Na última sessão da AM, o Pedro puxou pelo seu talento eminentemente retórico para, num exercício de hipocrisia política, induzir a assembleia a tomar a sua (do PSD) tramoia (validade da sua moção e a rejeição da admissão das outras) por boa acção.
Surpreendentemente ou talvez não, o Pedro não interveio na polémica discussão sobre a admissibilidade das moções nem da sua própria moção, porque sabia que o sucesso da tramoia estava garantido - contava com o seu “rebanho” e com o fanatismo da presidente da assembleia. Por isso, o Pedro resguardou-se para a honrosa tarefa de dissimular a tramoia e capitalizar o sucesso. A outros podemos desculpar o desconhecimento de princípios democráticos elementares, mas ao Pedro, que estudou Direito e estagiou uma década na Casa da Democracia, não. O Pedro tem obrigação de saber que a democracia não é o poder da maioria, não é o desrespeito pelas regras e pelos acordos, não é o esmagamento da oposição pela maioria.
Bem sabemos que em Pombal está instalada uma ditadura da maioria, que se aprofundou com a eleição dos actuais presidentes da câmara e da assembleia, mas vir defender atropelos às regras e a princípios democráticos elementares com o argumento do poder da maioria é um exercício de hipocrisia política, próprio de ditadores mascarados de democratas.
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