A educadora da creche "O Sobreirinho", no Travasso, foi despedida.
A Direcção comunicou-lhe na terça-feira desta semana que não havia condições para a manter a trabalhar. Sublinhou de novo que não acreditava nos maus tratos, tão pouco na suspeita, mas sustentou a decisão na imagem negativa da creche, que resultou das notícias entretanto publicadas nesse paladino da verdade que é o Correio de Pombal, onde, por melhor trabalho que tenha feito nesta edição, numa operação de limpeza tardia, lhe foi feita a cama.
E também na "pressão" de que a Segurança Social não terá gostado - leia-se todo o movimento de apoio desencadeado. Temos pena.
Mas eu tenho sobretudo muita pena de uma creche que vacila na defesa dos funcionários ao primeiro abanão. E tenho muita pena do meu país. Do meu pobre país do sol, que vive suspenso na lama. Do país que vive à mercê dos donos das instituições. Que alimenta a mediocridade, a inveja e a incompetência em lugares cimeiros de organismos vários. Desse Portugal pobrete mas alegrete, onde o cartão de militante vale mais que qualquer certificado de competência. Do Estado Social que transformou associações recreativas em creches, que confunde torneios de cartas com projectos pedagógicos. Das Câmaras que cedem à pressão dos privados e os soltam num jogo de arena com as IPSS's. Dos jornais que mordem o isco sem usarem os pratos da balança. Dos que, por saberem tudo, nada têm para aprender. Dos cambalachos e dos compadrios.
Mas, por estes dias, tenho pena sobretudo dos meninos que deixam de ter a Ivone a contar-lhes histórias e canções, a ensinar regras, a aprender valores que nem sempre todos os pais conseguiram aprender, quanto mais transmitir. Porque a conheço, porque foi ela a educadora do meu filho e de mais uma vintena de crianças que hoje despontam para a adolescência e nunca a hão-de esquecer (como ficou expresso nos testemunhos entretanto deixados no facebook).
Porque esta é a história de uma injustiça, onde há gente envolvida, sob tectos com telhados de vidro.
Porque pior do que estarmos entregues aos bichos é não sabermos quando e por que é que a fauna decide que nos vai engolir.
Numa altura em que ando particularmente desacreditada deste país, anima-me saber que, nesta guerra, aqui se encerra apenas uma batalha. De modo que a luta continua.
A Direcção comunicou-lhe na terça-feira desta semana que não havia condições para a manter a trabalhar. Sublinhou de novo que não acreditava nos maus tratos, tão pouco na suspeita, mas sustentou a decisão na imagem negativa da creche, que resultou das notícias entretanto publicadas nesse paladino da verdade que é o Correio de Pombal, onde, por melhor trabalho que tenha feito nesta edição, numa operação de limpeza tardia, lhe foi feita a cama.
E também na "pressão" de que a Segurança Social não terá gostado - leia-se todo o movimento de apoio desencadeado. Temos pena.
Mas eu tenho sobretudo muita pena de uma creche que vacila na defesa dos funcionários ao primeiro abanão. E tenho muita pena do meu país. Do meu pobre país do sol, que vive suspenso na lama. Do país que vive à mercê dos donos das instituições. Que alimenta a mediocridade, a inveja e a incompetência em lugares cimeiros de organismos vários. Desse Portugal pobrete mas alegrete, onde o cartão de militante vale mais que qualquer certificado de competência. Do Estado Social que transformou associações recreativas em creches, que confunde torneios de cartas com projectos pedagógicos. Das Câmaras que cedem à pressão dos privados e os soltam num jogo de arena com as IPSS's. Dos jornais que mordem o isco sem usarem os pratos da balança. Dos que, por saberem tudo, nada têm para aprender. Dos cambalachos e dos compadrios.
Mas, por estes dias, tenho pena sobretudo dos meninos que deixam de ter a Ivone a contar-lhes histórias e canções, a ensinar regras, a aprender valores que nem sempre todos os pais conseguiram aprender, quanto mais transmitir. Porque a conheço, porque foi ela a educadora do meu filho e de mais uma vintena de crianças que hoje despontam para a adolescência e nunca a hão-de esquecer (como ficou expresso nos testemunhos entretanto deixados no facebook).
