Perdoem-me os leitores do Farpas mas eu não pretendo crucificar o atelier de arquitectura COMOCO que desenhou as obras de requalificação do Castelo de Pombal. Apesar de ainda não perceber a necessidade de um edifício com aquela volumetria no interior do castelo, o diálogo entre a modernidade e a tradição parece-me interessante e pode permitir uma nova vida ao nosso principal monumento. A elegante intervenção do atelier de Coimbra contribuir, quanto a mim, para uma leitura renovada do testemunho do castelo com a vantagem de conferir algum valor cultural acrescentado pela contemporaneidade.
Face a uma proposta arrojada e polémica como esta, esperava do município um programa em coerência para o monumento. Um programa que justificasse o investimento efectuado e dignificasse a opção tomada. Provavelmente é isso que está na cabeça de Diogo Mateus e da sua equipa. Mas, se assim for, alguém me consegue explicar como se justifica um Mercado Medieval para o dia da inauguração?
Caro Adérito Araújo,
ResponderEliminarUma vez que anda capacitado de tão bons informadores a respeito destas obras, também agora “mandadas” erigir no primeiro Castelo que foi verdadeiramente "mandado" construir pelo 1º Mestre da Ordem, Gualdim Pais, ousava, nesse sentido, requerer, com seu devido apanágio, de que os aproveita-se, e lhes também solicita-se a "acta".
- Qual acta?
- A acta.
- Qual acta?
- A acta em papel?
- Qual papel?
- O papel.
- Mas qual papel?
- O papel que tem a acta...
Mas já agora, que seja o papel que tem a acta sobre este assunto e que se encontre devidamente assinada, por quem haja autorizado tais obras dentro do perímetro de protecção do monumento nacional, e que viola a proibição de "ius aedificandi".
A partir de tal ponto alcançado,
- Qual ponto?
- O do papel.
- Qual papel?
- O papel que tem a acta.
Chicha…
Aí, já quiçá, e por ventura, a "tinta" já corra e flua mais livremente, até lá, isto não passam de tentativas de congruências sobre incongruências, que resultam, obviamente, no que nós "povo", até já parece que estejamos tão bem acostumados, ou seja, em mais incongruências para os bolsos dos mesmos do costume.
Aguenta Zé... ai aguenta, aguenta...
Que com balas e bolinhos, pão e circo…vá…
Bem haja.
HSN
Para mim, que sou um burro em arte (nem que ela se sente em cima de mim com um pesado rabo!) , opino que é uma aberração aquele..."edifício", dentro do castelo!
ResponderEliminarSerá futurista? Será inovação? Onde está o Gualdim Pais para lhe pedirmos uma opinião? Ah...já morreu?... Pois, se tivesse vivo, o homem partia aquilo tudo "à espadeirada" , nem que tivesse de ir roubar o aço das espadas ás minas da Panasqueira!
Eu fario-o.
Meu caro Hugo Neves,
ResponderEliminarNão tenho qualquer problema em divulgar as minhas fontes. Espero que não fique desiludido... Depois de ter sido informado da obra pelos meus amigos João Alvim e Sílvia Domingues, recorri ao omnipresente Google, pesquisando por: obras+castelo+pombal+arquitectura. Rapidamente fiquei a saber qual o gabinete de arquitectura e qual o montante gasto na obra (sei bem que os valores divulgados ficam sempre aquém dos reais).
Quando vi as primeiras fotos do "mamarracho" proposto para o interior do castelo confesso que fiquei chocado. Como não sou de crítica fácil, tentei ver o projecto sob o ponto de vista da câmara (o dono da obra) e sob o ponto de vista dos arquitectos. Procurei saber qual foi o programa proposto ao gabinete de arquitectura e quais as razões que os conduziram à solução encontrada (http://www.archdaily.com.br/br/01-41133/reorganizacao-do-castelo-da-colina-de-pombal-slash-comoco). Depois disso, fiquei com uma opinião mais concreta sobre o papel de cada um dos intervenientes no processo e formei uma opinião. Como vê, não há aqui espaço para nenhuma teoria da conspiração.
Mas o meu caro amigo não questiona as opções estéticas; questiona a legitimidade da obra e aí dou-lhe toda a razão. Eu também não entendo qual a necessidade de gastar mais de 3 milhões de euros no castelo se o objectivo é fazer do monumento aquilo que sempre foi.
Quanto às questões legais, sabe, de certeza, mais do que eu. Mas se a obra está ferida de legalidade, é oca qualquer argumentação sobre opções arquitectónicas. Isso já é um caso de polícia.
Abraço,
Adérito
Garantiram-me, ontem mesmo, na calada da noite (quando voltava dessa perigoso Gang da Malha) que o palanque foi pensado para as aulas de zumba. Está perfeito, há que dizê-lo. Quanto à feira medieval...anda a faltar-nos materializar ao vivo a Santa Inquisição.
ResponderEliminarSinceramente, não consigo compreender como pensam em uma coisas dessas para o local em questão. Se for executado, serão mais milhares de euros gastos para nada. Caso essa "obra de arte" tenha sido pensada para aulas, apresentações ou algo do tipo, eu pergunto:
ResponderEliminarCom tantos meses de frio e chuva, quantas vezes por ano irão conseguir utilizar esse espaço?
Ou será que esse milhares de euros serão gastos pensando apenas nas míseras semanas de verão?
Será que só sabem gastar dinheiro em obras inúteis e/ou que destoam totalmente da sua envolvente?
Ta difícil...
SP
Eu estive lá, no Domingo. Achei bonita, a "re-inauguração-para-não-deficientes", apesar de achar disparatado gastar dinheiro a fazer uma rampa à qual os cidadãos com mobilidade reduzida não conseguem chegar.
ResponderEliminarMas isso também não importa muito, porque esta festa não era para eles.
Antes passei na cafetaria do castelo, edificio também ele "para-não-deficientes", que o é sem necessidade alguma, com degraus aberrantes criados (estou certo, que outra coisa não é crível) para evitar que essa raça maldita que são os que se deslocam em cadeiras de rodas possam frequentar esse espaço construido com dinheiro público.
Julgo que na cafetaria não podem entrar cães nem cadeiras de rodas.
No castelo, podem entrar cães, que se saiba.
Na CMP, podem entrar deficientes. O que é uma pena, e tira coerência a todo este cenário.