2 de outubro de 2017

Narciso, o regresso de um estranho


Há uma lição a retirar destas eleições, aplicada a todos (à excepção do fenómeno Isaltino, em Oeiras) os históricos que quiseram voltar ao poder: o povo não os quer; encara o regresso como oportunismo, e está mais sábio que nunca - porque sabe escolher exactamente quem quer para ocupar cada lugar. Até em Pombal, como ontem se viu. Narciso Mota não conseguiu convencer o eleitorado de que vinha por bem, ressaltando apenas o ressabiamento em relação a Diogo Mateus, ao "plano que não teve continuidade". E por mais que tenha razão - para chegar onde chegou Diogo assinou tudo de cruz, a vida toda, mesmo quando não concordava - o povo está pouco interessado em ajustes de contas. 
Narciso Mota sai desta eleição sem honra nem glória. Além da sua figura (que lhe valeu a esmagadora maioria dos votos, outra vez) não acrescentou valor à candidatura, e depois da divulgação da sondagem que o colocava longe da vitória, perdeu gás. Quando se esperava que fosse em crescendo, a divulgação da sondagem revelou-se oportuna para o PSD, que cavalgou a onda da maioria absoluta e deslocou para a vitória. Acreditamos que vai assumir o lugar de vereador no executivo e sujeitar-se à humilhação que Diogo não lhe poupará. Perdeu a guerra com o partido, perdeu o eleitorado que julgava ser-lhe fiel, o que deita por terra toda a propaganda de uma vida, a falar de um "concelho charneira, humanista e solidário". A água não passa duas vezes debaixo da mesma ponte. E o engenheiro devia saber disso. Fez péssimas escolhas nas freguesias, e ao longo da campanha queixou-se várias vezes do medo das pessoas em dar a cara, esquecendo-se que foi ele um dos grandes responsáveis por esse estado a que chegámos, em Pombal. Comportou-se como oposição, e foi assim que chegou aos três vereadores. Fica provado que roubou mais votos ao debilitado PS do que ao sobrevivente PSD. Em suma, é o grande derrotado deste combate.

5 comentários:

  1. Está provado que o povo sabe o que quer e o que não quer, não vai folclore como muitos apregoam. Diogo Mateus ganha em todas as freguesias, excepção Meirinhas, terra Natal de Narciso Mota, onde por sua vez a junta continua PSD. Na União de freguesias Guia, Ilha e Mata Mourisca Diogo Mateus ganha e perde a junta para Pombal Humano, são dois exemplos mas há muitos mais e caso para dizer que devemos ter orgulho no nosso povo que sabe escolher pessoas e projectos. Respeito muito quem perdeu o projecto pode até ser melhor mas a mensagem não passou, perderam, é certo mas pode continuar a ser úteis aos seus fregueses.
    Ainda, neste post, falou-se em dinossauros, nesta eleições só faltou convidar o cangalheiro para fazer o funeral aos dinossauros há mistura com alguns ortodoxos. Exemplos Valentim Loureiro, Narciso Miranda, Fernando Costa, Narciso Mota, de entre outros saliento Fernando Marques que ao querer assumir a liderança em Ansião novamente entregou a Câmara pela primeira vez ao AO PS, em 45 anos de democracia- De notar ainda que no bastião PSD de Ansião, Santiago da Guarda, O PSD para a junta de freguesia obteve cerca de 69 % dos votos, maioria absoluta e para a Câmara obteve cerca de 30 %. Por estes factos o povo está de parabéns. já sabe escolher pessoas e projectos e que ninguém conseguiu chegar ao poder por vingança. A democracia funcionou !

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  2. Concordo plenamente o que fez perder o NM foram as péssimas escolhas para as freguesias.!

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  3. José do Trasso, não sei se reparou mas o problema acima de todos ( cores, partidos ou tachos) é mesmo a maioria da população não votar... e verdade seja dita, nenhum deles por isso se interessa!

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  4. Sr. Bruno Figueira a abstenção, a meu ver, é um direito ou manifestação política de qualquer cidadão e abrange todas as cores políticas, não votam nem des-votam em ninguém .
    A longo de toda a caminhada para a democracia, o flagelo da abstenção têm vindo sempre a aumentar e traduz a incapacidade dos políticos fazerem passar a sua mensagem, caiem em descrédito pelo simples facto de uns fazerem promessas eleitorais que não cumprem e outros praticam o peculato duma forma recorrente! Um dos autarcas eleitos em 2017 foi acusado de peculato, cumpriu pena de cadeia, volta a candidatar-se e ganha, podemos concluir que o povo perdoa o crime de peculato mas não perdoa promessas eleitorais não cumpridas.

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