13 de outubro de 2015

Governo à esquerda

A putativa aliança PS/BE/PCP não foi estabelecida antes das eleições nem apresentada aos eleitores para debate na campanha eleitoral e para sufrágio nas urnas. Antes pelo contrário, o PS pediu o voto útil para uma maioria e o BE e o PCP fizeram ataque ao PS, PSD e PP.
Reunidos os partidos, depois de contados os votos, o PS de António Costa passou a transmitir publicamente a notícia de desentendimentos com o PSD e PP e de compatibilidades com BE e o PCP, ou seja, a vontade e a possibilidade de formar governo à esquerda.
Sendo certo que o BE e o PCP e, parcialmente, o PS defendem a manutenção de todas as “pensões a pagamento” (incluindo as reformas precoces e douradas), a rigidez do vínculo laboral, a distribuição de subsídios e a saída da moeda euro, da União Europeia e da Nato, talvez a pretendida solução de governo à esquerda seja a oportunidade dos cidadãos não fidelizados a partidos poderem comprovar a fraude que representam os programas eleitorais do BE e do PCP. É que sem produção de riqueza e receitas de financiamento não há pagamentos e sem incentivos ao investimento e à manutenção da atividade empresarial não há produção de riqueza para distribuição. Que governem para desfazerem mitos, mesmo que isso traga a ruina das finanças e sofrimento no futuro, pois a maioria é de esquerda.
É estranho que o PS, o BE e o PCP sejam agora os partidos retrógrados, os que defendem privilégios das suas elites ou “nomenklaturas”, nas suas “datchas”, com a justificação de serem “direitos adquiridos” e representarem o “princípio da proteção da confiança” (como as ditas pensões precoces e douradas), sempre a cargo de quem produz e paga cada vez impostos, como se existissem deveres adquiridos a cargo do “povo”.
António Costa parece um político sem prática democrática, tipo Hugo Chaves, que altera permanentemente as regras conforme as suas conveniências, para desesperadamente poder aceder ao poder ou para nele se manter. Lembramo-nos dos seus golpes sucessivos para chegar ao poder ou da forma obscura como o exerceu, tal como quando “queimava” António Seguro em lume brando, apresentando-se como alternativa e reserva moral do PS mas não se candidatando ao cargo de secretário-geral com a justificação de que o exercício do cargo era incompatível com o de presidente da Câmara Municipal de Lisboa, para depois das eleições europeias desferir o ataque final e continuar presidente da Câmara, como quando conduziu o concurso ruinoso SIRESP, como quando influenciou o poder judicial no caso Paulo Pedroso, como quando participou nas influencias BES, etc, etc.
António Costa parece representar a necessidade urgente do PS de aceder ao poder para poder obter financiamentos para o seu partido endividado e para saciar o apetite voraz de uma parte dos seus antigos e atuais dirigentes habituados a práticas obscuras, como nos casos Emaudio, Fax de Macau, etc.

Talvez seja a oportunidade do parasita BE poder comer por dentro o hospedeiro PS, como na Grécia.

8 comentários:

  1. Meu caro,

    As eleições legislativas servem para eleger deputados. Foi isso que o povo fez. Segundo a constituição, compete ao Presidente da República nomear o Primeiro Ministro, depois de "ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais".

    O vosso Presidente da República decidiu não ouvir os partidos, esquecer os resultados eleitorais e criar esta situação que vos está a atormentar. Mas fica descansado: a nossa esquerda é muito complicada e, infelizmente, não consegue entender-se. Tenho pena. Mas uma coisa é certa: já valeu a pena esta semana só para vos ver aflitinhos a lançar mão aos velhos chavões do papão do comunismo. Uh...

