7 de dezembro de 2019

O doutor falou

O doutor falou. Na Assembleia Municipal de Pombal. Falou de Pombal? Não. Falou do País. E até da Europa!
O doutor fala bem, muito bem, demasiado bem. Fala de tudo e de todos, e a todos aponta falhas. A todos? não! Ao País, ao governo, e à oposição (a parte dela!).
O doutor é grande. E sapiente. E Pombal tem destas coisas, destes privilégios incomuns, demasiado grandes para as nossas necessidades. Criaturas invulgares, que sabem tudo de tudo, conhecem e sabem apontar (todos) os problemas, dos outros.
E nós, os provincianos, ficamos cheios de inveja. E de pena - de o doutor não colocar uma grama da sua sapiência política ao serviço dos saloios.
O doutor é, porventura, o político local há mais tempo no activo. Mas até hoje – e já lá vão três décadas – nunca o vimos ou ouvimos apontar um problema desta pobre terra.


7 comentários:

  1. Na AM tb se fazem intervenções de fundo pois o Concelho também é o país e o que de bem ou mal acontece no país reflete-se diretamente no concelho.

    O facto de se ser bem falante é uma virtude e só é pena que muitos assim não saibam, ou não possam falar, mas a singularidade ocasional deve ser essencialmente uma virtude a estimular em todos e não um defeito que diminui os menos letrados, ainda bastantes infelizmente.

    O Dr. além de há 30 anos ter dado e continuar a dar não uma grama da sua sapiência política mas sim todo o seu peso pelos "saloios" aqui referidos, não só em termos políticos, também profissionalmente o tem feito,sendo talvez um dos naturais de Pombal e residente em Pombal, a quem tantos devem tanto.

    Dizer que nunca se lhe ouviu ou viu apontar um problema desta terra é uma conclusão tendenciosa e injusta pois o que queria ele dizer sobre a falência do SNS e educação pública senão na sua repercussão também no concelho, todos os dias comentado?

    E em 30 anos tanto como vereador como como deputado municipal será sequer possível que esta acusação fosse verdade?

    Também o posicionamento político antagónico leva a que se argumente exageradamente a ver se um mínimo do mesmo tem algum efeito. Será talvez o caso porém com nulo efeito, na minha opinião.

    Pode-se não apreciar o estilo e invocar a posição social como tique de afirmação que diminui os demais, porém lá estamos nós mais uma vez a confundir a forma com o efeito.

    No caso vertente é bom que ninguém confunda a forma do Dr. com o seu efeito porque se corre o risco de se tentar diminuir uma das figuras mais emblemáticas da terra, tal é o reconhecimento que tantos lhe têm.

    Também não está a concorrer a qualquer lugar autárquico e importância social é coisa que não precisa de aumentar.

    E sobre o tal sangue "azul" que lhe corre nas veias, tão "azul" como o meu, jamais essa mítica cor hematológica serviu para presunções ou comportamentos de superioridade.

    Repito, ambos temos percepção clara da efemeridade da existência e seu curto período, para nos deixarmos ofuscar por ribaltas ocasionais ou diferenças sociais que signifiquem alguma coisa.

    Ele com muito mais razões do que eu.

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  2. Manuel Serra, eu sei que há que defender a família, mas essa do sangue azul já cheira um bocado a CHEGA. Somos todos iguais perante a lei e temos todos direitos e deveres. Goze com tranquilidade a sua reforma politica pois tão depressa não regressará á Junta da União. O PSD já tem as baterias viradas para outro Candidato mais charmoso. O NMPH faleceu e o PS terá que também no Oeste trilhar o seu caminho. O do amigo Manuel Serra terá a possibilidade de vir com o seu adorado primo tentar conquistar o Convento do Cardal...mas atenção o Clã Pimpas já vai com dois palmos na frente.

