O destino do Hospital Distrital de Pombal está traçado. Esta semana o nosso Pedro regozijou com aquele que considerou ser "um dia muito importante para Pombal e para a região", pois que assinou com o Centro Hospitalar de Leiria um protocolo que transformará o nosso hospital numa Unidade de Internamento de Cuidados de Convalescença. Em linguagem prática, significa que o hospital vai tornar-se, oficialmente, naquilo que já é na prática: uma espécie de casa de repouso, com cuidados médicos, mas agora pronto para receber pessoas de todo o distrito, ou pelo menos da área de alcance do CHL.
O Pedro estava tão contente que veio para o Facebook enaltecer (como sempre...) este "compromisso, que consiste na aquisição de equipamentos para esta nova valência, na ordem dos 208 mil €". E esses, claro, serão pagos pela Câmara. Por nós, portanto. Se o Pedro não vivesse toldado pelo seu alter-ego de profeta da boa vontade, aproveitaria o momento para bater o pé - como compete aos autarcas. Para questionar, com propriedade, o que vai acontecer ao (resto) do HDP. E perguntar-se-ia o que ganhámos, afinal, com a integração no Centro Hospitalar de Leiria? Não, não perguntaria. Porque sabe a resposta. Sabe ele e sabemos nós: nada. Perdemos não só recursos e meios no internamento, na cirurgia, e vamos tendo aquilo a que ainda chamam Serviço de Urgência com serviços mínimos. E isto porque, por ora, interessa ao CHL. Como nos dias em que a urgência de Leiria fecha e os doentes são encaminhados para cá, mesmo com dois médicos e três enfermeiros apenas. Mesmo que aqui não se façam exames complementares de diagnóstico quase nenhuns.
Aos poucos, o HDP foi sendo esvaziado. Resta-nos, então, esse papel, pomposamente chamado de UICC.
O coro politiqueiro do PSD, que integra parte do exército PP (Pedro Pimpão), e muito gosta de vociferar nas Assembleias Municipais contra a política do governo central, comparando "o bem que aqui se faz com o mal que lá é feito", pode ir afinando as vozes para louvar mais este feito.
Foi um dia histórico, sim. Mas para o capítulo final daquele edifício enquanto Hospital.
Parte 1:
ResponderEliminarAmiga Paula, aqui o seu artigo começa bem com o título, mas logo descamba numa quantidade de prognósticos apocalípticos, conseguindo encontrar na mais recente requalificação o garantido epílogo de uma das unidades de saúde mais amada e necessária para o concelho, e tudo para poder mais uma vez carregar no Pedro, na sua "incompetência e deslumbramento com o ilusório".
E como 4ª voz do coro do exército laranja, tenho aqui de comentar “gravemente”, mas sem vociferar, a sua apreciação negativa porque, só graças às intervenções passadas, e agora continuadas, do nosso município (Narciso-Diogo-Pedro) foi possível construir e instalar os melhores equipamentos no nosso hospital, investimento autárquico portanto, mas da responsabilidade do governo central que o não fez e, sem o qual, a população de Pombal ficaria bem pior servida.
Fomos nós que pagámos é certo, mas é nisso que o poder local assenta a justificação da sua existência, a intervenção, rapidez e substituição da ação do poder central que todos gostaríamos de ter, mas que não acontece, e por isso, desta vez, lá se meteram mais 208 mil euros para bem da população.
E não é necessário bater o pé ao governo porque não é pela peleja publica e bravatas discursivas que se conquista o que se busca, antes sim com o exemplo do que se ajuda e acrescenta, a mostrar a imperiosa necessidade do que se quer para o concelho e de que o concelho não prescinde.
E para quê questionar a integração nos CHL, que aliás agregou também Alcobaça, que também deixou de ter cirurgia e passou a ter uma unidade de cuidados paliativos para servir todos os doentes do CHL e agora se complementa com a nova UICC, a acrescentar cuidados necessários no mesmo âmbito assistencial.
É que há que não esquecer que a decisão de 2011 de agregação foi tomada pelo governo, por acaso do PS, sem qualquer auscultação publica ou às autarquias. As razões aparentes foram de que havia vantagens funcionais nessa integração de um pequeno hospital autónomo e que na altura atravessava um período interno conturbado ao nível da gestão.
O serviço de cirurgia foi desativado há quatro anos pelas exigências atuais em termos técnicos e de segurança para os doentes que não permitia manter por mais tempo nos moldes em que se fazia há 20 anos e cuja requalificação se entendeu inviável e mesmo o serviço ambulatório.
Ora é nesse piso e só nesse que se irá instalar a Unidade de Convalescença e Reabilitação ou a UICC, que acrescentará qualidade e atividade ao hospital e serviços a quem se destinam.
continua...
Parte 2:
ResponderEliminarA Urgência do Hospital de Pombal e o Serviço de Medicina estão a funcionar, ambos com boas condições técnicas dentro das suas competências como hospital de proximidade e ninguém, a começar pelo município, aceitará que deixem de funcionar. É obvio que neste momento, a falta generalizada de recursos humanos especializados provoca alguns constrangimentos ao regular funcionamento e que se vão gerindo o melhor possível tanto cá como no resto do país.
E se atentarmos no que o presidente do CHL disse na sua intervenção na CM, que após a conclusão desta nova unidade (abril/maio) será aberto o concurso para ampliação da consulta externa para mais especialidades médicas e cirúrgicas e onde foi ainda anunciada a substituição do equipamento de radiologia do hospital, investimento que ascende a Um Milhão e Quinhentos Mil Euros, a intenção é crescer e não perecer.
Ora, perante estas afirmações e intenções é previsível um acentuado incremento da atividade do Hospital de Pombal. Assim se consigam os recursos humanos que permitam proporcionar as populações os cuidados que merecem.
E se assim for não será necessário bater o pé, apenas ir acompanhando e exigindo que o prometido aconteça.
Portanto cá está uma visão mais otimista, embora menos saborosa para os habituais comentadores da superficialidade e da má língua e que são tantos, que é a visão que temos de perseguir, dar força e, sempre que possível acrescentar, nem que seja com o esforço autárquico que, como é notório, sempre se tem colocado na primeira linha de intervenção.
Em conclusão, não chegámos ainda ao capítulo final do edifício enquanto Hospital, mas sim a uma charneira promissora da sua mais qualificada continuidade, sempre com o esforço e empenho dos pombalenses.
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