Em
Mateus(18, 16) lemos: “Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha
Igreja”. A Igreja, no sentido bíblico, não é a instituição católica nem os
templos. No verdadeiro sentido cristão é uma assembleia de pessoas e estas é
que constituem a Igreja de Cristo.
Todos
sabemos que o trabalho social da Igreja é vasto e de valor substancial. Mas são
as pessoas os agentes que tornam a sua ação social funcionar, quer por
donativos financeiros quer por trabalho voluntário gratuito.
Ora, este
comportamento cristão cria obra que deve ser acompanhada por responsabilidade
da utilização dos fundos doados pela população. Assim é o caso do Centro
Paroquial e Social da Ilha. Foi uma boa iniciativa!
·
A obra foi
financiada na sua grande maioria pela população da Ilha com contributos da
Câmara Municipal;
·
O dinheiro
era controlado pelo próprio pároco, que punha e dispunha do que entendesse e
abusava da solidariedade da população da Ilha sem prestar contas a ninguém;
·
A
propriedade, financiada na totalidade pela população e pelo erário
público (impostos) pertence à Fábrica da Igreja, ou seja, à Santa Sé. É
fácil deter imóveis quando o dinheiro não é nosso.
E aqui
começa a irresponsabilidade do Pe. António Nogueira, que era o Presidente
da instituição (em termos de direito canónico o ‘fabricante’).
·
Não
respeitou o projecto, o que tornou inviável o financiamento por parte da
Segurança Social (SS);
·
Face ao
pensamento ambiciososo do anterior pároco António Nogueira, e para compensar a
falta de fundos da SS, foi contraído um empréstimo de centenas de milhares de
euros com apoio da direção da altura. Perante o descontrolo, alguns membros
demitiram-se.
·
Decidiu os
fornecedores de acordo com os seus interesses;
·
Geriu mal e
colocou a instituição em estado de insolvência.
E agora?
Se fosse uma
empresa privada os accionistas eram chamados à responsabilidade e teriam a
obrigação de cobrir os prejuízos para manter a instituição a funcionar. Onde
está a Santa Sé, que é a dona, a assumir os erros do presidente nomeado por si?
Se um dos
fornecedores que seja, sentindo-se lesado pelos atrasos de pagamentos ou por
considerar incobrável a dívida, requerer o processo de insolvência, a
instituição acaba e o banco fica com o imóvel. Fecha uma instituição tão
importante para a Ilha e para a União de Freguesias da Guia, Ilha e Mata
Mourisca, bem como os postos de trabalho do maior empregador da
localidade.
No fundo, é
a população da Ilha, que - enganada, e sabe que o foi - continua a colocar as
causas à frente da irresponsabilidade do anterior pároco e continua a doar
fundos e a fazer hortas comunitárias porque a instituição é importante.
Em boa hora
chegou o Pe. Fernando Carvalho, que com a sua humildade e seriedade colocou em
marcha um plano de reestruturação e de devolução de dignidade aos fiéis.
A preocupação é de todos, o mérito da obra é dos ilhenses que em questões comunitárias dão cartas a todos os vizinhos.
ResponderEliminarQualquer obra de vulto no espaço da UFGIMM é um orgulho para todos, e o lar da Ilha é uma dessas criações que a todos honra.
Estranho contudo que, tendo o Rev. Padre Antonio Nogueira governado as paróquias durante tantos anos só agora, após a sua saída, haver coragem de o contestar? Por onde andou a coragem perdida nesses anos passados?
Nunca fui muito proximo do Sr Padre Nogueira por motivos que se prendem exatamente pela sua postura altiva e algo arrogante na condução do seu ministério e por isso nunca lhe rendi mais atenção do que a que a educação e o protocolo recomendavam embora sempre o tenha considerado e respeitado.
Tudo o que lhe tinha a dizer foi dito pessoalmente e assumidas as diferenças de pontos de vista.
Porém, passou o seu tempo, fez o que pode e o que lhe permitiram que fizesse, e disso resultaram agora também dificuldades.
E só agora é que lhe querem pedir responsabilidades? Talvez uma auditoria às contas do lar? Para não cortar a tendência persecutória habitual dos corajosos da terra?
Para mim agradeço até ao Rev Padre Nogueira porque nem tudo foi mau no seu magistério, e permitiu no final que D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra,nos enviasse o novel pároco Rev padre Fernando Carvalho, verdadeira esperança e luz ecuménica e evangélica que há muito as nossas gentes mereciam.
Por mim julgo que mais vale remediar os males com o sacrifício dos mesmos de sempre do que procurar punir os culpados, e também saber identificar devidamente as graças recebidas, porque a vinda de um padre como o atual é mesmo uma benção divina.
E não é também preceito dos cristãos: Perdoai-vos uns aos outros assim como Eu já vos perdoei?
Na paz entre os povos constrói-se o impossível, no litígio dos mesmos destrói-se o que se conseguiu.
De acordo em quase tudo, mas mais vale tarde que nunca para que a memória não se perca no tempo. O perdão não significa passar um pano por cima de tudo e ficar incólume. Temo que a justiça divina não será suficiente para melhorar a sociedade onde vivemos, mal não seja este acto é necessário para estar alerta para abusos de poder e essa é uma responsabilidade sempre actual.
EliminarA vinda do Pe. Fernando Carvalho é sem dúvida uma benesse, mas não é consequência directa do anterior pároco, não acha?
Da memória que se pretende preservar não se deve esquecer que nem todo o mal aconteceu por ação do Padre Nogueira mas muito pela demissão de quem devia ter atempadamente agido e não o fez.
EliminarNão os quererá identificar também? Esses ainda por cá andam.
Só há uma forma de resolver os problemas criados, é assumi-los e dar-lhes a sequência necessária com o sacrifício dos mesmos de sempre, porque não há outros que se ponham a jeito.
Estar alerta para estes problemas é haver coragem para intervir na hora, mas isso é virtude de muito poucos de nós.
Logo continuaremos a embarcar em todas as mentirolas que nos quiserem vender desde que maviosas, doces, encantadoras.
Por vezes o mal faz acontecer o bem, e por isso o Padre Nogueira é direto responsável pela colocação do Padre Fernando Carvalho porque, se o Padre Nogueira não fosse assim o Sr Bispo não teria sido tão criterioso na sua escolha, ou acha que ao episcopado não chegavam as notícias dos acontecimentos destas paróquias?
Logo, mantenho a minha opinião.
Uma decisão não é tomada sem a conivência de uma direcção ou do grupo de acção, daí que houve demissões no processo e quem se manteve. Quer ajudar na identificação dos actores ou melhor, uma clarificação por parte de quem de direito a clarificar as contas.
EliminarEste tipo de práticas por parte da Igreja só reforçam o meu grau de agnóstico.
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