29 de junho de 2009

Tá-se bem, dama(s)

1. Desta vez não foi o meu filho a usar a expressão, no esplendor dos seus quase dez anos. Foi mesmo a Rádio Cardal, a propósito da notícia das três mulheres que (obrigatoriamente) pelos vistos vão integrar a lista de Narciso Mota. Das três - Fernanda Duarte, Paula Silva e Elisabete João - só conheço a última. Fazendo fé nos critérios do engenheiro, devem ser competentes, cada uma à sua maneira.
É verdade que o distinto autarca [elegante que ele anda, que bem o vi, fatinho cinza-prata e gravata vermelha (!) num evento social em Leiria] não perdeu a capacidade de nos surpreender, caso se confirme a inclusão das duas primeiras. Era sabido que pairava no ar a preocupação de encontrar para o sexto lugar uma mulher com determinado perfil, disposta a renunciar ao mandato (assim se explicam as ausências das hipóteses Isabel Gonçalves e Teresa Monteiro).

2. Não se sade nada de Adelino Mendes e da sua lista. Das duas uma: ou está o segredo muito bem guardado ou ainda não tem.

3. Tenho curiosidade em saber quem é que vai acompanhar Alcides Simões. E já agora Adelino Leitão, coisa que me interessa particularmente.

4. O Bloco de Esquerda pondera apresentar candidatura. Falta-lhe um/a cabeça de lista. Pode ser uma mulher, que não Maria Luís Brites. Aguardemos.

24 comentários:

  1. A implantação do Bloco junto do eleitorado jovem devia ser aproveitada. Alguém já pensou em coligações de esquerda para Pombal? Parece-vos absolutamente disparatado, "camaradas"?

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  2. Já se falou por aqui nisso. Foi o João Alvim que abriu esse horizonte...

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  3. O João Alvim seria uma boa pessoa para fazer essa ponte. Suficientemente "de esquerda" para congregar CDU e BE, e suficientemente PS para colher a força do aparelho partidário. E sem excessos, nem num lado, nem noutro. Uma questão a pensar seriamente, senhor Alvim!

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  4. Uma coligação de esquerda seria sempre bastante penalizadora para os partidos menores uma vez que o PS não é suficiente consistente que permita assegurar uma qualquer representatividade nas autarquias a esses pequenos partidos que seriam serceados duma campanha autárquica própria que lhes tem permitido vincar as suas distinções com outras forças vizinhas do seu espectro patidário.
    Os pequenos partidos devem congregar os seus melhores e cativar novos interlocutores, lembro a execelente participação do amigo Gama pela CDU em 2001 e do amigo Jorge Carvalho pelo CDS em 2005...
    Este tipo de coligações deve existir quando há a possibilidade real de vencer junto, o que não me parecer o caso; a esquerda não vencerá nem junto, nem separado.
    É a minha opinião, o meu palpite.

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  5. Eu introduzi mais a questão da participação de independentes e nem tanta a coligação ou "frente popular". No entanto, não deixa de merecer uma reflexão, partindo de um ponto concreto:
    - Esquerda ou Direita nas autarquias é um conceito que pouco sentido faz. Há autarquias com partidos de "direita" que mais parecem marxistas na sua actuação política.

    Por isso são as pessoas e o projecto que contam. Ainda é mais as primeiras que o segundo, mas a lógica autárquica é essa. No entanto, há bases sociológicas, como em Leiria e em Pombal onde o PSD por si só tem uma fasquia de votos apreciável.

    Não quer isso dizer que não é possível estabelecer afinidades ideológicas entre pessoas que, a nível nacional, onde a ideologia clássica é mais vincada, pertencem ou simpatizam a partidos de esquerda ou de direita. Dito de outra forma, vejo de forma natural, nas autarquias, coligações informais entre pessoas afectas a determinadas área ideológica, mas coligações formais podem ser demasiado redutoras, por um lado como o Pimpão diz, porque podem limitar a actuação dos pequenos, por outro porque podem reduzir a esfera de atracção do projecto em causa.

    Concordo, no entanto, que cada vez mais se torna premente, em autarquias, ir além dos partidos, pelo que não me espantaria que mais informais que formais, venham a surgir essas coligações.

    PS: Gabriel, obrigado pelas simpáticas palavras e pelo "desafio". Mas a discussão sobre a Esquerda tem que ser para um post/encontro/tertúlia.