    Grande abraço,
    Adérito

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  2. Socorro... Oh da guarda.…acudam.. Chegaram os comunas e eles comem meninas...e meninos betinhos…

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  3. Caro amigo Adérito
    Como escrevi no post, pretendo que o PS, o BE e o PCP governem conjuntamente para se acabar com o mito de que a esquerda é abundância e felicidade e de que a culpa da crise é só da responsabilidade dos partidos do “arco da governação”, como se não tivesse existido um passado recente revolucionário que deixou marcas na Constituição e nas leis que nos “governam”.
    Caro Roque
    Já nos habituaste a chavões e disparates maus "para a fotografia". Como vês não tenho medo do governo PS, BE E PCP., pois até quero que governem pelas razões supra expostas. Tenho é pena deste país.

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  4. Bem… vamos a isto!
    O que que andaram a fazer os partidos nesta longa campanha politica?
    O PS pedia maioria;
    A coligação a pedir uma maioria qualificada;
    A CDU e o Bloco fizeram ”tiro aos alvos (PàF, e PS).
    O que resultou no apuramento eleitoral?
    PàF teve maioria relativa de votos;
    O PS não obteve a maioria absoluta que tanto pedia aos portugueses;
    O BE, tornou-se, eleitoralmente, o 3º partido parlamentar recuperando os resultados do passado”
    A CDU passou para 4ª bancada parlamentar.
    Como se “desembrulha esta meada?”
    A PàF escolhe para parceiro de governo o PS que se está mais interessado em desenvolver o jogo na sua ala esquerda ignorando “olimpicamente o seu parceiro nos compromissos europeus.”
    O que poderá acontecer?
    PàF e governar com ou sem apoio do PS;
    PS a governar “de braço dado” com a CDU e o BE;
    Costa a continuar dizer na C. Social estrangeira o que não diz aos Portugueses;
    Instabilidade social e económica e problemas pela não concretização dos compromissos internos e europeus.
    A vitimização da PàF e o do PS.
    Um governo com a morte anunciada dentro de seis ou sete meses de vida já que, pelo andar da carruagem…
    Nova campanha eleitoral com os custos, uma vez mais, a serem suportados pelos nossos bolsos.
    Afinal como resolve?
    Com longos debates mas TVs e Rádios;
    Com entrevistas em tudo quanto é C. Social;
    Com o prolongamento da crise nacional e previsíveis atritos politico e económico com os nossos parceiros;
    Regressarmos a 2011.
    Pimpão dos Santos

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  5. José, as tuas conclusões politicas sobre um cenário de governo à esquerda, esbarram na realidade. O teu pensamento "ortodoxo" continua a proclamar a mesma ideia básica: os da esquerda são uns malandros, ociosos, esbanjadores, despesitas, inaptos para governar a coisa pública. Mas por outro lado, os da direita, são os criadores de riqueza, trabalhadores, empreendedores. Não achas que a tua "cassete", precisa de ser afinada ? Não é assim que o eleitorado pensa, como ficou demonstrado no passado dia 4 de Outubro.
    Não consigo entender, como é que chamas á colação a situação revolucionária 74/76, decorridos 40 anos anos de arco de governação, arco mitologico que definitivamente morreu com a franca possibilidade e desejo do PCP e Bloco fazerem parte de uma solução governativa. Aliás, outro mito que caiu igualmente é a proclamação de os partidos à esquerda do PS serem somente partidos de protesto.

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  6. Caro amigo Adelino Leitão
    Citando Margreth Taecher, aquela Senhora Primeira Ministra conservadora de Inglaterra que combateu privilégios e sindicatos, que controlou a inflação e levou à valorização da moeda libra e recuperou a economia inglesa, direi que “o socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros” e que “não existe essa coisa de dinheiro público, mas apenas dinheiro dos contribuintes” (https://www.youtube.com/watch?v=WFIN5VfhSZo).
    Eu pergunto: Quando se acabar a capacidade dos contribuintes portugueses de pagarem impostos, o estado vai começar a nacionalizar os seus bens, agora sob a forma de mais impostos e taxas, matando a economia, ou o PCP e o BE vão abandonar os seus programas e fazerem uma viragem à realidade, à direita, como na Grécia, traindo os sues princípios e eleitores? Ou os empresários continuarão ingenuamente a investir e produzir para sustentar o estado?

