13 de janeiro de 2020

Nada de novo

Os leitores quererão informações, ou opiniões, mas não as tenho; e as que tenho preferia não as ter. Nada de novo, portanto.
Só sei que está frio; ou melhor, que o tempo continua frio. Que há obras, paradas, que nos param. E esqueletos a céu aberto. Que há política, ou melhor, politiquice, que não interessa. Que interessa se o Diogo se recandidata ou não? Se os Pimpões avançam para o partido? Se a Odete (por)segue? Se o Narciso continua por cá, a penar?
Podia falar das ambições dos Pimpões, do João e do Pedro, mas não quero. Podia falar dos estratagemas do Diogo para a tramar os Pedros, mas não os conheço. Ou da inexistência da Odete, e do seu partido, que bem conheço. Mas para quê? Ano Novo pede coisas novas, não velhas. Deixemo-los salmourar mais um pouco. 
Nos entretantos, entretenho-me e entretenho-vos com banalidades. Até porque, a frieza reconforta-se melhor com vulgaridades. Estaríamos melhor se o Narciso não tivesse existido? Se o Diogo se tivesse tornado útil? Se o superlativo Pedro já tivesse descoberto o elixir da felicidade? Se a Odete tivesse voz? Não sei. O que é não é o oposto do que não é. Mas estaríamos melhor, com certeza, se o Diogo já tivesse percebido que, por mais alto que seja o trono, nele só se senta em cima do cu.
Quanto ao resto, o nosso drama colectivo é termos demasiados existentes que justificam a existência de outros existentes.

2 comentários:

  1. Amigo Malho, bom ano 2020.

    Mas que é lá isso assim tão melancólico?
    Essa nostalgia filosófica em que as vulgaridades da vida são algo que já nos cansam e para as quais já não temos pachorra é conversa dos "vencidos da vida"! Lá dizia o Ega dos Maias, isto é tudo uma "Choldra".

    Oh meu amigo, quando os acontecimentos são corriqueiros temos de os saber colorir para também darmos cor à nossa existência.

    Vá lá, encha-se de coragem e aguce lá umas farpas para os habituais lancetados, mesmo que a faena seja menos brilhante (por uma vez sem exemplo).

    Sinceramente não é assim que o Farpas começa o ano, murcho, caído, vencido...

    Olhe que vem lá muita borrasca ao jeito da época, lombinho do cachaço para o Farpas espetar e os farpistas cozinharem as vitimas ora em lume ora brando ora vivo, ao gosto de cada Chef das "penas".

    Vá, anime-se lá que a gente não gosta de o ver assim...

    2020 vai ser um ano pródigo de acontecimentos e o farpas não pode parar, porque sabe uma coisa, o Farpas é já uma "identidade Pombalina" será talvez:

    "fogo que arde sem se ver"
    "ferida que dói e também se sente;
    É um contentamento descontente;
    É dor que desatina sem doer"
    "É nunca contentar-se de contente;
    É cuidar que se ganha em se perder"

    Os Pombalenses que andam de olhos abertos já interiorizaram este "dopping" regular que já lhes criou alguma adição, logo há que alimentar a clientela.

    Espero ter contribuído para o animar.

    Um grande abraço.

    ResponderEliminar
  2. Amigo Serra,
    Agradecido pelo incentivo, mas talvez seja desnecessário – muito motivado sou perigoso.
    Bem sei que nos chegará muita carninha tenra e do lombo; deixá-la salmourar.
    Abraço

    ResponderEliminar

O comentário que vai submeter será moderado (rejeitado ou aceite na integra), tão breve quanto possível, por um dos administradores.
Se o comentário não abordar a temática do post ou o fizer de forma injuriosa ou difamatória não será publicado. Neste caso, aconselhamo-lo a corrigir o conteúdo ou a linguagem.
Bons comentários.