As pessoas têm a enorme capacidade de nos surpreender. Nas democracias
consolidadas era comummente aceite que as oposições não ganham eleições, são os
partidos no poder que as perdem. Mas, pelos vistos, nas próximas eleições, não será
bem assim! Provavelmente, será mais PS que perderá as eleições e não a
coligação de direita ganhá-las. E mostrarão outra coisa ainda e mais
surpreendente: o PS perderá as eleições à esquerda e não ao centro, ao
contrário do que comummente se regrou. Esta surpresa acontecerá por duas
razões: o PS perderá votos para a esquerda (CDU, BE e novos partidos) e não
cativará o eleitorado flutuante ao centro, descontente com a coligação de
direita. Porquê? Porque o PS nunca apresentou uma alternativa consistente e de centro-esquerda.
Ziguezagueou entre o centro e a esquerda, e perdeu nas duas faixas nas suas
margens que, em circunstâncias normais, lhe assegurariam uma vitória robusta.
Falta ao PS coerência e consistência ideológica e sobrou-lhe
tecnocracia. O PS, com Seguro, cedeu em áreas onde não podia ceder – Legislação
Laboral (estruturante da sociedade), Pacto de Estabilidade … - e com Costa
colocou, novamente, a revisão da legislação laboral na agenda política sem
qualquer necessidade - nem a direita a reclama - e sem qualquer vantagem, antes
pelo contrário, já para não falar da arriscada redução da TSU.
Há erros que se pagam caro. As pessoas estão mais atentas aos sinais do
que os políticos pensam.
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