17 de dezembro de 2009

Carta Turística

A Associação de Municípios da Região de Leiria (AMLEI) apresentou uma carta turística procurando alargar o tempo de permanência dos visitantes da região, com uma estratégia integrada de promoção. 3 palavras mágicas: estratégia, integrada e promoção. Isto é, a região (e ainda não vi a carta) pode ser um pólo de atracção (e vamos deixar as comparações estatísticas de lado, que aqui fala-se da capacidade de atrair e fazer permanecer turistas). E sim, já sei que, pelo menos para o norte da AMLEI, temos alegadamente pouca coisa, mas podemos encarar de duas perspectivas: estamos perto de património com muito maior visibilidade e a outra passa por valorizar o grande "monumento" (charneira, na sempre visionária linguagem do sr. Presidente) da região - a Sicó. Vejam, portanto (obrigado, SM), a carta turística para constatar se, no Turismo, conseguimos, com todas as dificuldades inerentes - ausência de identificação regional, ausência de património histórico de relevância protegido, património natural subaproveitado, outros factores de atracção nas nossas "fronteiras"- criar pontos de interesse locais e regionais. Olha, e quem sabe, despoletar novamente a discussão da abertura de Monte Real à aviação civil.

Mas precisamos sempre de "estratégia", "promoção" e "integração". E já sabemos que no nosso dicionário, essas entradas podem ter sempre um significado diferente do habitual.

6 comentários:

  1. O turismo não tem sido uma aposta séria do concelho de Pombal. Já aqui foi falado. É evidente que desenvolver mais uma actividade económica é uma mais-valia. Teríamos, querendo, condições para tal (turismo rural na serra ou na Redinha, desportos radicais, turismo cultural e gastronómico, uma praia "diferente", património a necessitar de ser classificado e valorizado,...), mas é necessário, como bem dizes, "estratégia, promoção e integração". Uma aposta que tarda, mas urge de forma cada vez mais gritante.

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  2. Uma coisa que me faz confusão, é o facto de por exemplo na Aldeia do Vale, qualquer reconstrução realizada tem que obedecer a rígidos critérios e tem que ser mantida a estrutura e as características das casas antigas, e depois isso não é aproveitado para nada.
    Termos tantas potencialidades, nem quero imaginar se não tivéssemos.
    Uma aposta que urge, mas que só tem efeitos práticos a longo prazo, esse é que é o problema, há quem apenas queira fazer coisas que tenham resultados vísiveis num curto espaço de tempo.

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  3. JA

    Assim de repente, na Aldeia do Vale não vejo critérios rígidos. Vejo alguns critérios, mas sem dúvida que está ali um dos maiores desperdícios em termos turísticos, pese embora alguns esforços, que a serra pode oferecer. A todos os níveis.

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  4. Acho bem que se aumente a permanência dos visitantes, isso é sempre óptimo. Realmente, como visitante e apaixonado, existem, aqui e ali, aspectos patrimoniais e paisagísticos que não são bem cuidados e a que não é dado o devido relevo, passando, por isso, desapercebidos. Enquanto, ao invés existe, generalizadamente e enfiar-se pelos olhos dentro - mesmos dos mais distraídos como eu - existe uma degradação urbanística, arquitectónica e ambiental dificilmente recuperáveis, mesmo que, nos próximos vinte anos se alterassem, radicalmente, as politicas de desenvolvimento do conselho, no que não acredito, e, até acho impossível.

