5 de novembro de 2010

Nas bocas do mundo

Numa semana em que se torna cada vez mais evidente que vivemos num país sem futuro, deparei com três referências à nossa terrinha que gostava de partilhar convosco. Afinal, pode haver "vida para além do deficit".

A primeira foi a da existência de um "Fado Pombal". Sim, tal e qual! O seu autor é o grande José Mário Branco que o escreveu para ser cantado pelo Camané. Este, numa entrevista ao Público, justificou: "a música tem uma terminação que soa um bocado a fado de Coimbra, mas como não é fado de Coimbra nem fado de Lisboa, embora seja inspirado nos dois, ficou intermédio: Pombal."


Esse facto não
parece ter comovido o novo guru português da auto-ajuda, Daniel Sá Nogueira (ele há cada cromo!). Em entrevista ao jornal I confessou que, depois de ter nascido na África do Sul, "enfiaram-me me no Pombal que, se ainda hoje não é uma cidade de referência nacional, há 20 anos era o fim do mundo". Por acaso, fiquei com pena que não o tivessem enfiado noutro lugar qualquer.

Como não há duas sem três, deparei-me com a existência de um mochila portuguesa, de grande qualidade, com a referência "Sicó", numa clara homenagem à nossa região e ao seu potencial turístico.


Com mochila e fado, acho que não precisamos de auto-ajuda para acreditar nas potencialidades da terra. Pena é que os nossos eleitos se esforcem tanto para nos fazer acreditar no contrário.

10 comentários:

  1. Não é relevante mas fica a história, da mochila.

    Espreitem em: http://azinheiragate.blogspot.com/2010/06/mochila-dedicada-regiao-de-sico.html

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  2. A modéstia e simplicidade de dois Homens grandes, que são o Camané e o José Mário Branco, ao lado de um pombo arrogante e soberbo, que ainda não saiu dos limites do pequeno e limitado pombal onde diz que colocaram. As banalidades relatadas terão aplicação nos bandos de pombos a que se dirige. Estou-me borrifando para ignorantes que desconhecem quão substancial é a diferença entre estar em Pombal, terra de gente trabalhadora e honrada, e o ser colocado no pombal que o limita e o impede de voar.

    A mochila, ainda por cima vermelha, como o Benfica, já se está a transformar num ícone de bom gosto e símbolo de uma empresa que se assume como parte de um território e de uma comunidade onde assume as suas responsabilidades sociais.

    Como conceito e imagem, a Rota do Xisto, aí nossa vizinha, deve ser vista como referência de qualidade e de bom-gosto num turismo não massificado e de qualidade, mais próximo da natureza e das comunidades locais.

    P.S.: Dias 12 e 13 de Novembro (sexta e sábado) a festa é em Lagos, encerrem aí o São Martinho sem entornarem muita água-pé e venham directamente para Lagos ao Festival dos Descobrimentos e comemoração dos 550 anos do falecimento do Infante D. Henrique. Os mais afoitos aproveitam o verão de São Martinho para dar uns mergulhos. Recever-vos-ei em traje de burguês da Renascença e de braços abertos com um Buda em ascese.

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  3. Festas, cerveja e musica é o que por aqui é mais comentado!

    Sinais de POrtugalidade moderna.

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  4. Caro Adérito Araújo,
    Fantástico de ironia este seu muitíssimo bom artigo de blogue. Já há algum tempo que não aparecia nada assim tão elegantemente venenoso! Parabéns e Obrigado.
    Saudações.

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  5. Caro Professor,

    Obrigado.

    Grande abraço,
    Adérito

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  6. Olá!
    Caríssimo e Ilustre professor de números você está sempre atento mas, repare: seus posts têm poucos comentários deve começar a nivelar por baixo.
    Ironia fina é coma a matemática, é para todos e não está ao alcance de todos.

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  7. Olá!
    Quem está mal muda-se, sempre assim foi

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  8. Ó Grilo, V. Exa. não terá a mania de falar? Porque quando está tudo dito...

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  9. Olá!
    Sr. Coelho até que enfim saiu da toca, às vezes até escreve umas coisas mas olhe: resolvi cantar, têm estado demasiado calor e nunca esqueça temos uma coisa em comum: ambos fazemos casa aproveitando as condicionantes da natureza. Vou ter de recolher para a toca, está a chover muito, e o Sr,.

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