foto: dreamstime
O que aconteceu ontem na Assembleia Municipal de Pombal, a propósito da (legítima) luta dos pais de Albergaria dos Doze pela abertura de (mais) uma turma no Externato local merece um 'páre, escute e olhe na vida política local'. Num rasgo de impulsiva antecipação, a bancada do PS apressou-se a apresentar uma proposta "pelo financiamento de uma segunda turma do 7º ano", naquele estabelecimento de ensino privado. Respondendo com a habitual manha, a bancada do PSD logo lhe fez um abraço de urso - como aquele que, em 2016, já acontecera. Se bem que, desta vez, o PS conseguiu superar-se: não foi a reboque, tomou a dianteira. Como se isso lhe rendesse qualquer dividendo político, a não ser a vergonha alheia. O filme acabou com uma cena mimosa de um texto comum - lido em voz alta por Manuel António, líder do PSD/Pombal, que até então se mantinha num silêncio ensurdecedor*. O mesmo PS a quem o mesmo PSD, na mesma sessão, tratou de forma rasteira, a propósito de outra cena da vida pombalense - o encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos no Louriçal. E na verdade, há que dizê-lo: tem razão Diogo Mateus quando lhes atira que são essas atitudes que fragilizam o concelho. Só lhe faltou dizer que o PS está paulatinamente a cavar a sua própria sepultura, sem coerência, sem estratégia, sem qualquer pensamento político.
É verdade que a questão dos contratos de associação é ideológica, sim. Foi este Governo que a levantou e a tem vindo a pôr em prática, acabando com o regabofe que durante anos encheu cofres privados à conta do dinheiro público. Por isso talvez alguém deva avisar o PS de Pombal que existe um programa, e que as estruturas não servem só para levar congressos ao colo e embandeirar em arco com eles.
*Tenho muita curiosidade em saber se, também neste particular, o ex-presidente da Junta da Guia e actual dirigente do Agrupamento de Escolas de Pombal, virou a casaca, ou se continua a pensar como dantes, mas é uma chatice admiti-lo.
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