9 de dezembro de 2019

A pecuária da Mata Mourisca, o 'modus operandi' e o carro-vassoura

No registo certo (afinal, mais vale tarde que nunca), o presidente da União de Freguesias da Ilha, Guia e Mata Mourisca levantou finalmente na Assembleia Municipal a questão da pecuária que ameaça abrir portas e cheiros naquela região - como aqui foi alertado, em Outubro último.
Depois disso, já o assunto se espalhou nas notícias.
Gonçalo Ramos percebeu, enfim, como deve ser o modus operandi: de forma clara e concisa partilhou com todos a preocupação e questionou a Câmara. Estava feito. Mas o presidente da Junta do Louriçal (que lida mal com a democracia, como facilmente se percebe, pelo desagrado manifestado com a falta de unanimidade noutros assuntos) achou que tinha alguma coisa a acrescentar. Mais: estava a achar-se tanto, que quase parecia a entidade máxima da autarquia. Ora, perante a resposta de Diogo Mateus - que, pasme-se, garantiu que a Câmara vai procurar 'compatibilizar, se for compatibilizável, a convivência humana sobre a convivência animal', percebe-se bem o desconforto causado. O poder não gosta de ser importunado, e José Manuel Marques arriscou-se muito...

ps1:  Gostei muito de ouvir D. Diogo  dizer  que governa para as pessoas. Ele não tem dúvidas. Eu às vezes tenho. Mas isso sou eu, que não fui tocada pela sabedoria de Cavaco, ao tempo da hegemonia laranja no todo nacional. 

ps2: que deleite, aquela conversa acompanhada das mais belas expressões, entre Manuel António e José Gomes Fernandes - este último regressado à linha da frente do partido. Que deleite. 

1 comentário:

  1. Claro que são este tipo de assuntos que mais incomodam e contribuem para a avaliação das prestações dos autarcas, o conflito de interesses.
    O ter de tomar posição é chato porque se tem de assumir um lado da barricada não sabendo como de sai dele mas com a consciência de que se correr mal só vai haver um culpado, o autarca.
    Esta luta não é fácil e tem de ser assumida em várias frentes de quiser ter sucesso.
    Todos os itens inconformes devem ser postos ao sol, a saber:
    Localização a norte de zona habitacional com ventos dominantes de noroeste, proximidade de 500m nada salvaguarda, cheiros intensos próprios impossíveis de conter dos dejectos animais com garantida descarga para a linha de água nos momentos oportunos de maior pluviosidade e de vez em quando sem querer, tudo justificado pelo acidental que será frequente e instalação de linha elétrica pela EDP ao longo do caminho ao nível do terceiro mundo ( é só passar na caminho mm de baixo-moita do boi.
    Os efeitos estão garantidos porque há já muita experiência dos efeitos na freguesia e uma natural atitude de ultrapassar o número de efetivos estabulados autorizado que ninguém percebe, excepto nas consequências incómodas que logo se manifestam.
    A receita da defesa das populações desta bomba de cheiros passa por acionar todos os meios sendo que o mais eficaz e definitivo o de conseguir fazer desistir o empresário pelas dificuldades constantes que terá de enfrentar com os meios de fiscalização ao longo da atividade.
    Assim, todos os avisos e queixas à APA e á DGA e à fiscalização municipal, tanto na forma de avaliação dos efeitos como na atribuição de licenças irá colocar os auditores em sobreaviso de que eles estarão a ser também escrutinados pela autarquia local e logo serão muito mais exigentes nas avaliações de conformidade.
    Por outro lado, a consciêncialização do empresário de que se vem meter num mar de problemas dado que se lhe garante uma permanente monitorização do da atividade com constantes reclamações autárquicas e populares às entidades fiscalizadoras coloca tal pressão tal pressão no empresário que ele próprio ponderará se vale a pena insistir em tentar funcionar em tão hostil ambiente!
    Nestas atividades há sempre muitas inconformidades funcionais que só uma certa vista grossa da fiscalização permite trabalhar sem grandes incómodos, e a promessa de que terá os holofotes constantemente em cima será a melhor forma de ele reavaliar se quer continuar.
    Foi o que aconteceu na Água Formosa bom a Quinta de S Francisco e seus aviários. O empresário desistiu.
    As denuncias em AM demonstram algum empenho dos responsáveis mas o trabalho árduo e constante e chato terá de ser continuado se querem ter sucesso para o bem estar das populações.
    Faço votos para que sim.

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