22 de fevereiro de 2017

Câmara rica, concelho pobre

A mensagem passou ontem: 

"O presidente da Câmara de Pombal, Diogo Mateus, não escondeu hoje a sua satisfação pela aquisição dos terrenos da Quinta do Casarelo, no centro da cidade. São seis hectares de terrenos, avaliados em cerca de cinco milhões de euros, e pelos quais o município deverá despender cerca de 65 mil euros. Uma operação que permitirá ao município “desenvolver uma nova cidade”, e disponibilizar espaços para que, essencialmente os jovens casais, possam construir as suas casas com custos controlados. Ontem, em conferência de imprensa, o autarca social-democrata explicou que o negócio foi efectuado no âmbito de uma hasta pública promovida pela Autoridade Tributária, executando, assim, a empresa proprietária dos terrenos, localizados na zona envolvente ao Castelo da cidade e mercado municipal."

Tudo o que se pudesse dizer agora sobre tamanha façanha, seria obsceno. Houve um feito maior neste mandato de Diogo Mateus, um mérito que ninguém lhe pode negar, a ele e (especialmente) ao seu gabinete: a facilidade com que qualquer linha de propaganda é transformada pelos mensageiros em notícia, sem enquadramento dos factos nem qualquer réstia de memória. E tudo ao preço de likes, sorrisos, e pancadinhas nas costas. Ou talvez não.

8 comentários:

  1. Esta Quinta do Casarelo até foi um bom acto de gestão, é pena é que um Empresário se tenha suicidado á custa de problemas gerados por este terrenos. Não sei a história toda, sei varias versões, todas elas com um ponto em comum. Um Empresário e empreendedor Pombalense suicidou-se e na altura se fosse ajudado poderia ainda estar vivo. Só isso é que é de lamentar, tudo o resto é a economia e o capitalismo a funcionar. Para uns ganharem, outros tem de perder. Acima disto tudo deveria estar o valor da vida humana.

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  2. Não percebi nada do que pretendes dizer. Ó Roque, não é obrigatório teres opinião sobre tudo o que mexe. Conselho de amigo.

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  3. Volto a afirmar Camarada e amigo Adelino Leitão. Acima de tudo deveria estar o valor da vida humana...

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  4. Valor, ética, amor e todos os de mais, como a dor foram adulterado, cilindrados e esquecidos pelos sistemas económicos vigentes. Hoje, por exemplo, alguém sabe definir o que é o amor? Eu tenho uma definição " amor é esfregar o pulegar com o indicador ". está tudo dito

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  5. Desculpem-me, primeiro uma nota ao último comentário, longe de mim ser presunçoso, lapso certamente mas pulegar, não... polegar sim.

    Posto isto, que informação dramática toda aquela que está patente no post, desde a constatação dos factos emergentes do mesmo e vindo a lume em jornal diário até aos comentários subsequentes dos leitores e participantes deste espaço, mas afinal o que se passa nesta cidade?
    Difícil é entender linhas de pensamento mas vejamos:
    O que mudou desde que os ditos terrenos foram adquiridos pelo empresário (entretanto falecido) até à actual aquisição pela Câmara de Pombal? Para além do Presidente, é Claro...

    Então, no passado não foi possível constituir/emitir licença de construção para os terrenos ali existentes e agora, já se perspectiva "...Uma operação que permitirá ao município “desenvolver uma nova cidade”, e disponibilizar espaços para que, essencialmente os jovens casais, possam construir as suas casas com custos controlados.(...)".
    Construir???
    Mas está alterada a situação (dos terrenos) em menos de três meses?
    Aconteceu alguma coisa que não se saiba de forma a conseguir tal desiderato (aparentemente) logo após o brutal desaparecimento do empresário que primeiramente adquiriu os tais terrenos e andou anos a tentar ali construir para pagar a quem era devido e viver a sua vida de empresário e cidadão?
    Terrenos que alegadamente custaram uns milhões, ao empresário que os pagou aos donos dos terrenos (já nem sei nem me lembro nem estou interessado em saber quem eram), com uma "vil" promessa de edificação permitida mas nunca cumprida que por força de circunstâncias foram parar as mãos da Autoridade Tributária e agora, quiçá por obra de "uma boa e economicista e gestão de património" chegam ao domínio camarário para consequente desenvolvimento do espaço junto de casais jovens, de forma a edificar por lá...
    Casais jovens???
    Edificar (quer dizer construção de casas)???

