12 de dezembro de 2017

A Esquerda tem futuro em Pombal?

A resposta à provocadora e polémica questão exige que se fixem os termos da mesma: o que é “Esquerda” e o que é (ter) “futuro”. Aceite-se, por ser o mais consensual, que a Esquerda é composta pelas forças (PS, BE e PCP) à esquerda do PSD (poder em Pombal) e o “futuro” se pode e deve dividir em três estágios: curto prazo (1 mandato, 4 anos); médio prazo (2 mandatos, 8 anos) e longo prazo (3 ou mais mandatos, ≥ 12 anos).
Para responder à questão, convém seguir a cartilha marxista para caracterizar a realidade objectiva em que a dita “Esquerda” está mergulhada.
No que se refere à envolvente externa o ambiente é adverso e hostil:
- O eleitor é cada vez mais instruído e culto, por isso mais exigente;
- A gestão autárquica tornou-se mais exigente, complexa e interdependente;
- O PSD domina de forma esmagadora as instâncias políticas e controla a generalidade das forças vivas da comunidade;
- O PSD possui competências políticas e autárquicas relevantes;
- O surgimento do movimento NMPH foi/é uma forte ameaça para a “Esquerda”.
Por outro lado, as forças de Esquerda estão numa situação frágil:
- Fraca representação política, no seu conjunto e cada um per si (PS:12%; Esquerda <20%);
- Diminuta presença e influência nas forças vivas da comunidade.
Neste contexto, a Esquerda está enfraquecida e reduzida à insignificância política; tanto ao nível político como ao nível social, contrariamente ao que sucede a nível nacional. A Esquerda, por erros e deméritos próprios (e também pelos mérito do PSD), caiu num fosso profundo do qual dificilmente sairá, no curto ou médio prazo, porque não tem massa crítica para o fazer. Para ter futuro, a Esquerda tem que poder, saber e querer competir com o poder instalado. Mas para isso, tem que renascer: abandonar a política do enfeite - da postura decorativa, colaborativa, conciliadora, bem comportada - e não esperar sentada por um futuro risonho que nunca atingirá sem esforço e risco. Tem que se convencer que antes de ser poder tem que ser contrapoder; tem que condicionar e influenciar as políticas locais, marcar a agenda política e mediática, ir ganhando competências, reconhecimento e credibilidade; e, desta forma, começar a aparecer como alternativa.
Para fazer contrapoder, de forma eficaz, bastam dois recursos: massa cinzenta e coragem – atributos raros. E seguir um aforismo com mais de quatro séculos, mas cada vez mais válido: “o silêncio só é virtude em língua defumada ou em virgem que não quer ser conquistada".

3 comentários:

  1. Amigo e camarada Adelino Malho, afazeres da Pátria amada impediram-me de participar.
    É testemunha viva o camarada Jorge, que foi meu confidente no Paulo, entre dois finos.
    Como sempre fugiram à questão de fundo.
    Há anos que a "esquerda" corre com a juventude.
    Desde sempre que o PSD acarinha a Juventude.
    Fico triste com a esquerda e contente com o PSD.
    Saúde e Fraternidade

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  2. Rodrigues Marques, olhe que a juventude laranja, é Pombal, é satana.... e com orgulho.
    É vê-los aprumados e ensaiados, a dizer “eu sou satana”...

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  3. Rodrigues Marques desta vez dou-lhe razão, a esquerda não tem avenças nem lugares de assessoria pelo que a juventude corre para os braços de quem os acarinha

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