    Dito de outro modo - e com respeito por todos os que aí vivem todos os dias, conhecem melhor a realidade e sabem muito mais do que eu – sem deixar de lado e devendo ser dado bastante relevo às vertentes da cultura, do turismo e do lazer que aqui são trazidas com frequência e com debates, no meu entender, bastante qualificados, as apostas no desenvolvimento de Pombal têm de ser outras, ou seja, continuar a promoção no investimento público e privado em infra-estruturas gerais, no desenvolvimento tecnológico das industrias e dos serviços, na melhoria da estrutura fundiária e o aproveitamento da excelência da qualidade dos solos agrícolas e florestais. Sendo certo, que para se ser bem sucedido em tudo isto, é preciso começar por e qualificar as pessoas e escolher os políticos melhor preparados que irão implantar, organizar e dirigir estes processos. Se isso suceder, a qualidade ambiental e de vida serão acrescidas, darão lugar e tornarão as actividades de lazer e de cultura parte do dia a dia das pessoas, que agora não fazem nada por elas nem sentem a sua falta, porque se tal fizer parte dos hábitos da generalidade dos Pombalenses, não haverão salas de espectáculos, de exposições e outras actividades culturais sem público. Pelo contrário, será o público a realizar e a viver a cultura,e que exigirá que os locais e actividades com ela relacionados funcionem.

    Abraços,

    P.S.:

    Falam da Aldeia do Vale e da Redinha. Aqueles que conhecem uma obra que se chama "Arquitectura Popular Portuguesa" sabem que algumas das casas da relativas à Estremadura e Beira Litoral foram recolhidas na nossa região (casas de pedra e taipa). Hoje passamos nas nossas aldeias e essas casas ou foram deitadas abaixo e, as poucas que existem, estão degradadas com prédios de 3 e mais andares ao lado, sem qualquer necessidade que o justifique e, sobretudo, sem qualquer harmonia. Falar de turismo nestas situações e circunstâncias,perdoem-me, é quase ironia.

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  5. Caros amigos,
    Os crimes contra o património natural e cultural (vulgo construído) têm sido tão graves que qualquer dia não merece a pena pensar em Turismo como vertente económica rentável.
    Alguns iluminados da nossa praça, com realce para os "comanditas" do convento do Cardal, vulgo Paços do Concelho, acreditam que turismo é hotelaria e restauração. Nunca foram capazes de conceber que as pessoas só pernoitam e tomam refeições, ou nos lugares por onde passam (curta permanência), ou para visitarem paisagens, ver espécies animais ou vegetais autóctones e exclusivas, contemplarem formações geológicas fora do comum, conhecerem costumes originais, ou monumentos bem conservados e com visitas minimamente bem organizadas.
    A maneira com destruíram a exsurgência do Rio Anços devia, pelo menos, ter dado prisão aos seus autores (ainda por cima com dinheiros comunitários) mas passemos à frente.
    A Quinta de Santana que deveria ter sido uma Unidade de Turismo de Habitação, ou reestruturada para Pousada da Juventude, apoiada em desportos radicais na Senhora da Estrela (escaladas, excursões espeleológicas, para-pente nas colinas que bordejam os Poios), nunca foram concretizadas por tibieza da Câmara Municipal que, confundindo tudo, elaborou para a Quinta, um caderno de encargos que serviria para o estabelecimento de uma unidade hoteleira vulgar mas nunca uma unidade de turismo de habitação. Sei do que falo, li esse caderno de encargos.
    Há ainda uma vertente de turismo religioso que tem sido desprezada. Em séculos passados a capela da misericórdia chegou a ser a mais rica de Pombal por estar na passagem dos peregrinos, certamente para S. Tiago de Compostela. Hoje, passam pela nossa cidade milhares de peregrinos a caminho de Fátima. O que tem sido feito para que eles se demorem um pouco mais na sua passagem? Pouco ou nada e devia pensar-se seriamente em colocar Pombal na rota de Fátima, sem exploração grosseira dos peregrinos mas com serviços muito baratos ou gratuitos que ao refrear-lhes a velocidade da passagem permitissem melhorar as receitas do comércio, mas sem exploração especulativa, que é uma tentação para o Zé de Pombal que as autoridades competentes e associações de classe deviam instruir e refrear.
    Saudações

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  6. O antigo Executivo do Louriçal começou por essa via e os resultados têm sido animadores. Falta uma Residencial e uma maior divulgação junto do turismo religioso. Mas com mais estruturas consegue-se. O Municipio de Pombal ( com o excesso de Veriadores) deveria colocar um que fosse interessado por essa vertente a trabalhar a sério nessa área.

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