O título do Diário de Leiria soa a alarme: “Pombal: autarcas
fazem ‘ultimato’ para exigir obras no IC2”. A notícia reforça o toque a rebate:
“as juntas e a câmara municipal deram um prazo, até final do mês, à empresa Infraestruturas
de Portugal (IP)…. Caso contrário, estão dispostos a encetar uma “luta” com
marcha lenta e outras iniciativas de “maior força””.
O deputado Pedro Pimpão – o grande reivindicador das obras –
afirma que é “uma causa que nos une a todos”. Não lhe passei procuração
para falar por mim. Compreendo-o, e não o censuro por me incluir no molho: é um
exageradão, vive da ressonância.
Não nego que o IC2, nomeadamente no troço que atravessa o
concelho, precise de obras. Todas as estradas, todos os anos, precisam de
obras. Nego é que seja insegura (ou, melhor dito, menos segura que o resto da
via) e que seja o grande problema de Pombal (temos tantos, infelizmente) ao
ponto de exigir um toque a rebate.
Utilizo o IC2, todos os dias, no troço Pombal – Leiria.
Considero-a uma via segura e relativamente fluída para o volume de trânsito que
a procura. Podia ser mais segura? Podia. Mas mais segurança implicará, sempre,
perca de outras valências. Podia ser mais rápida? Podia. Mas maior rapidez acarretará,
sempre, mais dificuldade de acesso. Tenho muitas dúvidas que as populações que
vivem nas imediações da via desejem limitações no acesso e no atravessamento da
via. E sejamos sérios: mais segurança obrigará a isso. As recentes alterações
no IC2 têm dado primazia total ao veículo automóvel; e, por vida disso, a
colocação de separadores centrais, forte redução do número de acessos e
cruzamentos, e proibição dos motociclos e bicicletas.
Uma intervenção profunda no troço que atravessa o
concelho, dando primazia total à segurança, não é uma prioridade para o
concelho, e tenho muitas dúvidas sobre os seus benefícios globais.
Como o actual Governo é do PS, os Autarcas do Concelho de Pombal na sua esmagadora maioria afectos ao PSD pretendem marcar posição. Esta é uma forma que até acho com algum sentido. Todos nós sabemos que com a proliferação de AEs a pagar que não é muito de interesse dos lobys criar estradas secundárias com grande fluidez de tráfego, senão lá se ia o negócio.
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