21 de fevereiro de 2009

Participemos então

Avaliação do Impacto Ambiental do Projecto do GoShopping. Ver aqui.

Destaco, para já, aquilo que me chamou mais a atenção:

Para a Paisagem, os impactes na fase de construção serão negativos e com algum significado.

Na fase de exploração, a referida infra-estrutura, apesar de ter uma leitura dominantemente horizontal e de se encontrar integrada no terreno natural, irá destacar-se na paisagem envolvente, devido à sua elevada volumetria.
A sua elevada volumetria quer em termos de área ocupada quer em termos de altura, irá provocar uma significativa intrusão visual, degradando a actual paisagem envolvente ao Castelo de Pombal, tornando a presença deste na paisagem mais insignificante.
Este impacte será negativo e de elevada magnitude. Relativamente à importância dos impactes, dado que a construção do GO! Shopping irá reduzir o destaque do castelo de Pombal na Paisagem, devido às elevadas dimensões do empreendimento comercial, considera-se que as perturbações serão muito significativas. (Página 16)

As Grandes Opções do Plano do Munícipio, aprovadas em Dezembro de 2008, prevêem para 2009 e 2010 perto de 3 milhões de Euros para a "Recuperação e Revitalização do Castelo de Pombal e Zona Envolvente" (Página 5 do Plano Plurianal de Investimentos). Uma construção com uma "significativa intrusão visual" não coloca este projecto em causa? Sempre manifestei a minha discordância em relação a um investimento avultado para a beneficiação do Castelo sem que antes se conseguisse dinamizar a zona histórica e nessa altura nem equacionava este cenário que, aparentemente, prejudica a tal ideia e projecto beneficiação (veja-se o posicionamento do projecto em relação ao Castelo).

Quanto à questão dos Recursos Hídricos, nomeadamente o escoamento de água pela ribeira que por ali passa, o cenário que o estudo coloca é relativamente inócuo (pág. 13). A minha dúvida é se será mesmo.

O ponto mais positivo seria a criação dos postos de trabalho (tenho sérias dúvidas quanto aos 5 milhões de visitantes), mas atendendo à conjuntura, duvido que um centro comercial venha a ser uma perspectiva aliciante que se traduza num eficaz investimento e não em meras lojas a definhar. Ou dito de outra forma, não creio que haverá poder de compra para sustentar este projecto. Juntando isso às outras condicionantes, não o encaro como uma opção estruturante para Pombal. Mas esta é ainda uma primeira apreciação.

Mas o melhor mesmo é discutir e participar, para já, até ao dia 27 de Fevereiro.

7 comentários:

  1. Dr. João Alvim, bom dia.
    É bom que se diga, para que fique em memória futura, que o PSD propôs, antes das útimas obras no Estádio Municipal, a requalificação daquele espaço com a deslocação para lá do Estádio e a construção de dois ou três campos de treinos, inseridos num amplo espaço de lazer. Os autarcas do PS, à data, exerceram as suas competências e... quem pode manda. Lá ficou o Estádio, arranjou-se um remendo para campo de treinos (Flandes) e espera-se por um novo Outubro de 2006.
    Quanto à discussão do GoShopping. A maior questão que se coloca é a sua rendibilidade económica e as complicações que trará para o comércio fixo local. Todavia teremos, também, de introduzir na discussão os mercados de levante. Com significado, dois em Pombal e um no Louriçal. Mas isso não são contas do meu rosário. Quanto ao impacte visual não me parece que faça perigar a paisagem e a encosta Norte do Castelo/Cemitério. Antes, porém ao contrário. Quanto à linha de água a requalificar já não tenho tantas certezas. Lembremos, de novo, 2006. O multiusos será, quiçá, um presente envenenado. Mesmo com o multiusos o ângulo de visão para a encosta do castelo nunca fica prejudicada e nunca a altivez do castelo fica sublimada com este equipamento mesmo que com alguma volumetria. Quanto à deslocalização do centro económico, ele já tinha sido proposto, não na óptica económica, mas sim social. As acessibilidades rodoviárias, que há décadas deviam ter sido executadas, irão resolver problemas que ainda vêm do tempo da outra senhora. Em termos globais, concordo. Em termos de especialidades terão de ser executados alguns ajustes, até já equacionados.

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  2. Eu não ponho em causa a viabilidade económica do projecto, pois esse é da inteira responsabilidade do promotor imobiliário.
    O que discuto é a localização.
    Senão vejamos. Tratando-se de um projecto de elevada dimensão como é descrito, a Câmara Municipal deveria reflectir seriamente sobre o mesmo e não aceitar de ânimo leve o que lhe é proposto/apresentado.
    A autarquia deveria definir uma estratégia de desenvolvimento (económico e social) para a cidade e ver onde se enquadraria o referido investimento. Será que aquela zona do Casarelo insere-se numa área de expansão económica/comercial? Assim não era considerada há alguns anos quando foi elaborado um Plano de Pormenor para o local (já da responsabilidade do eng. Narciso Mota. Um Plano de Pormenor que nos custou - a nós munícipes - muito dinheiro e que não serviu para nada, para além do prejuízo que provocou aos então proprietários dos terrenos).
    Por outro lado, que contrapartidas exige o Município aos promotores do GO! Shopping? Segundo sei, a informação prévia previa que os promotores financiassem parte das obras de revitalização do Castelo. Para quê, se o próprio investimento comercial irá "ofuscar" visualmente o monumento?!
    Mas voltando à estratégia de desenvolvimento para a cidade, o que pensa a Câmara Municipal fazer? Continuamos a pensar que a cidade é o Cardal e a Avenida Heróis do Ultramar? E continuamos a "desenhar" a cidade a partir desse epicentro? Não seria melhor pensar, do ponto de vista de urbanismo, o futuro da cidade? Retirar o mercado municipal de onde está, e traçar novas zonas como por exemplo para a zona do Barco?
    Se o sr eng Narciso Mota olhasse para a cidade onde reside (Leiria), bem como o sr arquitecto Celestino Mota, viam de que forma é que proporcionaram a expansão da cidade. Criaram avenidas, variantes, na periferia e criaram condições para que fosse criada, por exemplo, a "Nova Leiria".
    Mas em Pombal, não. Aceitam-se os projectos e não se discute com os seus promotores nem se define uma verdadeira estratégia de desenvolvimento. Até parece que temos medo de lhes impor condições e de apresentar contra propostas...
    M.S.

