5 de junho de 2020

O malfadado anúncio - que nós pagámos

A política, como dizia o Bordalo, é uma grande porca, que alimenta muito bácoro. Mas quando se entra no seu curral, e se remexe a imundice, o cheiro torna-se nauseabundo. 
Os políticos são necessários. Os que nos governam, ao nível local, são maus, muito maus, mas os anteriores não eram melhores. E provavelmente, os que lhes sucederão também não o serão. 

As fraldas também são (muito) necessárias, mas sujam-se…Têm, por isso, que ser mudadas. Por questões de higiene e sanidade deveríamos fazer o mesmo com os políticos.
Na última reunião do executivo, o doutor coiso indignou-se por o presidente ter nomeado um assessor político (Orlando Cardoso) que “tem uma dívida com câmara, (é) bastante elevada, (que) tem a ver com assuntos da câmara que foram a tribunal, e que a pessoa em causa foi condenada”. Mas não esclareceu como é que a dívida caiu na câmara.

A política local entrou num desnorte tal, e numa tal auto-flagelação, que estarrece e enjoa até ao vómito. Mas às vezes, temos que provocar o vómito para aliviar a vontade de vomitar.

O dito processo opôs o cidadão Narciso Mota (na altura – 2008 - presidente da câmara) ao cidadão Orlando Cardoso (OC). O processo terminou com um acordo entre as partes, não com uma condenação – como afirmou o doutor coiso. O acordo obrigava o segundo a mandar publicar quatro anúncios com um pedido de desculpas ao primeiro, um deles na revista “Sábado”. Por o anúncio na revista “Sábado” custar 4280,21 €, o segundo (OC) alegou dificuldades no pagamento. Até aqui tudo normal… Mas onde é que está, então, o anormal?

A câmara resolveu pagar o dito anúncio - do pedido de desculpas do arguido ao queixoso (na altura presidente da câmara) - substituindo-se ao arguido na obrigação. Ao ponto que se chegou: o dinheiro da câmara – o NOSSO dinheiro – até para isto serviu (e serve)!
Depois, a câmara – através do doutor coiso - acordou com o arguido (OC) o pagamento de uma “dívida” que não existia, nem poderia existir, com a câmara. Que este nunca pagou. Isto foi possível? Foi! 

Agora, para o puzzle ficar completo, só falta encaixar a(s) peça(s) chave: quem aprovou o pagamento do anúncio? Respondam Narciso Mota ou Diogo Mateus (na altura vice-presidente).

Temos o direito de saber… A bem da legalidade. E da decência.

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