3 de dezembro de 2016

oh, a segurança...



Foi um pai atento quem se deu ao trabalho de passar pela obra do futuro Centro Escolar de Pombal - coisa que deve estar pronto a inaugurar antes das próximas autárquicas - e observar o que por ali se passa, no decorrer das obras. Fotografou e fez chegar ao Farpas as dúvidas legítimas sobre a segurança do edifício e a forma como está a ser construído. Como aqui não somos engenheiros de obras nem temos pretensões para tal, fomos ouvir um técnico especializado. Diz que os pilares  se apresentam "de faces irregulares e com um ligeiro desaprumo; isto deve-se a uma hipotética falta de cuidado na execução da cofragem (molde de betão), que revela utilizações excessivas". Verifica-se também "uma falta de cuidado no uso do recobrimento das armaduras, ou seja, a total envolvência de armaduras (ferro) em betão que evita o contacto destas com o ambiente exterior.
Ora, este desaprumo "supõe que a estrutura em questão – pilar – não cumpra plenamente com as funções para as quais foi preconizado, que são o suporte do edifício. Aquando da sua solicitação de esforços, que pode ser a médio ou longo prazo, facilita o surgimento de fissuras no edifício".Sobram ainda armaduras “à mostra”: "o ferro dentro dos elementos entra em contacto directo com o ar, com água e outros elementos externos, podendo daí advir a carbonatação das armaduras, ou seja o enferrujar, que se dá por reacções químicas com o oxigénio e promove o dilatar da armadura e a sua destruição". Por fim, parece que - no acto da betonagem -  "não houve vibração no enchimento, ou foi insuficiente. Desta forma os inertes (areias, britas) não são distribuídos de forma homogénea, aglomerando-se  e formando chochos. Este chocho torna-se uma zona débil do betão que pode originar também a rotura".
E pronto. Escusamos de ficar descansados.

4 comentários:

  1. Para não falar do pequeno "caos" que vai dentro daquela obra - uma obra portuguesa, com certeza.
    Ali, o Plano de Segurança também deve estar na gaveta.

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  2. Louvado seja Deus Pedro, "cada cavadela cada minhoca"! É visível para leigos!
    Tanta propaganda vai acabar mal, é melhor começarem a trabalhar a sério, a descrição é explícita e agora com tanta chuva e vento o processo acelera sobretudo se a seguir vier sol. Obras de inverno, obras de inferno...
    E as eleições à porta. Credo!

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  3. Razão tem o eng. Comendador quando afirma que estas "meninos" não sabem nada de obras...nem de vida...pois para perceber de vida é necessario saber o que é trabalhar...pode ser que em novembro tenham essa oportunidade de saber.

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  4. Em caso de algo correr (mesmo) mal, a quem iremos depois pedir justiça? Quem assumirá responsabilidades?

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