oposição, além de usar a Presidência da Mesa para ser mais uma bancada e um porta-voz do seu partido. Por isso, na próxima 2ª feira vai ser objecto de uma moção de censura por mim elaborada e apoiado pelo meu grupo de cidadãos independentes. Veja-se o caso da intervenção do Dr. Coucelo - um pouco à semelhança das minhas - a alertar de forma incisiva e coerente para o que, em termos democráticos, estava mal. Apesar da tentação do despique, o Presidente, aconselhado ou não - se sim, é sinal de que também sabe ouvir e levar em conta o que os outros dizem - mostrou bom senso e ponderação corrigindo o que estava a fazer mal.

    Numa Assembleia Municipal, cujas reuniões são obrigatoriamente públicas e abertas aos cidadãos, para que estes ali não estejam a fazer figura de corpo presente os documentos, como as moções ou relativos à Ordem do Dia, devem ser lidos, estudados e discutidos seriamente por respeito a todos - políticos e cidadãos - e não, votados "tipo carneirada" como por aqui muitas vezes sucede. Ao acolher essa proposta de alterar o procedimento, acolhendo, também, os reparos da Drª. Odete Alves (PS), mostrou humildade e a flexibilidade que torna possível a revelação da qualidade das intervenções de muitos dos seus membros, que ouvi com muito agrado. Se este for o nível médio das Assembleias Municipais de Pombal, só se devem dar por muito satisfeitos. Até por assistir, a intervenções que mostram que muitos dos seus membros, mesmo dentro dos seus partidos, são capazes de criticar e divergir com frontalidade, pundonor e elevação. Mesmo com "geringonças" e "caranguejolas". Pecadilhos menores se comparados ao que por cá se passa Aqui, temos reuniões em que há bancadas que não fazem uma única intervenção. Mesmo os louvaminhas são muito moderados e envergonhados.

    Outra nota, está no facto de a Câmara responder realmente às perguntas que lhe são dirigidas, resistindo à técnica de desviar para canto ou de serem usados subterfúgios regimentais para fugir as respostas. O facto de as reuniões serem transmitidas televisivamente é, efectivamente, um benefício para a transparência democrática além de favorecer o esforço dos seus membros em melhorarem as suas intervenções para obterem um julgamento público mais favorável. Não será assim? Mesmo que "reality show".

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