13 de junho de 2017

Obra torta

Se há área onde a igualdade de oportunidades é essencial, é na Educação. Em Pombal continuará a não o ser. Não por falta de recursos, mas por falta de vontade e de planeamento.
Às vezes, custa a perceber certas opções: se são premeditadas ou impensadas. A câmara andou a construir Centros Escolares onde não há crianças - nem vai haver nas próximas décadas - e adiou a construção de um Centro Escolar na cidade onde há crianças.
Tardiamente, a cidade vai ter um Centro Escolar no próximo ano lectivo (eleições oblige). Mas o pior, neste caso, nem é chegar tarde; é não responder às necessidades actuais e futuras. Por isso, metade das turmas do 1.º ciclo funcionará no novo Centro Escolar (que não é centro nenhum); e a outra metade funcionará na velhinha Conde Castelo Melhor – escola sem condições mínimas, que deveria ter sido encerrada no século passado. Teremos, assim, metade dos alunos numa má escola - dos meados do século passado - e outra metade numa escola dos novos tempos. Bem pode Diogo Mateus encher a boca com o sucesso escolar a 100%; mas, a trabalhar assim, só cava insucesso.
Pelo meio, a direcção do Agrupamento de Escolas de Pombal lava (disto) as mãos como Pilatos; e a (nova) Associação de Pais de Pombal deu um contributozinho: propôs um sorteio para distribuir as turmas pelas duas escolas.
O problema ficaria abafado, democraticamente!

4 comentários:

  1. Construir uma escola cuja lotação é insuficiente para o seu número de alunos é talvez o melhor exemplo de planeamento e gestão ruinosa que já vi.
    Fico boquiaberto com o nível da falta de competência desta autarquia.

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    1. Gonçalo Pessa, como irás verificar na Campanha eleitoral o nível de competência desta Autarquia é muito elevado ao nível da propaganda do regime... Com papas e bolos se enganam os tolos.

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  2. Há vários factores aqui do domínio surreal, sobretudo para uma câmara que usa por slogan "sucesso escolar 100%". É tudo inacreditável: construir um Centro Escolar (tardiamente, quando já todas as freguesias têm, sobretudo as que não precisam); o facto de ser no centro da cidade, como se toda a gente ali morasse, como nos anos 50, e fosse a pé levar os meninos à escola; sub-dimensionado; e pior que tudo: a propaganda enganosa. Há duas semanas a Câmara anunciou publicamente esta abertura. Estranhando a indicação de que seria "para todos os anos" (pois já sabíamos que não caberiam lá todos), a APP - Associação de Pais de Pombal questionou, por mail, a direcção do Agrupamento e a Câmara Municipal. Nenhuma das duas nos respondeu até ao momento. A primeira convocou-nos (entre todos os outros representantes de pais) para a tal reunião. A solução do sorteio (ainda assim mais justa do que outra qualquer, parece-me) foi aventada ali, na hora. Quer dizer que não estava nada pensado. E isso é grave. Mas enquanto as assembleias de pais continuarem a ser feitas por meia dúzia de nós, enquanto o respeitinho imperar, enquanto permitirmos que isto aconteça, Pombal será um jardim para quem manda. Fico à espera das reacções de quem foi eleito para fazer oposição a este estado de coisas.

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  3. O melhor é os corações em cor-de-laranja quando toda a gente sabe que os Neoliberais possuem todos os órgãos menos o coração. São desprovidos de qualquer base de afectos, para eles o importante são os números e que se lixem as pessoas.

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