14 de novembro de 2019

Que cultura é esta? - o debate visto pela Rita Leitão

Na opinião de muitos Pombalenses, a adesão (e não aderência!) às comemorações do Dia do Município sempre deixou um pouco a desejar. Nem tanto porque chove e está frio ou porque é feriado e querem aproveitar para descansar, mas mais porque simplesmente o programa não puxa… Este ano, graças ao BlogueFarpas Pombalinas, o dia do município foi fechado com chave de ouro. 
“Discutiu-se” a cultura, e é entre aspas, porque foi mais uma troca de ideias, lamentos e projetos, do que propriamente uma discussão. Porque se há algo de que nos apercebemos, naquele Café Concerto cheio (pasme-se!!) é que todos queremos o melhor para Pombal. Mais e melhor Cultura. Com subsídios? Sem subsídios? Com salas cheias? Com pouco público? Façamos! E cada vez façamos mais! Vamos tentar combater o fenómeno da “Cultura do Entretenimento”… uma programação sem conteúdo, pensada para agradar às massas e sem uma contextualização ou enquadramento adequado. As pessoas certas, nos lugares certos, programando as coisas certas – penso que o caminho também passa por aí. 
Vimos uma sala cheia de agentes culturais que podem e devem unir-se mais em projectos, em parcerias, em intercâmbios, mas devem também, na minha opinião, ser os primeiros da fila a comprar bilhetes para ver os outros Agentes, divulgar os que os “outros” fazem, ajudar a criar públicos para si mesmos. Não somos só agentes, também somos público! 
Cada vez mais me convenço de que devíamos desculpabilizarmo-nos menos pela falta de divulgação ou falhas na comunicação de eventos e iniciativas (não digo que não haja, atenção!). Mas há que procurar, malta! Gostas de música? Gostas de dança? Gostas de Teatro? Gostas de exposições de arte? Procura saber o que se faz, onde se faz e por quem se faz. Ninguém te vai buscar à porta de casa… e as tuas séries e o sofá ainda lá estarão à tua espera quando voltares.

Rita Leitão

Licenciada em Animação Sociocultural, desde cedo se sentiu atraída pelo humor e pelo teatro. Elemento do Teatro Amador de Pombal desde 1999 e Stand Up Comedian desde 2011. A entrada no mundo da Stand Up Comedy surgiu quase por brincadeira, num bar "clandestino" de uns amigos, actualmente a Galeria Cabaret em Abiul. No bar de uma amiga em Pombal criou a "Meia Dose de Leitão", espectáculo mensal de 30 minutos que durou 2 anos naquele espaço até sair para "o mundo".

1 comentário:

  1. Concordo totalmente contigo Rita, enquanto os Pombalense ficarem em casa e ver series, novelas e reality shows pode-se apostar na qualidade dos eventos culturais que as pessoas ficam em casa. Já pensarem qual a razão dos eventos de COMES E BEBES estarem sempre a abarrotar? è isso mesmo o povo não quer saber de cultura quer é encher o bandulho e beber uns copos de preferência a dançar ao som do Graciano. Mas atenção são eles que VOTAM e que mantém o PSD ha 30 anos no poder. Sabe-se que quanto mais inculto é um povo mais à direita vota. DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA.

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