O caso passa-se na Distrital de Coimbra do PS. Parece que as campanhas eleitorais deixaram os cofres da Ditrital depauperados, e vai daí, decidiu aquele órgão "taxar" os seus eleitos. Os "preços" (contribuições mensais) são os seguintes: 100 € para Presidentes de Câmara, 80 € para vereadores a tempo inteiro, e 40 € para vereadores a meio tempo.
A noticia em si não é espetacular. O conceito que está por detrás desta medida é que me interessa, e podia ser e Coimbra, e Pombal, em Celorico da Beira... e em vez de PS, poderia ser um PSD, CDS, CDU ou BE. Reparem na mensagem subliminar: "aqueles que o partido promove, ficam em dívida para com ele". Posto isto, uns pagam em dinheiro (mo PS/Coimbra), outros pagam em espécie, outros pagam em favores, outros pagam em carreiras, outros pagam em empregos... a questão é que o eleito é, em geral, olhado pelo partido como o "portador do tesouro", e acha-se no direito de o reclamar. Como o eleito, em geral, já foi um dos porta-vozes do partido, aceita o jogo. E democraticamente, lá vai dizendo que ocupa certo cargo mais para servir do que para ser servido. Esquece-se é de informar: para servir quem?
Amigo e companheiro Nuno Gabriel, boa noite.
ResponderEliminarNo meu tempo dizíamos Décima! E não dízimo. Modernices.
Íamos pagar a décima às senhoriais Finanças instaladas no Convento do Cardal onde hoje são os Gabinetes dos Senhores Vereadores.
Havia uma escada exterior para o seu acesso.
E a décima era a parte em que o Governo da altura (Professor Doutor António de Oliveira Salazar, como Presidente do Conselho de Ministros) dividia o ano. Restavam dois meses para o proprietário. Agora só fica para o proprietário menos de um mês do seu labor.
A cultura é a mesma, mas agravou-se.
Choro!
Amigo e camarada Rodrigues Marques,
ResponderEliminarLembro bem essas escadas exteriores, íngremes e ameaçadoras como o inferno Salazarento que muitas vezes subi com minha mãe para pagar essa "décima" e outra corvela indigna chamada "braçal".
Agora, nestes tempos de modernidade só falta, em vez das secções de informação e propaganda e dos homens da mala, colocar os representantes do povo soberano a concurso censitário. A ver vamos ...
Corrijam-me se estiver enganado, mas vários são os partidos/secções onde é usual os eleitos (normalmente militantes) contribuirem com parte das suas senhas de presença para o funcionamento e/ou actividades do partido. Pessoalmente nada contra, desde que seja uma contabilidade (simples) mas transparente.
ResponderEliminarMas parece-me que a questão do próprio financiamento da campanha (que não tanto do partido) é que pode levantar os grandes problemas.
Gabriel estás espantado???
ResponderEliminarEntão achas que os partidos são financiados por quem (da esquerda à direita)?
Quanto ao dizimo, décima, quota, seja o que lá queiram chamar, não será justo?
Quem quiser estar na politica que pague. e até acho pouco para aquilo que se ganha em cargos como aqueles que enunciaste.
Se fosse cá em Pombal e pelos honorarios recebidos as quantias não chegam a 0,5% do que se ganha/leva para casa...por vereador em permanencia no executivo.
Assim faz as contas... o resto vem por acrescimo e por vezes é bem mais do que 0,05% anteriormente referido. Não em Pombal que é gente seria. Em Oeiras, Gondomar e Felgueiras.
Dificil, dificil era iniciar-se na politica sem tostão e ter de fazer acordos e coisas que tal para ser eleito em circulo uninominal. aí era que se via quem tem o gene no corpo e sofre por ele ou se anda cá só para fazer a casa de morada de família.
Mas isto (parecido) desde 26 de abril de 1974 se passa no PCP, e quem vai para deputado sabe bem a regra, nem sei qual a admiração.
ResponderEliminarA admiração é todos acharem normal que um eleito tenha que "pagar favores" ao partido que o promove. E pagar em dinheiro ainda é o menos mau!
ResponderEliminarSão as regras, não são? Quem entra sabe quais são os seus deveres, devendo encarnar um processo de aceitação e cumprimento.
ResponderEliminarNão se têm ouvido queixas, pois não?