29 de junho de 2019

Velhos métodos, melhores resultados

O PSD local fez do suposto corte do financiamento público a duas turmas do IDJ V, do Louriçal, o assunto principal da última reunião da AM. Os métodos utilizados e os argumentos foram os mesmos de há duas décadas, aquando do encerramento das escolhas primárias espalhadas pelas aldeias do concelho: moção de protesto e arregimento da população para a AM para tentar mostrar que a oposição (o PS) está contra as populações e as criancinhas. Na altura, o PS fez-lhes frente, ganhou-lhes o debate, e eles mudaram de posição. Agora foi tudo mais fácil: o PS local estendeu-lhe a mão (já é o principal aliado do poder); para eles se vitimizarem, encobrirem a realidade e atacarem fortemente e sem razão o governo.
Mas, tal como no passado, o destino está traçado: definhamento e morte do IDJ V. É a vida. As organizações, tal como as pessoas, tem um ciclo de vida; não há política que lhes valha. A morte pode vir de várias formas – natural, justiça, política, etc. –, mas virá; mais rápida do que os politiqueiros locais pensam. Se tivessem assistido ao debate sobre Desenvolvimento Regional, promovido pelo Farpas, teriam percebido porquê.
Infelizmente ou talvez felizmente, a megalomania paga-se; ou como diz o povo “quanto mais alto se sobe maior é a queda”. Os vícios, as irregularidades e as maldades cometidas foram muitas e sistemáticas; não há notas, barras de ouro ou esquemas que lhes valham. Ainda bem: é sempre mais justa a justiça terrena do que a do além.

6 comentários:

  1. para poder "refletir sobre a moção refletida" com e sem primeiro paragrafo, será que a podem transcrever?

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  2. Aproveito aqui este post para contribuir com alguns comentários da minha lavra, e convicção, que possam ajudar a compreender melhor os fenómenos indesejáveis mas incontornáveis e assim podermos encontrar soluções e compreensões populares que as ajudem a implementar.

    Sobre o desinvestimento público nos colégios parece-me óbvia a orientação e com mais ou menos contestação, lá chegaremos um dia ao inevitável desfecho zero se a população escolar continuar a diminuir, como é patente no nosso concelho e a resposta pública dos 3 agrupamentos de escolas for oferta de educação suficiente.
    Não foi outra coisa que concluí do que ouvi pelos doutos palestrantes do Debate sobre Desenvolvimento Regional promovido pelo Farpas. Aliás muito interessante o que foi apresentado mas demasiado pesado nas intervenções convidadas com pouco espaço para o debate local que me parece ser mais vantajoso.

    A contestação, indignação e lamento das populações prejudicadas são muito compreensíveis do ponto de vista emocional e mesmo do económico local pelo estímulo colateral que a atividade diminuída também provoca. Infelizmente, como diz aqui o Malho, são os sinais dos tempos a impor a sua realidade dado que na visão do ministério da educação e também do das finanças essas vantagens colaterais nada contam para a decisão dos cortes neste investimento.

    Compreensivelmente as populações tentam opor-se a tudo aquilo que lhes desestabiliza o modo de vida e identidade local manifestando o seu descontentamento que, em bom rigor, acaba não passando disso mesmo porque a Buldozer da realidade arrasa sem piedade qualquer resistência à mudança.

    Opormo-nos por manifestações, abaixo assinados e outras iniciativas dá-nos esperança às emoções mas apenas pode, em boa verdade, adiar, e pouco, as realidades da vida coletiva.

    Na minha freguesia vendeu-se exatamente essa vertente emocional do regresso do médico às freguesias, da luta pela desagregação e da introdução dos transportes coletivos e, apenas com esses três argumentos alimentou-se uma ansiedade popular que aí depositou todas as esperanças, trocando o certo de uma atuação com provas dadas pelo incerto duma solução sebastiânica que, no final, pouco ou nada vai resolver sobre esses três aspetos que não estivessem já contempladas nas soluções anteriormente propostas.
    Mais uma vez as emoções ditam as escolhas que não contesto mas que de facto nada acrescentam realmente e, nessa medida, o razoável continua a impor-se porque em política não há soluções mágicas nem carismáticos escolhidos que as façam acontecer.

