O
charlatão, nomeadamente o político charlatão, tem uma inclinação enorme para o autoelogio,
para querer mostrar o que não é. Apoia-se regularmente nos seus supostos
“mestres” e em estudos que desconhece ou não existem sequer. O eleitor topa-os
bem e tolera-os; mas quando as falácias atingem o domínio do risível, é
demais.
Vem
isto a propósito de uma intervenção do vereador Michael sobre os feitos do
poder local, e da sua altíssima eficiência – credo: o Michael a falar de eficiência!
Afirmou ele - sem se rir - que “sempre
ouviu dizer, nomeadamente aqui ao ex-presidente da câmara, que um euro - um
cêntimo - é muito melhor gerido por uma autarquia do que pela administração
central, isso está provado por números e dados estatísticos, porque as câmaras
com 1,5%, ou não chega a 2%, do orçamento do Estado conseguem produzir 30% ou
mais do PIB”.
Só uma
criatura profundamente ignorante na matéria ou altamente desonesta pode fazer uma afirmação
destas publicamente sem se envergonhar. Mas mais: para dar alguma credibilidade
à falácia, referiu dados e números estatísticos que o provam; sem nunca os ter
visto porque, simplesmente, não existem. Estamos claramente na presença do
típico charlatão político que se disfarça com máscara de sábio e que tenta
fazer de uma mosca um elefante, mas da matéria - multiplicadores da Economia -
nada conhece, nem uma vaga noção da
escala tem; e de estatística não deve conhecer mais do que o termo. Risível.
Já na
época dos sofistas, os gregos diziam: “o macaco é sempre macaco, mesmo
vestido de púrpura”. Tal como o papagaio é sempre papagaio, mesmo que saiba falar línguas.
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