3 de fevereiro de 2018

Os guardiões do status quo

A comunicação social em Pombal está pouco interessada no debate político. Aliás, a comunicação social em Pombal está pouco interessada em tudo o que transcende os comunicados do Município, a actividade frenética de Pedro Pimpão e dos jogos da bola ao Domingo. O debate político é desconfortável, causa polémica, obriga à tomada de posição, não é inspirador nem mágico. 

No que diz respeito a jornalismo, as nossas rádios e jornais andam a brincar ao faz-de-conta. O amadorismo é grande e a vontade de assumir o papel de quarto poder é nula. Numa terra previsível, onde quase nada acontece fora da órbita Paços do Concelho, um jornalista empenhado tem obrigação de estar atento ao que de novo acontece, sobretudo quando isso corresponde a legítimas preocupações de muitos dos seus concidadãos. 

Não tenho a pretensão de considerar a actividade do Farpas como meritória. O facto é que, ao fim de dez anos, o blogue tem sabido sobreviver em terreno hostil. O debate que promovemos para discutir os investimentos anunciados pela Autarquia para os Poios, Redinha, foi muito participado e plural. Interessou aos partidos políticos, interessou às associações locais, interessou aos pombalenses que encheram o Café-Concerto. Só não interessou à nossa comunicação social. 

Não se pode, simultaneamente, bajular o poder e reivindicar o estatuto de jornalismo independente. A comunicação social em Pombal escolheu o seu caminho. O poder atribuí-lhe as respectivas medalhas de mérito.

4 comentários:

  1. Amigo e camarada Dr. Adérito Araújo, cá com o meu fraco pensar, já tinha pensado nunca mais comentar os seus posts.
    É grande a distância intelectual (e por aí fora) entre nós, reconheço com a humildade de um rural assumido.
    Mas vamos à ensinança, meu caro Professor Doutor.
    A Cooperativa Rádio Clube de Pombal, que muitos gostavam de a ver enterrada, é, mesmo, uma cooperativa, com cooperantes.
    Assim, é fácil alterar o caminho que está a fazer.
    Os quadrantes políticos estão todos representados pelos cooperantes.
    Torna-se, portanto, fácil ao meu caro Professor meter empenho num dos cooperantes da seu quadrante político, fazer-se cooperante ou influenciar a vida da rádio, introduzindo-lhe aquilo que, afirma, lhe falta, por que falar é fácil.
    Morra o do lápis azul. Morra. PIM!

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    1. Caro Engenheiro Rodrigues Marques,

      Não se sinta obrigado a comentar o que aqui escrevo. Mas, já que teve essa amabilidade, aceite humildemente a minha resposta.

      As rádios e os jornais locais são mais do que meros projectos jornalísticos. Em sentido amplo, até aceito que a vertente jornalística pode nem ser a mais importante. Como bem sabe, pois já o disse publicamente, considero meritório o papel da nossa comunicação social e reconheço dedicação a muitos dos seus protagonistas (a Ana Carolina, o Nuno Oliveira, o Gonçalo Santos, entre outros).

      A questão é que os jornais e as rádios locais não deixam de ser projectos jornalísticos. E aí, especialmente no que toca ao jornalismo de cariz político, falham redondamente. A prova está na forma como o Farpas é lido por muitos pombalenses que nos vêm como a única fonte de informação política em Pombal, mesmo sabendo que não somos isentos e recusarmos o rótulo de meio de comunicação social.

      Quanto ao conselho que me dá, respondo com um outro para si. Ao longo da minha vida tenho participado activamente em muitas associações e cooperativas. Tento ser um cidadão empenhado, procurando dedicar-me a projectos onde considero ter competências para poder dar um contributo de qualidade. Sugiro-lhe que faça o mesmo e não queira ser mais um sapateiro a querer tocar rabecão.

      Um abraço,
      Adérito

      PS Para quem não gosta de citações, não lhe fica nada bem esse PIM.

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  2. Adérito Araujo, não faças caso. O Eng. Marques já atingiu aquela fase da vida em que: "Não sabe o que diz nem diz o que sabe" Se tivermos sorte e daqui a umas décadas tambem lá chegaremos. Nunca ouviste falar que uma pessoa a partir dos 69 agora já não se tenta só se senta.

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    1. Caro Roque,

      Este post não é sobre o Engenheiro Rodrigues Marques. Além disso, não gosto personalizar as questões. Discuto ideias e respeito as pessoas. No meu comentário, o conselho que dou surge apenas como contraponto à provocação (no bom sentido do termo) que me foi feita.

      Um abraço,
      Adérito

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