    Constato assim uma contradição insanável nas opções populares habituais, que os poderes públicos normalmente acompanham, porque o ser humano tem uma matriz emocional de preferência pelos desejos e pelas soluções agradáveis desvalorizando o razoável e o espectável. Ora como o que se impõe habitualmente é esta ultima situação do plano das realidades acabamos vivendo sempre numa insatisfação emocional, continua, que perpetua as contestações sucessivas que, não sei se nos ajuda mais na busca das soluções, ou se nos gasta coletivamente pelos insucessos quase sempre garantidos pelas preferências ancestrais?

    Só há economia, vivência, política, educação, serviços, etc. onde houver pessoas para lhes darem uso e necessidade; Quantos menos formos menor será a manutenção do que se criou antes, quando éramos mais, e mais exigência de mudanças se impõem. As novas realidades provocam contestação e assim continuaremos, cada vez mais, a viver em sobressalto e amargura.

    Como epílogo reconfortante rematarei: De qualquer forma é sinal que existimos!

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    1. Caro Manuel, O seu ultimo parágrafro diz o essencial! tem 100 % de razão, aliás eu já o disse aqui uma ou duas vezes, mas o caminho é esse, infelizmente para nós. Cumprimentos.

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  3. Realistas palavras, amigo Serra; sinal de que o debate do Farpas, sobre Desenvolvimento Regional, o ajudou a compreender melhor determinadas problemáticas; outros, infelizmente, preferem viver na escuridão das convicções e crenças, e alimentá-las.
    Em Democracia, as sociedades civis são mais influentes do que o poder político; e são elas que, de forma mais ou menos consciente, determinam o rumo da vida colectiva.
    É aviltante ver um tipo instruído e racional, como o Diogo, fazer o discurso da vitimização, e a atacar o governo numa medida que tem todo o racional.
    Na verdade, como (agora) sabe, não são as pessoas que migram porque os serviços fecham; os serviços fecham porque as pessoas migraram ou diminuíram por saldo natural.

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    1. Caro Malho
      Sobre o debate acrescentei conhecimento e confirmei o que já tinha antes concluído e que expressei no meu comentário.

      Proponho que um próximo debate convide apenas um “expert” que faça uma breve introdução do tema e que se disponha a comentar propostas e interrogações do público interessado. Aliás também estive na Conferencia de 21 passado “Pombal Estratégia e Futuro”, infelizmente só da parte da tarde por motivos médicos.

      Não pretendendo estabelecer qualquer comparação com ambos os eventos, apenas opino que tudo quanto se faça no sentido positivo da busca de soluções para todos nós terão sempre o meu apoio e interesse presente.

      No entanto não sei até que ponto não será mais importante, quiçá mais eficaz, promover fóruns temáticos que dêem a preferência da intervenção ao público local, ou a especialistas locais, em vez de grandes exposições gerais que muito elucidam mas deixam quase sempre um sentimento do geral no qual a nossa pequenez como concelho do todo nacional se vê pouco referida, bem como esmiuçados os aspectos mais locais que nos dizem, aos de cá, muito mais respeito e interesse.

      Não concordo contudo, embora respeite, a sua classificação política do nosso Presidente porque infelizmente um político tem que atender a duas realidades: O realismo das situações por um lado e por outro à solidariedade com a população que representa, principalmente nos momentos de maior exaltação popular que, como sabe, sempre acontece nos momentos quentes e que paulatinamente vão esmorecendo pelo próprio desenvolvimento da realidade.

      Ora aquilo que o meu amigo chama de aviltante eu chamo de visão política de apaziguamento ou de solidariedade, e em política temos de encontrar argumentos que justifiquem as nossas opções, nem sempre os mais exatos, os mais realistas, mas certamente os mais apropriados a dar conforto a uma população num momento de sofrimento, e é exatamente aí que eu encontro nele a tal “racionalidade e instrução”.

      É também para isso que servem os políticos, dar solução e voz aos desconfortos, porque para os banhos de realismo puro e duro estão cá os comentadores, ou acha que se eu exercesse funções autárquicas expunha os assuntos com a mesma frieza realística com que exponho agora?

      Abraço amigo.

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  4. Existe algum video sobre este colóquio?! tenho algum interesse e curiosidade sobre o que disseram os convidados.

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