8 de fevereiro de 2023

A Lusiaves deu mais um passo

Pé-ante-pé, a Lusiaves deu um passo importante na viabilização da instalação de uma grande unidade de processamento de carnes na periferia da área urbana da Guia: aprovação do Pedido de Informação Prévia. Não é um passo decisivo, mas consolida direitos.



Se houvesse vontade política e respeito pelas legítimas preocupações da população o avanço do processo poderia ter sido travado. Mas o executivo municipal não o quis fazer, não mexeu uma palha para harmonizar interesses divergentes perfeitamente harmonizáveis, reduziu a sua acção ao papel meramente burocrático-administrativo de reunir os pareceres e despachar a coisa. A postura do Pedro, neste caso e noutros parecidos, soa profundamente estranha. Correm duas teorias explicativas distintas, mas complementares, para esta forma de actuar: o Pedro é isto; há “eminência-parda” por detrás dele.

Para além da contestação pública, o processo está cheio de engulhos jurídicos que deveriam ditar outro tipo de postura e responsabilidade dos decisores políticos. Mas de onde não há não se pode tirar – como já dizem, à boca cheia, os correligionários.

Esperam-se novos desenvolvimentos. "A Guia aos guienses".

3 comentários:

  1. Amigo Malho, sabe que o assunto é daqueles mais que sensíveis para mim.

    Penso que a câmara poderia e deveria ter atuado de forma mais incisiva no sentido de apaziguar os desconfortos da população e ao mesmo tempo, para as justas expetativas do investidor.

    As mais importantes negociações pautam-se sempre por iniciativas arrojadas, propostas equilibradas e posições institucionais firmes, onde todos os interesses em causa devem ser equitativamente acautelados.

    Por mim, fiz tudo o que pude para que o assunto acabasse nesse acordo entre todos, mas infelizmente sem grande sucesso.

    Localmente quem deveria, e tinha mais força para defender com unhas e dentes essa solução não o soube, nem o quis fazer, e outros "estrangeiros com visão raios X" até defenderam a instalação a todo o custo, porque ao "deus capital e investimento" todos se devem vergar e reverenciar. Felizmente que esses já têm guia de marcha aprazada para irem pregar para a terra deles, com a desinfeção provocada pelo DDT "desagregação" que eles próprios estimularam, e de que maneira, para a resposta revoltada da população nas urnas.

    Como diz, os direitos estão agora mais consolidados e a câmara, não tendo atuado por outras vias negociais, penso eu, não tinha como procrastinar mais a decisão, e fê-lo, mesmo assim, com as reservas que resultaram da comissão da AM constituída para o efeito.

    Sobre as duas teorias explicativas que avança tenho de, com veemência, desmentir a da "eminência parda" porque até ao dia de hoje ponho as mão no fogo sobre a impoluta postura do nosso presidente, embora lastime que ele não tenha conseguido outra solução diferente da que ocorreu.

    É óbvio que há aqui um grande dilema entre a vantagem do investimento para o concelho, e esse pode instalar-se em qualquer lado, até no largo do Rossio da Guia, e outro é a gestão dos desconfortos, para já calmos, da população:

    Quem está na política lida com a parte boa do convívio e da confraternização, mas também tem de lidar com as desilusões que por vezes acabam em revoltas e movimentações populares para níveis inesperados. E nessa altura mobilizam-se os bombeiros para apagar o fogo que mais avisadamente se poderia e deveria ter prevenido.

    Todos irão ainda ter oportunidade de repensar as suas opções, pois não vale tudo a qualquer custo. Nem o argumento que li no jornal hoje, que o local só pode ter utilização industrial, porque assim está classificado no PDM, é sério ou inteligente.

    Todos sabemos que o PDM pode ser revisto e reclassificadas as áreas do território desde que haja essa recomendação e vontade política. Falta, por agora, a vontade politica.

    Quem decide é responsável pelos seus atos e terá de suportar as consequências.

    Eu cá continuo para ajudar a soluções consensuais.

    Muita água irá ainda passar pelo Arunca, e todos irão ser confrontados com muitas movimentações, porque numa população acossada os desfechos são sempre imprevisíveis.


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  2. Por vezes os políticos têm de decidir entre o desenvolvimento económico e o bem estar das populações. Esta é a parte difícil, pois tem de ser tudo bem ponderado para desenvolver economicamente a freguesia da Guia e acautelar que todas as medidas, para minimizar o impacto ambiental, sejam realmente executadas. O que está a faltar no meu Louriçal é a instalação de um parque industrial que consiga absorver industria que venha a criar muitos postos de trabalho. O parque industrial que o Narciso, teimosamente, instalou só serve para fazer pequenos barracões oficinais e de armazém. Uma das minhas medidas em 2025 é a criação de uma ZI junto a um nós da A17/IC8. Quero colocar o Louriçal no mapa.

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    Respostas

    1. Já agora questiono? Será junto á Rotunda do Biscoito, aproveitando o espaço da feira, ou nos terrenos da antiga cerâmica junto ao colégio? Ou, até mesmo, e aproveitando a tradição concentracionista deste concelho, anexo ao convento? E, claro, que permita a instalação de indústrias pesadas, mastodonticas, tudo muito bem ponderado, a garantir o sacrificio do bem estar das populações pelo incerto desenvolvimento económico.
      Muito sucesso são os meus desejos Roque.

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