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  6. Concordo com a ideia do post/encontro/tertúlia.
    Mas já agora, e para explicar melhor a minha ideia: é sabido que há votos muito "colados" a partidos, mesmo sendo diferente a lógica autárquica. Pergunta ao Adelino Leitão se alguma vez votou noutro partido que não na CDU, em Pombal? Olha, eu não, por exemplo. Ou seja, em caso de dúvida, continua e prevalecer o voto no partido. E o certo é que a CDU "arrasta" sempre os seus 600 a 1000 votos. E que o BE, neste momento, também arrasta muitos votos da juventude. Há uma dispersão de votos à esquerda, claramente. Votos que eu penso que seriam facilmente congregados numa candidatura que "esticasse" a sua linguagem a esses eleitorados. Os próprios partidos em questão (CDU e BE) sairiam beneficiados, também, por terem uma real oportunidade de elegerem alguém com poderes executivos. E como é evidente, é complicado mostrar competência (competência essa em que eu acredito), se nunca se aceder a funções executivas. Parece pura matemática eleitoral, eu sei... mas acho que é um quadro com alguma pertinência.

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  7. Eram sete as mulheres do Minho, mulheres de grande valor. Para além da minha particular amiga Elizabete João, não conheço as outra duas. Por serem três, e não sete, e além disso de POmbal já não poderei aqui recomendar a célebre canção de Zeca Afonso, " As sete mulheres do Minho", que correram com o regedor:

    "As sete mulheres do Minho
    mulheres de grande valor
    Armadas de fuso e roca
    correram com o regedor

    Essa mulher lá do Minho
    que da foice fez espada
    há-de ter na lusa história
    uma página doirada

    Viva a Maria da Fonte
    com as pistolas na mão
    para matar os Cabrais
    que são falsos à nação."

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  8. Uma música do Zeca é sempre de recomendar.
    Outra lindissima trata de Catarina Eufémia, mártir e simbolo de uma resistência levada ao extremo. As palvaras são de Vicente Campinas, e a música, todos a devem conhecer.


    Chamava-se Catarina
    O Alentejo a viu nascer
    Serranas viram-na em vida
    Baleizão a viu morrer

    Ceifeiras na manhã fria
    Flores na campa lhe vão pôr
    Ficou vermelha a campina
    Do sangue que então brotou

    Acalma o furor campina
    Que o teu pranto não findou
    Quem viu morrer Catarina
    Não perdoa a quem matou

    Aquela pomba tão branca
    Todos a querem p'ra si
    Ó Alentejo queimado
    Ninguém se lembra de ti

    Aquela andorinha negra
    Bate as asas p'ra voar
    Ó Alentejo esquecido
    Inda um dia hás-de cantar

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  9. Consigo vislumbrar João Alvim numa união de cidadãos, não de partidos. O que seria bem mais benéfico...

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  10. Nuno, aguardemos. A resposta a esse avistamento está para breve

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  11. Nuno, seguramente que o pertencer a um partido não diminui ninguém (como o João Pimpão) poderá atestar. No entanto, se pertencer é sinónimo de usar palas, já estamos mal e por isso é que exerço a militância da forma como exerço. Quanto ao resto, adapto as palavras de MFL: comentar cenários não é opção.

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  12. Amigo e companheiro Dr. João Alvim, boa noite.
    Desculpa, mas não há bases ideológicas do PSD ou do PS em Pombal, em Leiria, ou noutro sítio qualquer.
    Há Homens e Mulheres que têm perfil e que estão disponíveis para dar a cara por esta ou outra força partidária.
    Não chega ter perfil. É necessário, também, estar disponível.
    Mas entendo que se deve estar disponível por coisas credíveis.
    Para “queimar”. Não!
    E quem é jovem deve acautelar o seu futuro e não entrar em aventuras suicidas.
    Chamem-lhe o que quiserem, mas o jovem cidadão tem a obrigação de olhar, com olhos de ver, para o seu futuro político ou, mesmo, profissional.
    É humano. E deve ser porque, depois da poeira assentar, resta a família, como escreveu o Dr. Mário Sacramento.
    Por fim fico triste por se trazerem para a praça pública nomes de cidadãos honrados com o objectivo de os "queimar".
    O Santo Ofício não faria melhor.
    Choro.
    Pobre democracia a nossa.
    Abraço.

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  13. Claro que pertencer a um partido não diminui ninguém. Caso assim fosse não seria militante de nenhum. Apenas acho que um movimento de cidadãos com ideias e projectos será, em Pombal, melhor alternativa que uma coligação partidária. Não porque tenha algo contra os partidos, só acho que não têm funcionado bem em Pombal. E não estou a comentar cenários, porque tanto quanto sei nem nunca esteve em cima da mesa. Mas foi falado no comentário do Gabriel Oliveira e eu apenas me pronunciei sobre isso...

