28 de dezembro de 2017

Quando a política do enfeite dá borrasca da grossa

A política do enfeite tomou conta do exercício da política, e adulterou-o. Porquê? Porque a classe política que nos representa procura satus, posições e benefícios, por estar nos cargos políticos; não o exercício dos cargos, que não sabe, nem procura exercer. Pouco a pouco, foi criando cerimoniais, com pompa e circunstância, que lhe incham o ego e afastam o cidadão comum da política; quando a res publica deveria impor o modo contrário. A “tomada de posse” dos órgãos autárquicos é um exemplo paradigmático deste embuste.
A lei não fala em tomada de posse (como fala para os órgão nacionais – Presidente, Governo e AR) dos órgãos autárquicos; fala unicamente num o acto de instalação dos órgãos da autarquia, pelo presidente da assembleia municipal cessante. Este acto deveria revestir-se da simples chamada e verificação da identidade dos eleitos e lavragem da respectiva acta, com menção ás ocorrências (faltas, pedidos, …), assinada pelo presidente cessante e relator. Mas os presidentes de câmara, e agora também os presidentes de junta, foram-se achando criaturas de tal forma distintas que também mereciam coroação e festejos. Depois, com não a sabem fazer, e são arrogantes para assumir erros, deixam propagar as coisas até estas se tornarem insustentáveis.
O imbróglio jurídico provocado por José Gomes Fernandes e Narciso Mota, e a forma como este foi tratado pelo anterior e actual presidente da AM, demonstram, até à saciedade, a impreparação e o desleixo dos principais responsáveis políticos.   
Quem viu o comportamento da presidente da AM, na última e nesta reunião, não acredita que estamos perante a mesma pessoa. Decididamente, a senhora não nasceu para ser presidente da AM: falta-lhe conhecimento, autoridade e bom senso. Resultado: comete erros atrás de erros, cai em trapalhadas e imbróglios jurídicos a cada passo menos corriqueiro, cria entropia e desconfiança na assembleia. 
O vídeo é uma amostra do calvário em que a assembleia se transformou.

4 comentários:

  1. Na minha humilde opinião tudo isto era evitado, o Sr. Dr. José Gomes Fernandes tinha tomado posse e depois pedia a suspensão, mas assim não fez e criou um problema para a Presidente da AM e para o seu próprio Partido. Começou mal este mandato na AM espero que termine bem. Gostei muito da nova Bancada do NMPH, são uma mais valia. No PS destaca-se largamente o Dr. Carlos Lopes, só não percebi porque tendo sido eleitos apenas 4 só dois tem intervenção.Quando uma equipe é pequena devem trabalhar todos senão corre-se o risco de ser uma bancada uninominal. No PSD gostei do João Antunes dos Santos, o verdadeiro reforço da equipe. A Nicole, nova Presidente da JSD também tem enorme potencial. No BE a eleita ainda se está a adaptar ao lugar. Em todas as bancadas ha potencialidade para fazer um bom trabalho e gostaria que fosse profícuo a bem de todo o Concelho.

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  2. Não me canso de elogiar a iniciativa de Diogo Mateus transmitir as reuniões em directo. Devemos-lhe isso para todo o sempre, porque é tudo impagável: o ar de deboche (não encontro termo melhor) dos vereadores - que os deveria envergonhar, depois de verem isto - as expressões de Diogo, o descontrolo latente na bancada do PSD, o desleixo do PS, o domínio dessa revelação que se chama Manuel Barros. A presidente que pede (genuinamente, parece) ajuda para o que não é capaz de resolver, os deputados que pedem desculpa por discordar. Céus, que no tempo em que eu acompanhava assembleias nunca tive em mãos tanta matéria prima...

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  3. Quase que dá saudades de participar. Só no é o caso pela dificuldade que tive em lidar com a consecutiva falta de respeito pelo dinheiro e futuro dos pombalenses.

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  4. Apesar de, certamente, terem sido escolhidos os melhores do concelho para composição a Assembleia Municipal, o certo é que o desempenho na reunião foi confuso... Em boa parte, creio, porque, de facto: um Presidente duma Ass. Municipal (ou outra) não pede/pergunta à Ass. se pode submeter um assunto à votação. Ou submete, regista e extrai consequências, ou não submete, ponto. Sendo pressuposto incontornável o conhecimento profundo do regimento, de outras regras, legais e não só, que lhe permitam saber quando, o quê e como, pode submeter à votação ou não. O contrário dá lugar à desorientação geral, a divagações e interpretações desnecessárias e vazias, por ex., em que um médico discute interpretações jurídicas assertivas, como por ex. as do Dr. Manuel Barros... Ainda bem que o Dr. Barros teve o bom senso de não discutir doenças com o primeiro...

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