Porque esta é a história de uma injustiça, onde há gente envolvida, sob tectos com telhados de vidro.
Porque pior do que estarmos entregues aos bichos é não sabermos quando e por que é que a fauna decide que nos vai engolir.
Numa altura em que ando particularmente desacreditada deste país, anima-me saber que, nesta guerra, aqui se encerra apenas uma batalha. De modo que a luta continua.
SE isto é verdade é uma , MERDA.
ResponderEliminarSE isto é verdade, tb digo que a imagem que queriam salvaguardar ficou na MERDA.
agora podem apagar que depois do que li (se for verdade) não sinto outra coisa que senão nojo.
podem apagar porque realmente a linguagem é imprópria.
ResponderEliminarNão conheço a Ivone, mas depois de conhecer a história do seu kafkiano despedimento, quero expressar-lhe solidariedade e pedir-lhe que continue a mesma profissional.
ResponderEliminarForça Ivone
Por vezes é complicado quando somos os alvos a abater nem que seja pela calunia. Destroem-se pessoas pelo simples prazer de fazer mal, ou então outros valores se levantaram e teriam de rolar cabeças... Então quem se lixa é o mixelhão...
ResponderEliminarQuem para ceder à turba invoca as conveniências da imagem e se cala prejudicando quem é inocente é porque perdeu a alma. Agora exigem-lhe que despeça quem não devia. De futuro, se quiser levantar a cabeça é mais certo que a turba o faça rastejar e, quando a turba já não se sentir satisfeita será a sua vez de abandonar lugar, e aí, será tarde, já não haverá remédio.
ResponderEliminarOlá!
ResponderEliminarO pior sapo que se pode engolir é o da injustiça.
- Que será o responsável pelo eventual ajuste de contas?
- Porventura alguém imaginou os traumas psicológicos que causaram?
- A melhor coisa que pode acontecer a esta menina ou senhora, que eu não conheço, será a solidariedade dos pais.
Força Farpas e Pais, contem comigo, se necessário for bloqueia-se a entrada da cresce até se resolver o problema
Olá !
ResponderEliminarQuero aqui o Farpas a manifestar apoio à menina vamos bloquear a cresce até fazerem justiça.
Marquem a data, vamos a isso
...e nunca a hão-de esquecer...Destroem-se pessoas pelo simples prazer de fazer mal...traumas psicológicos que causaram...
ResponderEliminarIsto é o que muitas crianças sentem e vão sentir para o resto das suas vidas por causa dessa "educadora". E estou a falar de algumas crianças, hoje adolescentes. Se o seu filho só diz bem dela, óptimo para ele. Já outros não dizem o mesmo. Quando procuramos a verdade, não podemos procurar apenas uma parte, temos de procurar tudo. foi isso que fiz e fiquei de boca aberta...assim como vocês também irão ficar, no fim de todas as averiguações. Essa "educadora" devia era ser actriz.
"Sublinhou de novo que não acreditava nos maus tratos, tão pouco na suspeita"
ResponderEliminarJá agora, fiquem a saber, que já há muito que a direcção sabia disto. Não actuaram na altura, agora são cúmplices de um crime público. Sejam imparciais!!
Há aí pequenos equívocos, minha querida "justica total". Se é leitora deste blogue sabe, certamente, que não é hábito d'os da casa responderem aos anónimos. A mim, pessoalmente, causa-me certa urticária gente que não dá a cara. Mas como tenho a certeza absoluta de que nos conhecemos, merece-me esse mimo.
ResponderEliminarVamos lá por partes, minha querida:
1. de que traumas estamos a falar? É que até hoje a educadora ainda não sabe de que é que está acusada! É fácil - não havendo marcas físicas, enveredar pelo psicológico. E isso é apenas a ponta do véu deste processo kafkfiano. Dou-lhe um exemplo: a minha filha tem dois anos. Repete, qual papagaio, tudo o que lhe ensinamos a dizer. É um regalo. Se eu lhe ensinasse "a ivone dá tatau" (vê como sei mais do que posso contar...?), qualquer pedopsiquiatra desmontaria o caso. Lá havemos de chegar.
