28 de dezembro de 2017

Quanto vale um voto?


O episódio mais caricato da hilariante reunião da Assembleia Municipal aconteceu quando a única deputada do Bloco de Esquerda , Célia Cavalheiro, propôs ao plenário uma recomendação "por uma autarquia com precariedade zero", sugerindo a aplicação, também em Pombal, do Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública. 
E se a discussão mostrou bem de que massa é feita a larga maioria que compõe a AM, o momento da votação parecia captado para um programa de 'Apanhados' na TV. A bancada do PS - que se diz de esquerda - escapou ao tema como os outros: entre os pingos da chuva. E então assistimos a este momento raro: uma proposta é aprovada com um único voto, pois que PSD, PS, CDS e NMPH decidiram alinhar na abstenção. Ora, já se sabe que a abstenção não é carne nem peixe, mesmo que, pelo PS, Carlos Lopes tenha vindo querer dizer que até era tofu. E naquele instante, a presidente da Assembleia revela mais uma vez que não desconhece apenas o funcionamento interno do órgão, como da própria democracia. Chegou a anunciar a rejeição da proposta, até alguém lhe apontar que acabara de ser aprovada a recomendação, com um único voto a favor. Uma lição para quem persegue a ideia das maiorias totalitárias. 

3 comentários:

  1. A recomendação ao executivo, apresentada pela (única) representante do BE, é uma jogada política inteligente, porque atrás do axiomático leva o distintivo.
    O distintivo é o ponto 2 - exigir às empresas subcontratadas garantias de precaridade zero.
    A exigência é perfeitamente legítima e uma boa prática já exigida entre empresas privadas socialmente responsáveis; tal como ausência de trabalho infantil ou desempenhos ambientais acima da legislação.
    Por isso surpreende a forma desleixada como os membros da AM abordaram esta problemática; uns por alguma simpatia ideológica com o patronato, outro – o PS – por falta de consciência social.

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  2. Fica no ar esta questão: Observei que pelo menos 2 Deputados não exercerem o voto, ou seja, não levantaram a mão para se abster, nem para votar contra e muito menos para votar a favor. Isso no regimento quer dizer que simplesmente não exercem o seu direito de Voto ?

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  3. Como assim?
    Como diz que disse???
    Uma recomendação ao executivo votada em sede de Assembleia Municipal e aprovada por um voto favorável e restantes votantes a assobiar para o lado?
    De duas, uma.
    Ou está tudo distraído, fruto da época festiva, ou então não se sabe o que se está a fazer e a representar neste órgão municipal.

    Mal vai algo no "reino de Palumbar"...

    Feliz Ano 2018 (se assim for possível).

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