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    1. Vá daí u abraço DR.
      Eu não defendi o “governo” PàF / PS. Nem este nem outro qualquer. Apenas, constatei factos do domínio público…
      Que é feito dos “mimos” ditos, em plena campanha eleitoral, pelos cinco partidos ora na ribalta?
      O maior perdedor vira vencedor.
      Rasgaram, todos, os respectivos cadernos eleitorais? Claro que sim!
      Como puderam esquecer o ADN, no final da noite de 4 de Outubro passado?
      Assistimos, no sofá e com indiferença, ao oximoro politico…?
      PS Informo-o que vivi, alguns anos, num regime comunista.
      Pimpão dos Santos

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  7. Que perigosos esquerdistas que querem governar este pais ou nas sabias palavras do autor do post desgovernar. E sim, são perigosos os esquerdistas pois colocam em causa um plano suportado em injustiça social, em austeridade desmedida, em incompetência politica e incapacidade governativa e medidas económicas e politicas já comprovadas desastrosas.

    A mais básica ideia é que até agora o responsável de "convidar" o vencedor das eleições de 04 de Outubro ainda não o fez. Ah e isto e aquilo há prazos e os votos a contar e não sei lá o que nem porque mas a verdade é que não há ninguém a ser indigitado pelo PR para formar Governo seja ele, Passos Coelho ou Paulo Portas, ou lá quem o sr. PR entenda no seu juízo politico imparcial de direita fundamentado.

    Mais, ainda vamos esperar por terça ou quarta feira da próxima semana, para ver esse convite surgir. Caramba, ninguém de bom senso pague ou não impostos, entende que terminado acto eleitoral de 04 de Outubro, arrumada a casa em um dia (neste caso até um dia pouco importante para Portugal - 05 de Outubro (instalação da República) e, no dia seguinte, 06 de Outubro, vamos lá trabalhar...
    Não, nada disso. Vamos andar aqui a discutir em praça publica, jornais, rádio, televisão, redes sociais e afins, se o Costa, a Catarina e Jerónimo se unem (e o man do PAN??? O sr. eng. das pessoas animais e natureza não conta???), ou se o PR vai ou não pensar em outra solução? Ou se haverá Governo de vencedores de eleições ou por outro lado se vai aparecer figura ilustre e eminência parda (quiçá um amigo tipo Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Duarte Lima...), convidada pelo PR para formar Governo de gestão nacional?

    E ainda mais, nós os contribuintes aqueles os pagantes (os que ainda o podem fazer por enquanto por ter salário nem sempre necessariamente trabalho pois politica de austeridade assim o exige), temos de suportar isto tudo??? Já agora recordando... em Governo de Direita que dinheiro é que se gasta, os dos impostos ou ou dos contribuintes???

    Afinal, agora o Costa já não quer ser 1.º Ministro, pois assume perdidas as eleições e só será se convidado para tal numa convergente e amplo apoio parlamentar, e a Catarina já afirma que Passos/Portas é que não que tudo acabou e basta de direita no poder isto tudo depois de se aliar a dita para derrubar o governo de esquerda..., e o Jerónimo clama e brada que a maioria de parlamento é de esquerda e o PR tem de cumprir com o que afirmou antes das eleições ou seja "...sarei posse a um governo de apoio parlamentar inequívoco...", assim sendo de que se queixam os vencedores das eleições? De não serem Governo?

    Mas afinal de quem é a iniciativa para formar o Governo? Será minha? Do autor do post? De quem lê agora estas linhas? Pois, se há coisa que desagrada é saber que a culpa morre solteira e neste país se prende um cidadão sem culpa formada ou provas objectivas e após estes onze meses de gestação de injustiça pura se liberta com fundamento de não ser já ameaça à investigação no/do processo.

    Caso para se dizer em "ambas as duas" situações - "porreiro,pá!"

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