2. Não é o meu filho que "só diz bem dela". Também diz bem, sim, ele e os outros meninos e meninas, que hoje já são crescidos. Mas sobretudo guardam-na como referência. Eles e nós, mães e pais deles. Se aceder à minha página no FB, pode constatar isso mesmo pelas dezenas de depoimentos que lá estão. Ou pelas centenas (já são centenas...) de assinaturas de pais e avós que atestam do papel de relevo que a Ivone teve na vida das famílias. Foram todos enganados pela actriz?
Vai-me perdoar, mas só me ocorre contar-lhe o que me disse um amigo, por estes dias: "se alguém fizesse mal ao teu filho, sob qualquer ponto de vista, tu matáva-la". Sim. À dentada, se preciso fosse. Por isso acho muito bem que os três pais em causa lutem até ao fim pelo que julgam ser o interesse dos filhos. Que o façam sempre, na rua e em casa, para que os meninos em causa continuem a ser crianças felizes no seu seio familiar ;)
3. Podia até contar-lhe, particularmente, tudo o que sei desta história. Assim, quando o processo estiver terminado, conto-lhe publicamente tudo o que sei. Pode ser por aqui. É um bom palco para as verdades. Às vezes é o que nos resta, em Pombal.
ASSOCIAÇÂO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL E MELHORAMENTOS DO TRAVASSO E CIRCUNVIZINHOS
ResponderEliminarRua da escola
Travasso - 3100 – 371 Pombal
I.P.S.S. – Instituição Particular de Solidariedade Social desde 15-09-2005.
COMUNICADO
Como é do conhecimento público, viu-se esta instituição envolvida num processo judicial, que teve origem em denúncia feita por três mães de ex-utentes da instituição e onde eram implicados: a Instituição, os directores José Silva Pascoal, Ilídio Jorge da Silva Alves e a educadora Ivone Jerónimo. Da sentença agora conhecida, sobressai o seguinte:
Tal como era nossa convicção, e apesar de alguns depoimentos de pessoas que já estiveram ligadas à instituição e que, na nossa opinião visavam objectivamente denegrir a imagem da instituição e das nossas pessoas, foi a Instituição bem como os diretores José Silva Pascoal, Ilídio Jorge da Silva Alves absolvidos de todos os factos imputados na acusação. Tal como ficou demonstrado em tribunal, a nossa conduta sempre se guiou pelos princípios da justiça e da imparcialidade, na defesa da instituição e das crianças que lhe são confiadas.
Apesar de não provados quaisquer factos imputados à educadora Ivone relativamente aos menores, filhos das mães denunciantes, e que deram origem ao processo, considerou o tribunal no entanto credíveis depoimentos onde foram relatados factos atribuídos à educadora com outras três crianças, e entendendo o Tribunal condenar a educadora a uma pena suspensa.
Ficam assim, se dúvidas houvessem, também justificadas as (difíceis) decisões que tiveram de ser tomadas na sequência dos ditos acontecimentos em 2010.
Travasso, 24 de Julho de 2012.
José da Silva Pascoal
________________________________________
Ilídio Jorge da Silva Alves
_________________________________________
Bem, senhor Ilídio Alves, a mim resta-me desejar que durmam todos descansados. O senhor, os seus colegas, a nossa cega justiça, as técnicas da Segurança Social, enfim, todos. Pessoalmente, não retiro uma vírgula a tudo o que escrevi sobre este caso, tão pouco ao carácter da Ivone. Tenho muita pena - acredite - que o jurista que a Ivone contratou não me tenha chamado a depor. A mim e a outras mães. Sucessos para o vosso estabelecimento.
ResponderEliminarSobre o enredo desta história, muito haveria para contar,mas o que instituição mais precisa, como sempre aliás, é de serenidade para desempenhar o papel que lhe cabe na sociedade. Como dirigente da Instituição apenas posso dizer que lamento profundamente não ter conseguido evitar tudo o que se veio a passar. No entanto, depois deste tempo, mais continuo convicto de que a minha actuação foi sempre o mais isenta possível. Pelo meio disto há sempre lições a tirar e espero que todos possam prosseguir os seus caminhos com sucesso.
Eliminar