As notícias da imprensa regional dão conta de uns achados arqueológicos no Jardim do Cardal: túmulos do século XVI. Até um leigo na matéria sabe que revolver um jardim colado a uma igreja é obra certa, nesta matéria. E que por isso era fatal como o destino desta terra encontrar ali alguns esqueletos. Da mesma maneira, qualquer leigo sabe também que encontrar esses vestígios históricos implica um atraso nas obras, pelo que nos podemos preparar para continuar a ver o jardim entaipado durante muito tempo. É a nossa certeza para 2020.
Voltemos à vaca fria: eram necessárias estas obras? Era preciso revolver as entranhas do Cardal para conservar o jardim e cuidá-lo? O que é que ganhamos, enquanto cidade, em estender betão num espaço que só precisava de mais relva, flores e plantas, para ter mais pessoas?
Saio de 2019 com a sensação de que Diogo Mateus quis, a todo o custo, deixar a sua marca em Pombal: mudar a face da cidade, que é o que está a fazer no Cardal, na rua Custódio Freire, no Jardim das Laranjeiras, e se deixarmos ainda juntará a Várzea a esta operação cosmética. Mas nem a cidade precisa de ser reconstruída (desta maneira) nem ele é o Marquês de Pombal. O nosso único problema é que, à volta, todos o fazem acreditar que sim, prestando-lhe vassalagem. E por isso não vimos a colaborante oposição levantar o dedo e a voz ao caos em que se transformou o trânsito, nesta quadra festiva, à conta desse capricho municipal.
Estão todos bem para um brinde colectivo, pois claro.
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