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  3. Amigo e companheiro M.S., boa noite. Comecemos pela parte final do seu comentário. O último exemplo a dar seria Leiria. Tenho muita pena que a Dra. Isabel Damasceno não tenha conseguido desarmadilhar toda a teia de interesses que campeiam em Leiria, apesar de ter aniquilado muitos, todos do tempo do Engº Lemos Proença. Fale em Viseu, Castelo Branco, Aveiro, mas nunca em Leiria. Leiria é um alguidar, a transbordar, com o fundo todo amolgado e sem Líder. (em Leiria. A Rua Direita é torta, o Rio Liz corre para cima, os sinos não estão na Sé e, em Leiria, tudo assim é). O concelho de Leiria tem um quarto da população dos 16 concelhos do distrito. Ao invés de ser a locomotiva anda a ser rebocado pelos outros 15. Deixe o Engº Narciso Mota fazer outro mandato em Pombal (o último, pela lei) e, se Deus quiser, vai colocar o concelho de Leiria no mapa e puxar pelos outros 15.
    Relativamente ao Largo do Cardal (faz a analogia com o Terreiro do Paço) há um erro histórico que foi o PS transformar a "sala de visitas" (Largo do Cardal) numa via rápida com a execução da passagem inferior sobre a via férrea. Vide artigo no Voz do Arunca de Maio de 1989. Foi o fim do Largo do Cardal.
    Por outro lado, um pombalense, de que não me recordo o nome, mas há registo na Câmara, em 1988, fez a sua tese de doutoramento, em França, sobre o planeamento da cidade, então vila, de Pombal. Vale o que vale. Todavia seria bom, em 2009, rever o que este nosso compatriota previu para Pombal.
    Seria bom, também, que os nossos futuros doutorados se debroçassem sobre os problemas reais dos nossos aglomerados populacionais, projectando-os a 10 ou 20 anos (com mais valias e menos valias).
    Relativamente ao equipamento ora em discussão pública será uma ofensa a Gualdim Pais dizer que ele "ofusca" o seu castelo. O cemitério não é posterior?

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  4. Ena Pà! nao me digam vamos ter o Narciso candidato à Camara de leiria? ufff!!! boa viagem. Jà agora faço pelo menos um favor ao concelho leve tambem o rodrigues marques, a casa não è longe.

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  5. Acho muito bem que se pronunciem na consulta pública (algo muito raro nos pombalenses!), para depois do "mal" feito não venham dizer: "Fica mesmo ali mal! Não devia ter sido construído!"

    Já há muita gente a fazer este tipo de comentário em relação ao Parque Eólico. Aperceberam-se tarde, muito tarde da beleza da "nossa" serra. Fez-se luz de repente, e agora com aqueles "belos" acessos, descobriram algo que esteve sempre lá mas era necessário andar a pé!!!!

    Na minha opinião não faz sentido nenhum tal Shopping naquela área, devia-se sim impedir o crescimento da cidade naquele sentido e transformar toda a área num grande espaço de lazer, mas como é costume na terra outros valores se levantam...betão e alcatrão, os impermeabilizadores da Cidade!!

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  6. O Eng. Marques tem muita memória mas é só para o que lhe interessa. O PSD governa Pombal á 16 anos.
    16 ANOS!!! E agora desculpam tudo com o passado, inclusivé com pessoas que morreram há 20 anos. Tenham vergonha. O curriculo do Eng. Marques é manchado pela derrota nas autarquicas de 1989. Perder com o Carolino é muito mau...
    Esqueça o passado que lhe interessa! Fale dos últimos 16 anos!!! Fale!!! Se calhar há pouco para falar..... que pena. Perdemos 16 anos...

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  7. Um projecto que nasceu torto (aprovado por Narciso Mota à revelia dos estudos e pareceres ambientais) e torto vai ficar. Que raio interessa se é grande, muito grande ou monstro e horizontal ou deitado, se vai ser uma amálgama de vidro e aço (este cliché nunca fica velho) junto (unido, ligado, contíguo, próximo, segundo o dicionário) a um monumento em zona verde? Já não é pombal feia o suficiente que precisemos de o sublinhar ainda mais? E 5 milhões de visitantes...essa então...Há coisas a que não se dá benefício da dúvida, mas o argumento dos "empregos criados", mesmo quando exagerado, deturpado ou, simplesmente, falso, pega sempre. E eu percebo que pegue porque dá sempre que pensar. Mas não se engole sem mastigar, caramba. Com tanto populista e ainda precisamos de mais exemplos...

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