"Lá se passaram aqueles tradicionais dias de festa, que este
ano foram dias de festa…pobre, tendo custado dinheiro de festa rica.
Missas e sermões; sermões e procissões; novenas e foguetões;
fracas iluminações e que nos conste com fartura nada mais nestes dias de tantas
expansões.
O Bodo de Pombal! Quem o viu e quem o vê!
Quem o viu nos tempos em que havia gosto e se primava por em
tudo o demonstrar.
Quem o viu nos tempos em que havia amor à terra, superior ao
mercantilismo, e o que se vê agora! Que diferença!
As ornamentações, …, e aquelas iluminações pobres, a tantos
riais por hora, meticulosamente calculados, não vá haver desequilíbrio
orçamental! – sem se ter pejo de tanta gente notar que isto é pobre de mais
para uma terra como a nossa, é tudo quanto lhe queiram chamar, menos Festas do
Bôdo, menos ornamentações de uma festa anual, numa terra onde há civilização.
Cremos que é esta a opinião geral e registámo-la fazendo éco
com o nosso protesto, dos protestos dos outros.
Pombal exige que melhor o honrem e que tanto o não alvitrem.
…
É preciso que se diga isto, e nós dizemo-lo com a hombridade
que usamos, para que nesta terra de pessoas medianamente inteligentes, nem
todas finjam ou sejam comidas por tolas.
…
De resto, lá pela igreja creio que houve festarola rija
também: as procissões estiveram em beleza a rivalizar com as ornamentações, e
de tanta pobreza franciscana – e esta é a melhor impressão, alguns cobres
correram para as gavetas dos comerciantes locais que, como de costume, - eles e
o ornamentador – tiveram uns prejuízos tão grandes que não podem fazer a festa
pró ano..."
Em “O Imparcial”, 1919, por A. S. S.
Um século passado, uma revolução e a liberdade; e parece
mentira como regredimos tanto no que se refere a jornalismo local independente,
mordaz, bem escrito - e não só.
Amigo e camarada Adelino Malho, o do malho, boa noite.
ResponderEliminarJá te disse que quando não sei vou para Paris estudar.
Agora não fui para Paris, fui para o Canadá e de lá respigo, do Livro do nosso amigo Joaquim Vitorino Videira Eusébio - Pombal, oito séculos de história - a páginas 296, um texto datado de 4 de Maio de 1913 e publicado no jornal A Defesa, que reza assim:
“(…) A Comissão Administrativa municipal resolveu convidar todas as pessoas de mais evidência na vila para se reunirem nos Paços do Concelho no dia 19 passado a fim de se deliberar acerca da festa tão desejada até então.
Foram feitos mais de cem convites e o resultado foi aparecerem apenas na sala das sessões da câmara umas dez pessoas, se tanto!
(…) Talvez os interessados nas festas quisessem que a câmara continuasse a gastar mais de 350 mil reis em cada ano para fazer procissões, queimar n’um forno sete alqueires de maça e tudo isto para chamar à vila povo que enchesse as gavetas dos estabelecimentos, tabernas e casas de pasto! Esse tempo acabou. Agora - quem quiser boleta que trepe. - Pelo menos assim deve ser.”
Mais de um século passado, uma revolução e a liberdade; e parece mentira como continuam, ainda, anti-cidadãos a tentar denegrir quem quer dar um pulo e avanço à nossa terra, trabalhando em seu proveito.
Amigo, aceita um conselho de amigo: Vai para Paris estudar.
Vade retro demo barqueiro e leva as aves negras agoirentas que transportas ao porto do Lucifer.
Bom dia
ResponderEliminarTinha dito para mim mesmo que não voltava a escrever no Farpas, não resisti
Em anos transactos fizeram criticas severas à organização as festas por serem opulentas e houve criticas pelo esbanjamento de dinheiros públicos.Tudo fizeram para que as festas fossem realizadas com uma visão economicistas e não com uma visão para o futuro, sendo assim, conseguiram transformar umas festas de vanguarda no festa de bairro à medida da pequenez das mentes de muita gente ..
De notar que o BODO de Pombal era a grande atracção de Verão da região centro sendo o espelho da economia local e todos os agentes económicos rivalizando
com a EXPOFACIT de Cantanhede , esta última está hoje com uma pujança impressionante, e o nosso Bodo está à dimensão da mentalidade dos críticos que sempre quiseram festas económicas, O Sr. presidente da CMP fez-lhes a vontade . Têm o que merecem!
Finalmente, já o disse e volto a afirmar, discordo do modelo das festas do bodo há já muitos anos, quem quer palhaço paga !