18 de novembro de 2010

Orçamentos

Um "orçamento histórico" de 70 milhões devido ao Castelo, à requalificação da Zona Histórica e a obras no saneamento, anuncia o Presidente da Câmara. Ora, se o Castelo custava 3 milhões e a maioria era dinheiro da Administração Central, se um Orçamento "não histórico" anda na casa dos 30 milhões, quer dizer que os outros 40 virão de fora (nomeadamente do QREN). Seja como for, são declarações interessantes numa altura em que o cenário político mexe (quem diria que umas bandeiras na Avenida teriam o condão de provocar algum frisson?) e que me deixam curioso em relação ao documento que o Executivo apresentará.

Faz bem a autarquia usar dinheiro do QREN? Faz. E seria interessante que todos conhecessem os projectos em causa. Mas tirando o saneamento (sendo que não é um investimento tão linear quanto parece por questões que vão muito além das questões locais), quais serão as opções? Não parecem ser sociais mas sim para cravar a fatídica placa. É que regeneração, numa terra onde a estratégia é fazer primeiro, programar depois, é palavra que mete medo.

Mas agora que estamos quase em época de "pré- E depois do Adeus" (leia-se 2013), o que é que ficará? Note-se que eu não esperava um Orçamento Histórico. Aliás, nem sei bem o que será isso. Se é dizer que se vai gastar muito dinheiro que se foi buscar a outras fontes, ok, está bem, gaste-se, se só pode ser gasto para esses fins. Mas quanto ao orçamento em si, aquele que não depende de QRENs para ser inflacionado e exibido como bandeira, gostaria que tivesse em conta que em breve os cortes a nível nacional atingirão as autarquias, até aquelas que financeiramente não estão mal (e dispenso-me de falar em controlos internos).

Espero, por isso, fora os investimentos de candidaturas, um orçamento de contenção, rigoroso e realista, nunca esquecendo que as Autarquias não são as principais culpadas do descontrolo das contas públicas, embora também dêem os seus maus exemplos. Aliás, suponho que se o PSD local estivesse todo na AR exigiria o mesmo ao Governo: rigor, contenção e realismo. Mas, como aqui, o coração ao pé da boca é vantagem política e os comes e bebes argumento eleitoral, tudo é possível. Até ouvir falar num orçamento histórico em vez de um orçamento realista. Mas o melhor mesmo é esperar para ver, sendo que para já, em termos de discurso, já que de cima não há exemplo que nos inspire, pelo menos que viesse de baixo (em termos de pirâmide). Isso sim, seria Histórico!

3 comentários:

  1. Boa tarde!
    Gosto de pessoas auspiciosas, determinadas e com projectos, mesmo em tempos de crise.
    Crise é coisa que não se vislumbra pelos lados do Cardal, mesmo depois de um desfalque daqueles, o executivo apresenta um orçamento destes só prova que sabe da poda e que apresenta projectos. Vamos ver se são viáveis e se trazem retorno para o concelho, depois falamos.

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  2. Sr. Dboss, não conhece o método da fuga para a frente? Se quiser durante a sua Couvada de Galo eu dou-lhe formação GRATIS. Atenção que eu tenho CAP de Formador, LoooL. Então até dia 27 Amigo

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  3. Boa tarde!
    Caro amigo Roque já começa a gostar das suas intervenções, vulgo fuga para a frente, sarcasmo quanto baste e educado.

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