O regresso de José Gomes Fernandes à ribalta trouxe algum brilho à poeira. Bastou-me ouvir na rádio a intervenção que fez na Assembleia Municipal - e depois ler o que reproduziram os jornais - para perceber, mesmo sem lá ter estado, o quão cortantes terão sido as palavras do verdadeiro enfant terrible do PSD de Pombal. Sugeriu ele menos um vereador a tempo inteiro como medida justa para combater a crise, ao mesmo tempo que votou contra o pacote de medidas anunciadas pela Câmara com esse propósito.
JGF terá feito mais moça naquele dia que toda a intervenção da oposição. Ou melhor: JGF há-de ser considerado por esta altura como a verdadeira oposição. Ele, que tem o mérito de ganhar a vida por conta própria (o que tanto incomoda, senhores...), não colocou só o dedo na ferida. Escarafunchou-a. Porque entre as obras dos executivos do seu partido está o aumento do quadro de pessoal da Câmara e redondezas. E do número de vereadores a tempo inteiro. A figura do meio-tempo já foi há tanto que já ninguém se lembra. Contas feitas, todos os vereadores ficaram profissionais da política nos últimos anos. Todos, menos os da minoria. Pelo menos por enquanto.
E será dessa liberdade de acção que resulta a margem de manobra de JGF. Já entrou e já saiu do activo muitas vezes, já esteve bem e mal na peculiar forma de estar (que lhe vale até o cognome de 'taliban' entre os pares), mas sempre com esse passaporte para a liberdade.
De resto, fica a cereja no bolo: o semblante de Rodrigues Marques na foto de capa do Correio de Pombal, enquanto ouvia JGF. É que não vale a pena "avisar o Zé". Os [meninos] guerreiros do PSD não ligam nenhuma ao aparelho. Só quando são eles a comandá-lo.
"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
6 de março de 2009
9 comentários:
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Essa do dr. Fernandes ter passado um dia a fazer moça é aquilo a que se chama uma notícia de fazer mossa. Vou-lhe telefonar a dar os parabéns. Está um jovem!...
ResponderEliminarEu continuo a ter dificuldade em perceber porque é que alguém vem para aqui comentar só para descortinar erros ortográficos. Será que isso é mesmo o mais importante?
ResponderEliminarPorreiro pá!
ResponderEliminarA dita Assembleia é a que faltou um veredor para ir a Paris com um empresário com interesses em Pombal? O mesmo vereador que critica ferozmente o Free Port? Há aqui algo por explicar! Onde andam os jornalistas de Pombal? A almoçar na Forja com o poder! Pois é ...
ResponderEliminarÇenhor Nuno,
ResponderEliminarHabedes razon. A ortugrafia é uma massada. Uma xatisse. É cada kalinada. Pouça!... Abaicho os errus!
Çempre çeu
E. Erróneo
Pois é. Os jornalistas estavam a dar ao dente na Forja em trabalho e não à custa do Poder mas dos contribuintes. Também havia lugar para si mas como dar à língua não não consta do Menu fica para a próxima. Eu reservo-lhe uma batatinha, fique descansado.
ResponderEliminareheheheheh
A Paula Sofia deverá estar enganada quando diz que “JGF há-de ser considerado por esta altura como a verdadeira oposição”. Não me parece que seja esse o objectivo de JGF.
ResponderEliminarA deficiência do P.S. deve-se à apresentação de um Adelino Malho demasiado confuso e provocador e de um Adelino Mendes maçador. Salvam-se Melo Alvim e Fernando Carolino, ambos com ideias estruturadas e oratória fácil, mas o primeiro muito “livre” e o segundo muito distante no trabalho.
Penso que as intervenções de JGF representam mais um sinal de revolta contra despesas desnecessárias que dependem de receitas necessárias.
Também me parece errado dizer-se que “os guerreiros do PSD só ligam ao partido quando são eles a comandá-lo”, pretendendo-se aí incluir JGF. Os maiores conflitos entre JGF e Narciso Mota surgiram quando aquele “comandava” o PSD Local.
Tentando entender JGF, concluo que todos têm o dever cívico e o direito de intervir na política, reprovando as medidas e condutas prejudiciais, valorizando os actos positivos, disponibilizando-se para o exercício do poder e apresentando soluções. Afinal todos dependemos desta organização social onde estamos inseridos.
"Li algures que alguém não gostava de Salazar e do Estado Novo predominantemente por duas razões: a primeira era a “censura” e a “perseguição política”, a segunda era o “fanatismo religioso”. Esse sujeito tem todo o direito de não gostar, em retrospectiva, de Salazar nem do Estado Novo, por essas ou quaisquer outras razões. Surpreende-me um pouco, porém, que se tenha desgosto por um estadista e por um regime político já desaparecidos, o estadista, da vida política, há 40 anos, e o regime político há 34 anos.
ResponderEliminarÉ claro que todos temos os nossos preconceitos e os nossos gostos. Eu, por exemplo, não gosto desta democracia e deste governo, por estas simples razões:
1º-Esta democracia como ideal político é uma utopia. Isto tem sido largamente comprovado desde há muito tempo, e particularmente nos tempos que correm.
2º-Este regime político que chamam “democrático” é simplesmente uma mentira e um ludíbrio. Só favorece os oportunistas e os desonestos. E desilude amargamente os inocentes que acreditaram nas suas promessas.
Por isso, eu não quero para o meu país nem esta democracia, nem este governo democrático. Eu quero, se fosse possível e o permitissem os corifeus da democracia, simplesmente, só, apenas isto : um bom governo, um governo que prestasse atenção ao Povo do meu País e tudo fizesse para elevar o seu nível de vida de todos os pontos de vista: cultural, cívico, económico, educacional, sanitário, etc., etc.
Para isso os governantes deviam ser honestos, sinceros, magnânimos, e não andassem por aí a gastar os dinheiros do Povo nem a arrotar postas de pescada com falsas promessas.
Deviam ser modestos, discretos, profícuos e altruístas Deviam ser Amigos do Povo que este saberia retribuir com Amizade. Deviam ser verdadeiramente MINISTROS, que é o mesmo que SERVIDORES.
Logo, dizer que não se gosta de Salazar e do Estado Novo, que se não foram perfeitos, foram honestos na medida do possível neste país de aldrabões, como se vê, é apenas “to pay lip service”, como se diz em inglês, aos mandões hodiernos, não vão eles pensar que somos “fascistas”. A Verdade liberta, mas muitos portugueses ainda não o sabem e vivem presos nesta “liberdade” democrática."
"ARBEIT MACHT FREI"
ResponderEliminar"O TRABALHO LIBERTA"
AUSCHEWITZ, BIRKNAU,... MAS PODERIA SER ALJUBE, TARRAFAL, SÃO NICOLAU...