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  14. O comentar cenários era para o João Pimpão e não para o Nuno.

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  15. Amigo Rodrigues Marques

    Escrevi: - Esquerda ou Direita nas autarquias é um conceito que pouco sentido faz. Há autarquias com partidos de "direita" que mais parecem marxistas na sua actuação política.

    Por isso são as pessoas e o projecto que contam. Ainda é mais as primeiras que o segundo, mas a lógica autárquica é essa. No entanto, há bases sociológicas, como em Leiria e em Pombal onde o PSD por si só tem uma fasquia de votos apreciável.

    Daí a bases ideológicas é muito longe.

    Abraço

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  16. Gabriel,
    A coligação CDU+BE foi proposta pela concelhia do PCP de Pombal (vê: http://www.regiaodeleiria.pt/?lop=conteudo&op=9cfdf10e8fc047a44b08ed031e1f0ed1&id=98bec5faf377d95be0a7f5a65cfd09e3&drops%5Bdrop_edicao%5D=496) com o argumento de proporcionar "fortes possibilidades de eleger um representante nas assembleias de freguesia e municipal”. Esse cenário não foi aceite pela estrutura distrital do PCP e, provavelmente, também não teria sido aceite pelo BE, que nunca se pronunciou sobre o assunto. É a lógica partidária a funcionar em todo o seu esplendor! Esse assunto também já foi comentado neste blog, em Março, merecendo da parte do Adelino Malho o comentário: "Quando é que percebem que a soma de infinitésimos permanece, ainda assim, um infinitésimo." Mas isso foi antes da fase humilde do PS...

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  17. Ahahahah... essa dos infinitésimos ainda lhes vai dar alguma tosse, Adérito!
    Vejo que partilhas da minha opinião. Está na altura de achar que os tipos de esquerda são desprendidos face ao poder. Não concordo com um "poder a qualquer custo", mas acho sinceramente que fazer-se o que se pode para expressar os votos que se representam em exercício de poder (executivo, de preferência) é mais do que legitimo: é uma verdadeira responsabilidade de quem pede o voto ao eleitor. Sem "meter a mão na massa", não se consegue mudar nada. E sem mudar nada, não se justifica um partido!

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  18. Rectifico a minha frase, que ficou contrária ao que pretendia dizer:
    * Está na altura de DEIXAR de achar que os tipos de esquerda são desprendidos de interesse em chegar ao poder!

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  19. Para ver se percebo melhor o raciocínio pergunto: quem é que devia abordar quem? O PS (mais votado) devia abordar o PCP e o BE (menos votados)? Ou ao contrário?

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  20. O PS devia abordar os demais, na minha opinião. Só assim se esbatem "hierarquias", e se pode fazer alguma coisa séria. Se fosse o contrário, pareceria "pedincha", e se alguém o entendesse assim (de qualquer dos 3 partidos), sairiam todos a perder!

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  21. Excelentíssimo

    O Rosa antes de partir para Villa Nueva Del Fresno terminou o relatório sobre o Jornal “Lá de cima”. Este jornal conquistou no povo uma audiência excepcional e é facílimo fazer com que, sem a perder, trabalhe inteiramente connosco. Passa-se neste momento qualquer coisa visando transformá-lo em órgão, clara ou encapotadamente, dos inconvenientes ao regime. Não sei se ganharemos com isso. Meia hora dada por V.ª Ex.ª a conversar com o “Canejo” seria proveitosíssima. Não lha negue. Este rapaz tem qualidades excepcionais e é fundamentalmente nosso. Uma prova de confiança de V.ª Ex.ª nele valeria mais que tudo. Eu faço o que posso mas vejo que a grande ambição dele era receber uma palavra sua. Nestes tempos difíceis este desejo representa muitíssimo. Por isso aconselho instantaneamente a atenção de V. Ex.ª.

    Disponha sempre do seu amigo, admirador e discípulo.

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  22. Amigo e companheiro Nobre Povo, boa noite.
    “Eu faço o que posso”, diz Vomecência, mas palavras, leva-as o vento.
    As poesias in fazem-me lembrar aquele poema que começava assim:
    Minhas botas,
    Velhas, Cardadas
    Palmilhando léguas sem fim …
    Abraço.

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  23. Ou um outro, que começava assim:

    "Lá vamos, cantando e rindo..."
    Eheheheh

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