    Secundo texto de autor anterior (agradecido António);
    "Não sei a história toda, sei varias versões, todas elas com um ponto em comum. Um Empresário e empreendedor Pombalense suicidou-se e na altura se fosse ajudado poderia ainda estar vivo."

    Vai por si...

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    1. O problema é muito mais complexo do que parece, subscrevo: devemos ter respeito pelo defunto. Pelo que eu sei, a banca, emprestou chapéus de chuva a toda a gente em tempo de sol, começou a chover e retirou-os, ficou muita gente molhada. Tenho este prédio para construir! A banca faça, faça, nós apoiamos! A obra avança, o mercado vai abruptamente, como não vendeu, a banca é pior que um touro numa arena quer cobrar a dívida a todo o custo, cilindra tudo e todos, vai para tribunal, sem procurar uma solução intermédia, faz como Pilatos, a partir deste momento a dívida é impossível de gerir. Para que saibam: o primeiro prédio do Sr. Isidro a ser vendido ao desbarato, em hasta pública, já em fase acabamentos, foi uma edificação situada junto à Escola Marquês de Pombal e que o novo dono conclui há poucos dias. Dizem, e bem, se não fosse a CMP a comprar seria um privado, aliás, um privado apresentou proposta de compra e a CMP exerceu o direito de opção, a meu ver muito bem! De facto podia ter havido um pouco de descrição e é aqui que entra o respeito ou a falta dele pelo falecido. A questão que se levanta: porque razão a banca não procurou uma solução intermédia? É aqui está a falta de apoio que alguém invocou !

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  6. Um empresário suicidou-se e se na altura se fosse ajudado poderia estar vivo. Acredito que sim, mas a Câmara não tem particulares competências na saúde mental e modo individual que cada um escolhe para terminar a sua vida. A Vida humana é o bem mais valioso e que dos deve merecer muito respeito, sobretudo quando termina em circunstancias trágicas. Daqui do Sul nada sei sobre a pessoas diferentes versões da história. Acho uma terrível falta de respeito pelo falecido e pelos seus próximos. No fundo, o que se sugere - por insanas razões políticas - é que estes terrenos estiveram envolvidos numa possível estória suja de corrupção ou de tráfico de influencias que deu mau resultado. Nenhum empresário ligado ao imobiliário arrisca num investimento sem medir bem os riscos, sobretudo quando investe em terrenos sem ocupação e utilização definidas, nomeadamente sem constarem de planos (PUs ou PDMs). Ao contrário disso, pode, como é comum à generalidade dos especuladores imobiliários, apostar no resultado do seu poder de influencia sobre o poder e a administração para investir terrenos sem valor significativo, e lhe alterar o destino e capacidade construtiva, em novos planos ou alterando os planos existentes. A mensagem lida de corrida e atendendo, apenas, ao sentido da linguagem utilizada, é que o respeitável falecido deve a causa da sua morte trágica ao facto, de no seu caso o investimento feito não ter o resultado esperado por o tráfico de influencias ou corrupção do poder e da administração municipal, neste caso não ter funcionou. Se a Câmara os comprou numa hasta pública concorrendo em mercado aberto, é de mau gosto trazer o falecido ao caso, só há que dizer que se praticou um bom acto de gestão - em qualquer caso irremediavelmente esses terrenos seriam vendidos - que colocou esses terrenos nas mãos da população pombalense, que lhe pode dar o destino mais conveniente em termos das diferentes utilidades que pode proporcionar à organização do espaço urbano da cidade, Estejam as populações e os seus dirigentes políticos à altura de pensar o que fazer com esses terrenos privilegiadamente situados, de que a construção urbana massificada, não será, certamente, o melhor destino, mesmo com a demagogia da habitação para jovens. Nesse campo, os privados fazem melhor com menos dispêndio de recursos, nomeadamente com os programas de construção a custos controlados. Favorecer o aparecimento de habitação jovem e dar nova vida ao Centro Histórico, é favorecer a recuperação e renovação dos edifícios semi abandonados que nele existem, com um plano e um programa de apoio para esse feito. Paz aos mortos, esperança para os vivos. É isso que se precisa.

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