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    1. Amigo Roque, finalmente a minha insistência cumpre o objetivo.
      O habitual comentador a usar tal argumento foi voce e eu só pretendo demonstrar a tolice de argumentar com tal lana caprina para opinar sobre as intervenções públicas.
      Quem souber ler percebeu já muito bem que considero que o estatuto social cada vez conta menos para representação de cada um e não deve contar mesmo nada. Agora a capacidade de cada um e a forma como a partilha com os outros é mérito exclusivo.
      Sabe, cada um tem o charme que a vida lhe concedeu e eu com o meu fui presidente da ufgimm no seu período mais difícil e tudo correu bem na condução da coisa pública. Agora que eu saiba o meu amigo nunca exerceu qualquer cargo autárquico e anda na política há muitos mais anos do que eu. Não percebo esta sua insistência em me colar um desejo que não tenho nem procuro.
      Mas lá diz o ditado: quem desdenha quer comprar. Será o seu caso?
      Por outro lado nunca dei nada por adquirido, ninguém acerta no futuro e a sua incerteza é exatamente o incentivo dos que se batem por ideais e ações.
      Mas continue a comentar porque é muito mais corajosa uma opinião tola mas assumida do que a ação daqueles que atiram pedras mas escondem a mão para não se comprometerem.
      E aceita mais um abraço? Ou Chega?

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  3. Discordo da apreciação que é dirigida ao Dr. João Coucelo! Este Sr. de facto, fala muito bem e ainda bem, temos de nivelar por cima e não por baixo. Entre ser um bom médico e um politico da nossa praça. ele optou por ser um bom médico, parabéns Dr.. Trabalhou em vários hospitais, ( Curry Cabral, Covões e Pombal), por onde passou deixou uma pegada de simpatia desde os auxiliares às direcções hospitalares e doentes . Sempre que precisei dele, por mais do que uma vez, esteve presente,obrigado DR. João. Ontem tive necessidade de ir ao Hospital de Pombal, perguntei por Ele, e disseram-me que se tinha reformada e, mais do que uma pessoa, acrescentaram agora é que notamos a falta que ele faz. Dizem no post que ele sabe tudo e que devia falar da saúde por Pombal, errado, as normas são emanadas por Lisboa, logo, são emanadas para todo o País e não para Pombal, se o SNS está mal não é só aqui e se a assembleia Municipal de Pombal tomar uma deliberação sobre o assunto, não é vinculativa, mas vale o que vale. Que me interessa o Sangue AZUL ou Vermelho ? eu valorizo a competência Parabéns Dr. João pela sua carreira médica.

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  4. O doutor Coucelo optou por ser médico, e político, e o que quis ou pode ser; não é isso que está aqui em causa. O que está aqui em questão são as suas intervenções na última AM, de que uns gostarão e outros não. Ponto.

    Também tenho excelente opinião do doutor Coucelo como médico (por opinião de amigos e pela forma como seguiu a minha mãe – e estou-lhe agradecido); e também tenho boa opinião dele como político; o que não me impede de o criticar, quando acho que o devo fazer.

    A áurea que o doutor Coucelo conseguiu como médico não o torna imaculado em todos os papéis que representa. O doutor Coucelo também precisa de críticas, porque não faz tudo bem. Enquanto não percebermos isto, e não o soubermos interpretar, não somos cidadãos inteiros.

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    1. Amigo Malho, compreendo e concordo com a sua restrição em exclusivo às prestações em AM.
      Concordo igualmente com a indiscutível verdade de ninguém estar isento de erros.
      Se repararmos bem nos erros apontados, de quem não gostou da intervenção, resume-se à crítica pela erudição a desgosto, e à sugestão de acusar tudo e todos tirando o cavalinho próprio da chuva, o que também não é verdade.
      Agora o meu amigo há-de convir que a si os erros também lhe calham, e neste caso olhe, apresentou-se mais um!
      O problema maior é que há certas pessoas que pelo bem que já fizeram a tantos têm uma aréola pública, não de sua vontade, mas visualizada pelos outros, que críticas menores como as que fez são vistas por esse mesmo público como uma blasfémia a um dos seus ídolos...
      E neste caso sai muito mais machucado o articulista do que o visado.
      Imagine o meu amigo ir fazer aqui a apologia do Marquês de Pombal pelo lado do processo dos Távoras? O Marquês estava-se nas tintas mas os pombalenses amarinhavam pelas paredes...
      Embora ninguém esteja acima da lei ou das críticas há símbolos locais nos quais o melhor é não mexer.... muito...
      Um abraço

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    2. Amigo Serra,
      Claro que também erro, e até corro atrás deles. Não acredito é em pessoas imunes ao erro ou à crítica.
      Olhe, gostei do seu exemplo (o Marquês); e não lhe darei grande novidade se lhe disser que prefiro criticar príncipes, marqueses, …, e outros que tais. Preferências.

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